Em uma corrida movimentada, com direito a acidente envolvendo os dois carros da Mercedes, Safety Car, pneu furado e mais algumas ultrapassagens, o holandês Max Verstappen venceu o GP da Espanha de 2016. O piloto havia acabado de trocar de lugar com Danii Kvyat na Red Bull e fazia sua primeira corrida pelo time austríaco. Mas, não foi uma simples vitória.

Além de ter sido a primeira vitória dele, Max obteve outro dois feitos: foi o primeiro piloto da Holanda a vencer uma corrida e se tornou o mais jovem piloto a obter tal êxito. Com 18 anos e 229 dias, pulverizou o recorde anterior, que pertencia ao alemão Sebastian Vettel, que tinha vencido sua primeira corrida com 21 anos e 73 dias, na Itália, em 2007.

E mais: com a vitória de Max, foi interrompida a sequência de vitórias seguidas tanto de Rosberg (7 vitórias) quanto da Mercedes (10 vitórias) Assim sendo, Rosberg perdeu a possibilidade de buscar o recorde de vitórias consecutivas de Vettel e a Mercedes perdeu a possibilidade de igualar a sequência de 11 vitórias consecutivas da McLaren de 1988. Também é a primeira vez, desde o GP dos Estados Unidos de 2012, que a Mercedes não pontua em uma corrida. E após 30 corridas consecutivas (desde o GP da Bélgica de 2014) o hino alemão não foi tocado no pódio ao final de mais um GP.

Estatísticas à parte, as Ferraris de Kimi Raikkonen (2º) e Sebastian Vettel (3º) completaram o pódio. Os pilotos brasileiros tiveram resultados distintos. Felipe Massa fez uma corrida de recuperação e terminou em 8º lugar. Já Felipe Nasr continua sofrendo com o carro ruim da Sauber e terminou somente em 14º lugar.

A próxima etapa da temporada será o GP de Mônaco no Circuito de Rua Monte Carlo, em Monte Carlo, no dia 29 de maio às 9 horas da manhã, horário de Brasília.

A corrida

Pole position, Hamilton até que arrancou bem e manteve a ponta nos primeiros metros. Mas Rosberg pegou o vácuo do inglês, colocou por fora na curva 1 e fez uma bela ultrapassagem para assumir a ponta.

Inconformado com a possibilidade de mais um revés para o alemão, o inglês tentou dar o bote logo na curva seguinte. Mas Nico fechou a porta. Sem espaço, Hamilton foi para a grama, perdeu o controle do carro, rodou e acabou levando junto o parceiro. O abandono das duas Mercedes impediu a equipe de igualar o recorde de 11 vitórias seguidas da McLaren, em 1988. O acidente provocou a entrada do safety car. Quem assumiu a liderança foi  Ricciardo, seguido por Verstappen. Em terceiro aparecia o espanhol Carlos Sainz Jr., da STR, que havia largado em oitavo. Na sequência, vinham as duas Ferraris, de Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen. Felipe Massa aparecia em 16º, e Felipe Nasr em 17º.

Após três voltas com o safety car na pista, a relargada foi dada. Na volta 8, Vettel deu o bote para cima de Sainz e assumiu a terceira colocação. Em 16º, Felipe Massa fez seu primeiro pit stop, colocou um jogo de pneus médios e retornou em 18º. Na sequência, foi a vez de Raikkonen tentar passar o espanhol. Mas o piloto da STR fechou a porta, e o finlandês da Ferrari chegou a sair da pista para não colidir. Um giro depois, Kimi conseguiu deixar Sainz para trás e assumiu o 4º lugar.

Na 15ª volta Vettel encerrou a rodada de pit stops para os ponteiros. Com isso, a classificação passou a ser Ricciardo, Verstappen, Vettel, Raikkonen e Bottas. Todos com pneus macios. Ricciardo mantinha vantagem de 1s5 para Verstappen, enquanto Vettel, aos poucos, se aproximada da dupla da RBR.

Com um princípio de incêndio na Force India, Nico Hulkenberg abandonou a prova na 22ª volta.

Na ponta, Ricciardo parou nos boxes para o seu segundo pit stop na volta 29 e colocou um jogo de pneus macios. Verstappen assumiu a ponta novamente. Vettel seguiu estratégia de Ricciardo e visitou os boxes uma volta depois.  Verstappen alongou o segundo stint e parou nos boxes seis voltas depois de Ricciardo, que reassumiu a ponta. O holandês, que colocou pneus médios, retornou em terceiro, perdendo a posição para Vettel. Raikkonen fez sua parada um giro depois de Max Verstappen e voltou em 4º, também com pneus médios. Após a segunda rodada de pit stops, Massa aparecia em 9º.

