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VEM AÍ UMA NOVA LIBERTADORES. ATÉ QUE ENFIM!

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Não nos julguem! É uma questão de opinião. Nós realmente achamos que a competição mais charmosa do futebol das Américas precisava passar por mudanças, o que não quer dizer que concordamos com tudo que foi proposto no pacotão anunciado pela Conmebol. Não somos contra as tradições, como até já mostramos no início na edição desse ano da Libertadores, mas temos consciência de que melhorias são mais do que necessárias, para diminuir o abismo de organização em relação às competições europeias.

Particularmente ouvi de tudo. De gente feliz com as mudanças à pessoas desesperadas, chegando a falar que matarão a Libertadores com essas novidades. Teve até gente dizendo que os clubes sul-americanos não terão nenhuma chance no Mundial, por terem pouco mais dois meses de preparação (o que é um verdadeiro disparate).

Para o presidente da Confederação, Alejandro Domínguez, “estas reformas fazem parte de uma estratégia global para incentivar o desenvolvimento do futebol sul-americano e reforçar a sua competitividade”, como citou em seu perfil no Twitter. Mas a polêmica estava instaurada e resolvemos tentar pontuar bem o que cada mudança significa e as implicações que elas trarão.

Presidente da Conmebol anuncia mudanças na Libertadores. FOTO: AP
Presidente da Conmebol anuncia mudanças na Libertadores. FOTO: AP

A mudança mais importante e necessária, ao meu ver, é o aumento das datas da Copa Libertadores, subindo de 27 semanas para 42, tendo sua duração estendida de fevereiro a novembro. Rompendo a barreira do primeiro semestre, a competição passa a correr em paralelo com a temporada nacional, numa tentativa de harmonizar sua disputa com os calendários dos campeonatos nacionais, para que os times que seguirem bem na Libertadores não precisem sacrificar suas campanhas nas competições dentro de seus países.

Como bem disse Felipe Lobo no site Trivela, com a ideia de alongar a competição, ” a Libertadores é mais valorizada, com disputas de times mais inteiros fisicamente e se espera que com mais qualidade técnica também, como consequência”. Também é uma boa oportunidade para padronizar as rodadas das chaves de grupos, como acontece na Champions, evitando que um time chegue a ter cinco partidas e outro apenas três. Mais tempo de respiro entre os jogos dá chance de recuperar o elenco e de preparar o time para a temporada, ao contrário do que se vê hoje, quando se monta um time para a Libertadores e se espera um desmanche logo depois. É bem verdade que ainda me parece melhor equiparar o calendário daqui com o europeu, mas uma coisa de cada vez. Seria um baita choque cultural para o brasileiro, principalmente.

Outra mudança é o aumento no número de participantes de 38 para 42 clubes. Rumores de que as novas vagas seriam distribuídas  pelo ranking da Conmebol, favorecendo clubes como Cruzeiro e Inter – que lutam contra o rebaixamento no Brasileirão -, logo foram desmentidos por Alejandro Domínguez. Melhor assim. De qualquer forma, as discussões sobre essa distribuição das vagas será feita nas próximas semanas. A forma de disputa também não está definida, mas a tendência é que tenhamos mais clubes na fase preliminar, na disputa por vagas na fase de grupos. Desta forma, o torneio manteria o formato atual. Não se treta de uma mudança estritamente necessária, mas não deve provocar nenhum mal.

A revolução chegou também à Copa Sul-Americana. Para tentar valorizá-la, passará a ser disputada de junho a dezembro e, assim como acontece na Europa com a Champions e a Liga Europa, os clubes que não se classificarem às oitavas de final da Copa Libertadores ganharão vaga na Sul-Americana. Um acerto, para evitar que a segunda competição mais importante do continente morra no ostracismo.

Eu e meus companheiros de blog concordamos que o erro dessa nova Libertadores é querer copiar o modelo de decisão em jogo único, com campo neutro. Num continente gigantesco como é a América, isso fica inviável. Os deslocamentos de um país para o outro não são fáceis (questão de dias) e o continente não possui transporte rápido, integrado, nem com disponibilidade suficiente e tão pouco preços estáveis. Como bem lembrou nosso editor Glauber Maia “basta um time de BH chegar na final disputada em Buenos Aires para que, assim que a semifinal acabar, as passagens para a capital argentina no período da decisão tenham seus valores triplicados”.

Claro que é economicamente positivo para a cidade escolhida como sede, além de criar-se a oportunidade de fazer da final um grande evento, como na Champions ou no Superbowl. Mas para a realidade latino-americana a ideia ainda não está bem encaixada. Felipe Lobo ainda lembrou que “mais do que tudo isso, perde-se a identidade de uma final autenticamente sul-americana, com dois jogos, ida e volta, cada clube podendo fazer o seu jogo como visitante”. E, sem dúvida, isso tem muito valor por aqui, seja para os gigantes continentais ou para as zebras, como o Del Valle.

Se as mudanças de calendário e de número de clubes forem bem executadas a competição vai ganhar muito, assim como sua nova relação com a Copa Sul-America só deve fazer bem. O problema é ver como isso será feito. Já a final em um jogo só pode ser um baita tiro no pé. Vamos ver no que vai dar.

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