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Da arquibancada: um relato sobre Galo x Fla

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Resolvi escrever um post diferente sobre o Atlético MG x Flamengo, que pode ter sido decisivo para o campeonato. Quem vos escreve é Círio Oliveira, jornalista formado pela PUC Minas, e torcedor do Galo desde que se entende por gente.

Saí do meu trabalho e rumei para a Arena Independência com meus amigos. Estavamos empolgados com a vitória sobre o Fluminense e o sonho do título pulsava a cada batida de nossos corações. Conversamos sobre as lembranças de outros grandes jogos contra o Fla, muitos de triste lembrança para nós, mas uma coisa era indiscutível: pela história, o Flamengo é o nosso grande rival.

Levei o meu sobrinho de 12 anos ao seu primeiro Galo x Fla. Contei para ele sobre a história, sobre como se virar em um estádio (isso pela milésima vez) e como os jogos contra o Fla são diferentes. Acho que ele percebeu isso quando entrou na arena e sentiu o clima.

O estádio estava lindo. Torcedores sedentos por uma vitória, e acreditando no Galo mais do que nunca. Ficamos na primeira fileira, de pé nas escadas, com de frente para o vidro que nos separa do campo. Tinha um policial boa praça na nossa frente, mas ele entra na história depois.

O clima era de festa, o Galo Doido, nosso mascote, entrou em campo e o estádio fez sua festa. O adversário adentrou e recebeu uma vaia que eu nunca tinha visto antes, talvez fosse todo o desgosto de anos sendo colocado para fora. Veio o nosso time, nossos heróis, e o estádio explodiu. Eu me arrepiei, como sempre em jogos deste tamanho.

Começou a partida, tínhamos que vencer para pressionar ainda mais o Fluminense. Começamos nervosos, dando campo para o Fla, e sem conseguir sair para o ataque.

Um pequeno hiato neste texto: pela primeira vez eu vi o cara a quinze metros de onde estava. Ele correu para a ponta esquerda e foi a primeira vez que estive tão perto de um melhor do mundo. Uma honra.

O Galo começou a equilibrar a partida. Ronaldinho, o melhor do mundo, fez grande jogada pela direita, tocou e passou para receber na área, mas foi derrubado por Ibson. Fiquei em dúvida na hora se havia sido pênalti ou não. Lembra-se do policial boa praça? Ele estava na minha frente na hora do lance.

O Galo continuou bem, acertou a trave com Jô e Ronaldinho cobrou duas faltas com perigo. Nesta hora, em um vacilo de marcação, Renato Abreu acertou mais um belo chute e abriu o placar para o Fla. O clima quase caiu na Arena. Alguns torcedores entoaram o mantra “Galo! Galo!” e todos seguiram os seus passos.

Ainda no primeiro tempo, o adversário ficou com um jogador a menos. Aí sim, o estádio explodiu novamente. Apesar disto, fomos para o intervalo perdendo.

Nas conversas de intervalo, o otimismo reinava nos torcedores. Pessoas de todas as crenças, todos os estilos e classes sociais se relacionavam como se não houvesse distinções entre elas. Na arquibancada, somos todos atleticanos.

Recomeçou o jogo e só dava Galo. Pressão total até que Leonardo, que havia entrado no lugar de Guilherme, cabeceou sozinho. A bola tocou na trave no goleiro e entrou. Era o empate chorado, mas era gol nosso!

O Fla saiu mais para o jogo, mas o Galo ainda comandava, pressão total e perigo nos contra ataques. Em um deles, nosso guerreiro Pierre levou um cartão amarelo para nos salvar. Foi substituído por Serginho para não correr o risco de ser expulso. Réver, um aprendiz de Beckenbauer, virou quase um armador. Leandro Donizeti chutou com perigo. Leonardo e Jô combinavam boas jogadas. Ronaldinho, Bernard e Ricky na esquerda e Marcos Rocha e Serginho na direita tentavam alçar a bola na área, mas sem grande perigo.

Depois de nos safarmos de alguns contra ataques, Ronaldinho cavou falta frontal à área adversária. Nossas esperanças foram ao céu. O estádio pulsava otimismo novamente. O melhor do mundo cobrou, a bola viajou, e tocou na trave, de novo!

Daí em diante foi sufoco. Nenhuma jogada produtiva e fim de jogo. A torcida adversária fazia festa, afinal empataram com o vice líder e continuam na sua fuga contra o rebaixamento. Nós aplaudimos de pé o nosso time. Eles merecem, e muito. O nervosismo mais uma vez nos atrapalhou, mas não podemos nos deixar abater.

Estamos em segundo, e fazemos uma campanha maravilhosa. O título está mais distante, mas não impossível. Sigo acreditando, mas sabendo que é muito difícil.

No fim das contas, o título não nos importa mais. Afinal, temos o nosso Galo Forte e Vingador de volta. Um time forte, que joga com a raça que cobramos sempre. Estamos atrás de um time absurdamente impecável, que é o Flu, e somos melhores que outros 18 times. Temos que valorizar isto.

Não somos acostumados a conquistar títulos, mas somos acostumados a amar um clube de futebol, em todas as fases, das piores às melhores. Queremos um Galo que lute por nós, e hoje nós temos isso. Depois de anos, podemos nos orgulhar do nosso time. Agora vamos dar valor e se não vier o título, vamos torcer para que no próximo ano possamos ver nossa máquina em campo novamente.

#GaloAtéMorrer

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