Estranhamente, Vettel precisou retornar aos boxes após apenas 11 voltas com pneus macios, colocou jogo de compostos médios e caiu para 4º. Ricciardo seguia na ponta, com 10s de vantagem para Verstappen, 12s para Raikkonen e 18s para Vettel.

Na volta 42, com pneus macios desgastados, Ricciardo começou a ver os rivais reduzirem a desvantagem. Verstappen já aparecia a apenas 7s, Raikkonen 10s e Vettel 15s. Duas voltas depois, Ricciardo foi para sua terceira parada nos boxes, voltou para os pneus médios e retornou em 4º, a 15 segundos do novo líder Max Verstappen. O holandês, por sua vez, recebia a pressão de Raikkonen, que já se encontrava a menos de 1s do piloto da RBR e passava a ter o direito de abrir a asa móvel. Fernando Alonso, que se encontrava em 12º, abandonou com problemas na McLaren, na volta 47

Verstappen e Raikkonen passaram a protagonizar um duelo psicológico de gerações pela liderança. Mais velho do grid, o finlandês reduzia de pouquinho em pouquinho a diferença para o holandês, o mais jovem da F1. Mais atrás, Ricciardo, o quarto, se aproximava de Vettel, o terceiro. Por terem uma parada nos boxes a mais, ambos seguiam de olho na vitória, torcendo para que Verstappen e Raikkonen parassem novamente.

Ricciardo, na volta 60, deu o bote para cima de Vettel. Os dois quase se tocaram, mas o alemão foi rápido para evitar o choque, deu o “X” no ex-companheiro e retomou a terceira posição. Lá na frente, Verstappen e Raikkonen seguiam na pista sem dar indícios de que poderiam fazer mais um pit stop.

Depois de exigir muito dos pneus nas tentativas de ultrapassagem sobre Raikkonen, Ricciardo começou a perder rendimento, fruto de um esvaziamento do composto traseiro esquerdo, que furou logo em seguida, o forçando a parar nos boxes.

E o que parecia inimaginável aconteceu. Verstappen e Raikkonen conseguiram levar seus pneus até o fim da prova. Como um veterano, o jovem holandês resistiu à pressão do experiente finlandês e cruzou a linha de chegada em primeiro, para fazer história na F1.

Resultado final do GP da Espanha:

1) Max Verstappen (HOL/ Red Bull-TAG Heuer) 1h41m40s017
2) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) +0s616
3) Sebastian Vettel (ALE/Ferrari) +5s581
4) Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull-TAG Heuer) +43s950
5) Valtteri Bottas (FIN/Williams-Mercedes) +45s271
6) Carlos Sainz Jr. (ESP/Toro Rosso-Ferrari) +1m01s395
7) Sergio Pérez (MEX/Force India-Mercedes) +1m19s538
8) Felipe Massa (BRA/Williams-Mercedes) +1m20s707
9) Jenson Button (ING/McLaren-Honda) +1 volta
10) Daniil Kvyat (RUS/Toro Rosso-Ferrari) +1 volta
11) Esteban Gutiérrez (MEX/Haas-Ferrari) +1 volta
12) Marcus Ericsson (SUE/Sauber-Ferrari) +1 volta
13) Jolyon Palmer (ING/Renault) +1 volta
14) Felipe Nasr (BRA/Sauber-Ferrari) +1 volta
15) Kevin Magnussen (DIN/Renault) +1 volta
16) Pascal Wehrlein (ALE/Manor-Mercedes) +1 volta
17) Rio Haryanto (IND/Manor-Mercedes) +1 volta +1 volta

Abandonaram

Romain Grosjean (FRA/Haas-Ferrari)
Fernando Alonso (ESP/McLaren-Honda)
Nico Hulkenberg (ALE/Force India-Mercedes)
Lewis Hamilton (ING/Mercedes)
Nico Rosberg (ALE/Mercedes)

Volta mais rápida: Daniil Kvyat (RUS/Toro Rosso-Ferrari) com 1m26s948, na 53ª volta.

Mundial de Pilotos:

Mundial de Construtores: