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10 ANOS DO SHOW DE R10 NO BERNABEU

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Era um sábado, 19 de novembro, o ano era 2005, há dez anos atrás. Poderia ser um fim de semana qualquer sem grandes registros no esporte, mas pra quem se ligava, na época, no futebol internacional havia um evento muito importante nesta data. Era dia de mais um “El Clássico”, o derby espanhol Real e Barça. Por aqui nem todos tinham muitas possibilidades de ver o jogo já que a TV paga que cobria o evento não era tão acessível como hoje.

Por sorte pude testemunhar pela TV um dos clássicos mais marcantes da historia recente do embate. O jogo chamaria atenção de qualquer um que goste de futebol. Era a reunião de craques de ambos os lados. Sobretudo para os brasileiros era a chance de acompanhar alguns craques brasileiros que só podíamos ver de longe, na época que o êxodo de craques se acentuava e os jogadores que restavam em terras brasileiras nem de longe fascinavam algum fã de futebol.

A peleja seria no Santiago Bernabéu, casa dos Galáticos que vinham com toda a força do seu estelar elenco para tentar alcançar o Barcelona na liderança de La Liga. Era a primeira versão dos Galácticos de Florentino Pérez. Um timaço formado por craques como Ronaldo e Zidane, Roberto Carlos, Beckham, e Casillas.

Do lado azul grená tínhamos a primeira versão do timaço do Barça que dominou a ultima década no futebol mundial. O time de Ronaldinho Eto’o e Deco, evidentemente com mais destaque para o primeiro. E ainda havia uns certos coadjuvantes que formariam a base de um dos times mais fantásticos da historia: Somente Xavi, Iniesta, e um tal de Messi, ainda um garoto promissor.

O jogo em si foi mais um espetáculo daquele Barça liderado pela estrela da companhia, Ronaldinho Gaúcho. Mais que isso foi uma das mais espetaculares atuações individuais deste gênio do futebol e um dos melhores jogos dele com a camisa do Barcelona. O cara simplesmente acabou com o jogo e ajudou os catalães a colocar o Real na roda.

Desde o começo o Barça dominou o jogo e se lançava ao ataque e não deixava o Real respirar. Logo no primeiro minuto de jogo Ronaldinho, endiabrado, já mostraria que Michel Salgado não veria a cor da bola com o camisa 10 correndo pelo seu lado. Logo aos 3 minutos de jogo já havia levado dois dribles desconcertantes do brasileiro. Aos 10 minutos de jogo um lançamento primoroso de R10 poderia ter abrido o placar mas Eto’o acabou demorando a finalizar. Mas aos 15 minutos não teve jeito: uma jogada do tal Messi arrancando pelo meio terminou numa finalização de bico de Eto’o com pouquíssimo espaço para finalizar, jogando no canto de Casillas. Aos 29 Messi teve um golaço de Messi anulado, um chute da entrada da área por cobertura mostrando a classe que tinha o futuro gênio argentino. Enquanto isso Salgado sofria mais um pouco levando os tradicionais chapéus e canetas de R10 fechando o que aconteceu no primeiro tempo.

Mal sabiam os craques do Real o que o dentuço guardava para a segunda etapa. Aos 13 minutos o primeiro golaço da noite. Arrancada do meio campo pela esquerda passando com incrível facilidade pelo jovem Sergio Ramos depois por Roberto Carlos e colocando no canto de Casillas que nada pode fazer. Pobre Sergio Ramos que tentava fazer o que o experiente Salgado não conseguia: parar ou pelo menos fazer alguma sombra em R10.

Aos 32 minutos veio o golpe final de Ronaldinho. Outra arrancada pela esquerda, mais uma vez passando fácil pelo inofensivo Sergio Ramos e outro toque de categoria tirando de Casillas no cantinho. Era o golpe de misericórdia do Barça sobre o Real consolidando o espetáculo em todo o jogo.

Ao final do jogo o mais marcante foi o aplauso da torcida madridista ao dono do jogo. Aplauso que significou, além do reconhecimento de uma grande atuação de um craque, uma ironia da torcida do Real ao seu presidente pelo episódio de ter preferido contratar Beckham ao invés do Gaúcho dizendo que o brasileiro era muito feio para jogar no Real. A historia do jogo mostrou a todos o tamanho do equivoco.

Atônitos, torcedores do Madrid aplaudiam Ronaldinho. FOTO: Divulgação
Atônitos, torcedores do Madrid aplaudiam Ronaldinho. FOTO: Divulgação

Este clássico também definiu o destino daquele Real Madrid. Era o fim dos Galacticos. Era evidente que Zidane não era mais o mesmo Ronaldo também já começava a sentir o fim do auge e a consequência das noitadas e do peso extra. Beckham nunca confirmou no Real o que achavam que faria. O técnico Luxemburgo cairia semanas depois e o presidente Florentino, o mesmo atual, renunciaria ao fim da temporada.

Para o Barça marcava mais que uma grande vitória na casa do rival, onde vencera apenas duas vezes em dez anos. Marcava o inicio de anos de domínio do Barça no clássico e no Espanhol. O auge do time de Ronaldinho, que culminaria com a Champions no ano seguinte, e o inicio da base do Barça de Messi, Xavi, Iniesta e da carreira de outro gênio da história, o argentino Messi.

Aquele foi um dos clássicos marcantes como pode ser o de sábado. Neste ano podemos ver, quem sabe, a consolidação de Neymar como protagonista como já foi no ultimo ano na final da Champions. Ou uma mais uma atuação excepcional de Cristiano Ronaldo para aumentar seus recordes. Ou mais uma atuação decisiva e letal de Suárez. A lamentar, somente a ausência bem provável de Lionel Messi, sem duvida o jogo perde um pouco. Mesmo com isso candidatos a protagonistas não faltam para cercar o jogo de expectativas.

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