O último romântico. Talvez seja a melhor definição deste circuito lendário. Spa, junto com o anel norte do antigo circuito de Nürburgring, o Nordschleife, representa não só a Fórmula 1 de antigamente, mas também parte da história do automobilismo europeu.

Seus poucos mais de 7 quilômetros de extensão transpiram história. O circuito preferido por todos os pilotos, já protagonizou grandes corridas, muitas delas com episódios inusitados. Destaco entre elas a louca corrida de 1998. Como é comum de ocorrer na Bélgica, a corrida foi debaixo de chuva. Logo na largada, ocorreu um grande acidente onde simplesmente 13 carros foram envolvidos. O vídeo a seguir mostra como foi este acontecimento.

Já com a corrida em andamento, outro episódio inusitado ocorreu: Schumacher liderava a corrida com folga, e quando ia dar uma volta no oitavo colocado, David Coulthard, bateu na traseira do mesmo e perdeu a roda dianteira direita, sendo obrigado a abandonar a corrida. Os dois pilotos se dirigiram para os boxes e Schumacher foi tirar satisfação com o escocês. Sorte que ambos foram apartados por funcionários das equipes. O vídeo a seguir mostra como foi mais este acontecimento inusitado da corrida.

Voltando para 2014, finalmente terminaram as férias de verão da Fórmula 1. Num espaço de pouco menos de 3 meses, se realizarão as últimas 8 etapas da atual temporada. Temporada que está marcada até agora pelo protagonismo dos carros da Mercedes; pelas vitórias e boas atuações de Ricciardo sobre o tetra campeão Sebastian Vettel; pelo fracasso da Ferrari, mesmo tendo dois campeões mundiais pela equipe italiana; e pela “ressurreição” da Willians conseguindo bons resultados, principalmente se comparados aos obtidos pelo time inglês nas últimas temporadas.

Agora, estas últimas 8 provas prometem ser quentes, principalmente na disputa particular entre Rosberg e Hamilton pelo título do campeonato de pilotos. Em circuito de “gente grande” uma vitória pode mudar os rumos dos acontecimentos desta temporada.

O circuito da corrida

O Grande Prêmio da Bélgica é um dos mais tradicionais da Fórmula 1. Está no calendário da categoria desde seu início em 1950 e, de lá pra cá, somente em seis ocasiões não integrou o calendário.

De 1950 a 1970, a corrida era realizada no antigo Spa-Francorchamps com 14 quilômetros de extensão. Em 1972 e 1974, ela foi realizada em Nivelles. Em 1973, 1975 a 1982 e 1984, em Zolder. E, em 1983, e de 1985 em diante, a passou para o no novo circuito de Spa-Francorchamps.

O novo circuito de Spa-Francorchamps localizado nos arredores das cidades de Spa, Stavelot e Malmedy, é o maior circuito em extensão da atual Fórmula 1. Seus 7004 metros são compostos por extensas retas e curvas lendárias, como a travada La Source, situada logo após a reta dos boxes, e a insuperável Eau Rouge, que é feita de “pé cravado” a quase 300 km/h.

Originariamente o circuito belga tinha 15 quilômetros de extensão. O atual traçado, com pouco mais de 7 quilômetros, pode ser visto na figura seguinte.

A corrida da Bélgica é caracterizada pela alta imprevisibilidade das suas condições climáticas. A floresta ao redor do circuito ajuda ainda mais nisto. Inúmeras vezes os treinos foram realizadas com pista seca e a corrida ocorreu com chuva. Traduzindo: emoção é o que não falta nesta corrida.

Dados históricos

Foram 58 edições do GP da Bélgica desde 1950. O argentino Juan Manuel Fangio foi o primeiro vencedor correndo no antigo circuito de 14 km de Spa-Francorchamps. No novo traçado, o primeiro vencedor foi o francês Alain Prost em 1983.

O título deste artigo explica-se pelo seguinte fato: das 46 corridas realizadas até agora em Spa, nada menos que 40 delas foram vencidas por campeões mundiais. E duas delas por vice-campeões mundiais. Entenderam porque ganhar em Spa é coisa de “gente grande”?

O maior vencedor do GP da Bélgica é o alemão Michael Schumacher, 6 vitórias alcançadas, seguido pelo brasileiro Ayrton Senna, com 5 vitórias (ambos com todas as vitórias também no novo traçado). Por equipes, quem mais venceu até agora foi a Ferrari, com 16 vitórias, seguida pela McLaren, com 14 vitórias.

A pole mais rápida foi feita por Mark Webber, pela Red Bull, em 2010, com o tempo de 1min 45s 778. A volta mais rápida foi de Sebastian Vettel, em 2009, também pela Red Bull, com 1min 47s 263 (ambos com os carros com motores V8).

Expectativa para a corrida

Já virou tradição esta parada de quase um mês durante a temporada da Fórmula 1. Ela serve mais como um período de descanso para pilotos e equipes, uma vez que grandes mexidas nos carros são vetadas.

O retorno no mítico circuito belga marca o início da “segunda metade” do campeonato. Restando ainda 8 corridas a serem realizadas, contando ainda que a última terá pontuação dobrada, a única coisa que parece certa é que o título do campeonato de construtores será da Mercedes.

Parece também óbvio que o título do mundial de pilotos ficará com Rosberg ou Hamilton. No entanto, Ricciardo já venceu duas corridas este ano, vem dando até agora um “vareio” no companheiro de equipe, o tetra campeão Sebastian Vettel, e, se a Mercedes bobear, pode se intrometer nesta disputa entre Rosberg e Hamilton. Vale destacar também a temporada decepcionante de Raikkonen. Este sim está levando um baile de seu companheiro de equipe, Fernando Alonso. No entanto o finlandês já venceu 4 vezes em Spa e pode aproveitar isto para fazer algo melhor do que apresentou até agora. E as Willians? Será que conseguirão vencer uma corrida ainda este ano? Chegou perto duas vezes (com Valtteri Bottas) e vem mostrando uma boa evolução nas últimas corridas.

O retorno da Fórmula 1 em um dos seus maiores templos promete muitas emoções, que devem prosseguir intensas até o final da temporada, em novembro, nos Emirados Árabes.

Horários:

Classificação – 23/08/2014 (sábado), 09:30h (horário de Brasília). Corrida – 24/08/2014 (domingo), 08:40h (horário de Brasília). Boa corrida para todos.