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Tratado sobre o primeiro turno do Brasileirão

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Brasileirão

O campeonato brasileiro chegou à metade e com ela, vêm algumas conclusões. Podemos dizer que o campeonato não deixa de ser surpreendente, com alguns fatos que não se mostravam tão previsíveis ao início da temporada e nem mesmo ao início do campeonato, no “longínquo” mês de maio.

Após as 19 rodadas, apenas duas certezas: Galo campeão da América não esteve nem aí para o turno e o Náutico disputará a segundona ano que vem. Tirando isso, o resto é só surpresa e incerteza.

Na parte de baixo da tabela, vendo a fraca luz da lanterna que o Náutico não larga, Ponte e Portuguesa de mãos dadas tentando fugir do rebaixamento, sem grandes elencos e pouca badalação, só a enorme tradição dos dois times o ajudam na empreitada, convenhamos, apesar da tradição, nada de muito surpreendente.

Aí aparece a primeira surpresa do campeonato, o São Paulo está na zona do rebaixamento e se mostra em um momento bem complicado. O time que cinco anos atrás era tido e havido como o mais “europeu” do Brasil, digamos que tenha passado por um grande processo de “brasileirização” neste meio tempo. Já são três técnicos, além de ambiente político instável, jogadores problemáticos e em momentos ruins, além de uma falta de sorte dramática. Tem condição de sair dessa situação, mas precisará de muita força.

O flerte do São Paulo com o rebaixamento já é quase um casamento. FOTO: Marcos Bezzera/Futura Press
O flerte do São Paulo com o rebaixamento já é quase um casamento. FOTO: Marcos Bezzera/Futura Press

O Galo está de intruso na parte de baixo da tabela, com o time que ganhou a Libertadores poderia estar em situação melhor, mas fica apenas com a primeira marcha engatada, esperando um sonhado confronto contra o Bayern.

Próximos ao Galo tem dois times do Rio e os dois da Bahia. O Flamengo não faz muito além do que conseguirá fazer com a peculiar bagunça e o elenco fraco que montou para a temporada. O Flu, atual campeão (é bom lembrar), viu alguns de seus pilares na campanha vitoriosa do ano passado saírem e não vive grande temporada; no estadual já dava sinais que não seria nem de perto um dos candidatos ao título. O baianos não farão muito mais do que isso, o Bahia que lutou para não cair e o Vitória que veio da segundona ano passado surpreenderam só na primeira metade do turno, quando figuraram na parte de cima da tabela. O acarajé será iguaria do meio pra baixo da tabela.

Criciúma, Vasco, Goiás, Coritiba e Santos no meio estão e no meio devem ficar. A única surpresa é o futebol do Walter, jogando o fino da bola mesmo com o corpo não tão fino assim. Alex e Juninho Pernambucano jogam muito e isso não é novidade nenhuma, tem uns 15 anos que sabemos bem disso. Destaque para o Criciúma, que tem o maior percentual de lotação de estádio do campeonato; programa de sócio-torcedor que deu certo podia virar moda pelo país.

O goleador peso-pesado, Walter. FOTO: Placar
O goleador peso-pesado, Walter. FOTO: Placar

O Inter de Porto Alegre está sendo Inter de Porto Alegre. Sempre apontado ao início do campeonato como um dos postulantes ao título, com torcida e elenco para isso, mas não o fazendo. O “quase” ameaça aparecer para os colorados mais uma vez, caso o time não engrene.

O Corinthians não deixa de ser uma decepção. Continua mostrando um poderio defensivo impressionante, levando apenas 8 gols, um recorde no brasileirão. Mas o ataque deve demais. Quando trouxe Alexandre Pato à peso de ouro no início da temporada, talvez buscasse uma grife para um time que saiu do fundo do poço contra o Tolima para o topo do mundo contra o Chelsea sem aquele nome marcante. Não funcionou. O ataque patina e não mostra poder de decisão, tem feito falta para o campeão do mundo os gols que não saem.

Botafogo e Grêmio se mostram fortes na disputa, os sulistas com seu novíssimo estádio e um elenco montado com pompa e circunstância no início da temporada passou por alguma reformulação no momento da eliminação na Libertadores e encaixou. Os cariocas perderam jogadores importantes no decorrer do turno, reduzindo mais ainda um elenco limitado, perdeu o estádio que chamava de seu e tem um craque veterano que não pode jogar todas as partidas em 100%; ainda assim, mostra força para brigar na parte de cima da tabela.

O Cruzeiro é uma surpresa para quem fez contas para não cair em 2011 e foi coadjuvante insosso em 2012. O elenco montado para dar início a um possível processo de retomada e rendeu mais. Hoje o time é líder do campeonato e tem o ataque mais positivo (42 gols, o recorde da era dos pontos corridos). Tem demonstrado bom poder de reposição e se mostra como um dos seríssimos candidatos ao título. Destaque também para mais um grande trabalho na carreira de Marcelo Oliveira, que chegou sob suspeitas e narizes tortos, mas com trabalho conseguiu colocar o time para cima. Éverton Ribeiro desmonta defesas e Willian caiu como uma luva no ataque, Bruno Rodrigo se destaca mais que o Dedé, que custou 14 milhões e o Fábio está junto de Juninho Pernambucano e Alex na turma dos que jogam muito e não é novidade. O Mineirão é um caso à parte na campanha do Cruzeiro, invicto em seus domínios (8 vitórias e 1 empate), o Cruzeiro terá tabela difícil no início do returno e se sobreviver, caminhará a passos largos para mais um título.

Cruzeiro: regularidade e eficiência de líder. FOTO: Placar
Cruzeiro: regularidade e eficiência de líder. FOTO: Placar

A grande surpresa do campeonato é o Atlético Paranaense. Vindo da Série B, sem casa, sem um elenco badalado incluindo Paulo Baier (eterno) naquela turminha já citada aí por cima e com um técnico contestadíssimo nos vários clubes por onde passou. Uma receita com todos os ingredientes de segundona e o time está brigando por Libertadores. Vagner Mancini não perdeu nenhuma no campeonato, Éderson surgiu avassalador no ataque e Baier é decisivo como de costume, mesmo aos 38 anos de idade.

A surpreendente campanha do Atlético-PR. FOTO: globoesporte.com
A surpreendente campanha do Atlético-PR. FOTO: globoesporte.com

O curioso é que essa campanha dos atleticanos reacende discussões antigas: calendário, número de jogos e o valor dos estaduais. O time deu uma banana para a federação/televisão e colocou o time sub-23 para disputar o estadual e preparou-se para o brasileirão. Patinou no começo, trocou de técnico e não perdeu mais. Arrancou do Z4 e foi vice-lider na penúltima rodada do turno. Pode não dar em nada no segundo turno, mas já fica claro que tem coisa errada na estrutura do futebol brasileiro…

A sorte está lançada e o segundo turno já começou. O campeonato mais equilibrado do mundo tem mais 4 meses  e até 19 jogos para conhecer seu campeão. Com surpresas e campanhas previsíveis, o brasileirão segue forte e bem disputado. Boa disputa é a marca registrada do Campeonato Brasileiro e neste ano, não foge nem fugirá à regra.

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