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O CALVÁRIO DE INFANTINO

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Gianni Infantino é o novo presidente da FIFA. FOTO: Getty Images
Gianni Infantino é o novo presidente da FIFA. FOTO: Getty Images

Assumir a presidência de uma instituição internacional, mundialmente reconhecida, com mais afiliados que a ONU (Organização das Nações Unidas), pode ser o desejo de diferentes pessoas pelo mundo. Pois bem, este é o papel de Gianni Infantino, desde o dia 26 de fevereiro. Entretanto, o suíço-italiano terá um grande desafio: reerguer uma das maiores instituições internacionais existentes.

Eleito presidente da FIFA, Gianni Infantino, de 45 anos, ganhou notoriedade como secretário-geral da UEFA. Advogado de profissão, reformou os contratos comerciais e de licenciamentos da UEFA. Também foi um dos idealizadores do Fair Play Financeiro (lei que exige que os clubes estejam em dia com as suas obrigações financeiras). Foi secretário-geral da entidade europeia a partir de outubro de 2009. Também foi membro do comitê de reformas da Fifa.

Criada em 1904, a FIFA tem sua sede em Zurique e aproximadamente 209 federações afiliadas. Somente entre 1975 e 2002, mais de 60 federações foram admitidas como membros. Por tanta representatividade no cenário internacional e por comandar o esporte mais popular do mundo, a instituição foi alvo de investigações do FBI e a Polícia Suíça, por corrupção envolvendo Copas do Mundo.

O interesse do FBI pela FIFA se dá exatamente no momento em que o futebol cresce nos Estados Unidos, ganhando cada dia mais adeptos. Acredito que estas investigações passam, em sua grande parte, por um viés político, uma vez que culturalmente os americanos sempre desejam estar no controle de instituições internacionais como a FIFA.

Mas deixando este ponto de lado, o futebol ganha uma grande oportunidade de se organizar, se tornar mais forte e ganhar ainda mais adeptos. Com as investigações, contratos ocultos e rios de dinheiro que alguns cartolas ganharam vão ser descobertos, o esporte vai ser passado a limpo e poderá se reorganizar, com mais transparência e profissionalismo.

E sim, levando em consideração as ações de Gianni Infantino, quando secretário da UEFA, o suíço-italiano se credencia para liderar as mudanças que o futebol moderno exige. Estudioso e sempre muito atento as necessidades das federações e clubes, Infantino conseguiu organizar o futebol europeu criando sistemas reguladores que limitam o poder financeiro das equipes, medida que tenta o nivelamento entre clubes e ligas.

O novo presidente da FIFA tem um grande desafio pela frente, precisa recuperar a credibilidade da instituição, organiza-la internamente, aproximar-se das federações e, principalmente, limpar a sujeira deixada pelas gestões anteriores, livrando a Instituição dos reflexos da corrupção.

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