RIVER, TIGRES E A LIBERTADORES ANTES E DEPOIS DA COPA AMÉRICA
A final da Libertadores começa hoje cheia de expectativas para o embate entre River Plate da Argentina e Tigres do México. E para esquentar para o jogo o blog trás um panorama da final e o que aconteceu com as equipes no percurso até a decisão, com um enfoque na grande diferença que a pausa da competição teve.
Na edição deste ano tivemos a parada do torneio após as quartas de final para a disputa da Copa América. E sempre que ocorre essas paradas, fato nem tão incomum nos confusos calendários de competições sul-americanas, há a possibilidade de mudanças, as vezes para melhor, as vezes para pior, na situação das equipes. Times que não estão tão bem podem ganhar um folego para arrumar a casa, contratarem reforços e modificarem a equipe. E times que estão bem podem voltar piores ou em má fase perdendo o embalo ou perderem jogadores. É sempre complicado saber o que esperar e como administrar o período de parada de competições. Os times finalistas são bons exemplos disso.
O River Plate, por exemplo chegou para esta final em momento bem diferente do que estava no inicio da competição. O time de Gallardo começou como franco favorito ao título e fez uma péssima primeira fase, acabou se classificando como o pior segundo colocado, na bacia das almas, graças a uma vitória dos reservas do próprio Tigres. A pífia participação com apenas uma vitória e quatro empates e a classificação suada nos últimos minutos da última partida colocava o River longe das apostas para a final. A perspectiva de enfrentar o arquirrival Boca, com campanha avassaladora até ali, piorava ainda mais as perspectivas do River. A seu favor somente o fato de ser um clássico. Pois o River acabou se impondo sobre o rival no primeiro jogo e o segundo não terminou devido a palhaçada, que todos se lembram, que ocorreu em La Bombonera.
Em seguida nada de vida fácil para o River. Teriam pela frente um de seus carrascos históricos, o Cruzeiro. Mais um clássico e, para piorar os argentinos perderam o primeiro jogo em pleno Monumental. No jogo de volta o River deu a grande virada na competição e mostrou a força que o credenciava a ir longe na competição. Venceu o Cruzeiro no Mineirão lotado com autoridade poucas vezes vista num mata-mata de Libertadores e avançou para as semifinais para encarar a grande surpresa da competição, o Guarani-PAR.
Como vimos, Corinthians e Cruzeiro, que eram dois dos favoritos, morreram na praia. Outro que parou pelo caminho foi o Galo, que derrapou contra o Inter, quando teve plenas chances de classificação. Curiosamente, com a parada da Copa América, tudo mudou. O Cruzeiro que vinha bem, sentiu o golpe, demitiu o técnico, mudou o elenco e vai muito mal no Brasileirão. O Corinthians entrou em crise, perdeu jogadores e importante e já se remontou, disputando a liderança do Brasileirão com o Galo. Esse então, com o fim da Libertadores veio numa crescente que culminou com a liderança isolada do Campeonato Brasileiro. Como veremos, a pausa não ajudou o Inter e o Guarani.
Voltando a Libertadores, o Tigres, antes da competição começar, não era apontado como favorito mas no percurso até a final foi um dos poucos a confirmar nas fases de mata-mata o favoritismo adquirido por ter feito a segunda melhor campanha na fase de grupos. Apesar de ter enfrentado adversários teoricamente mais fracos até pegar o Inter na semifinal o Tigres passou bem pelas duas primeiras fases eliminatórias, sempre se mostrando bem competitivo.
A parada acabou sendo bem favorável aos dois finalistas. Ambos se reforçaram com qualidade durante o “descanso” e o River pôde confirmar sua recuperação na temporada se firmando no Campeonato Argentino. No River chegaram Aimar (que acabou desistindo de jogar e se aposentou), Saviola e Lucho Gonzalez, ídolos do clube que podem ajudar na sequência da competição. Ainda trouxeram Nicolás Bertolo e Tabaré Viudez embora tenham perdido o importante Téo Gutierrez (um dos responsáveis pelo passeio no Mineirão). O Tigres também se encheu de reforços pós Copa América. Contratou o artilheiro francês Gignac e o ponta Aquino, que seriam destaques da semifinal contra o Inter. E diga-se de passagem, nas semifinais, segurou bem a barra no jogo de Porto Alegre para depois atropelar o Inter em casa. Contrataram ainda o meia mexicano Jurgen Damm, atacante nigeriano Uche, do Villarreal e o volante e lateral-esquerdo mexicano Jairo Gonzáles.
Comparando os dois finalistas não se pode prever algum favoritismo para um dos lados, pelo menos até que se tenha o resultado do primeiro jogo. Ambos os times aproveitaram bem a parada e teoricamente estão melhores que antes, tanto que venceram com autoridade os jogos contra Inter e Guaraní. Para o River, além dos grandes reforços que podem ter papel decisivo, há o fato de que a equipe se estabilizou na temporada e joga melhor agora, tanto que é líder do Campeonato Argentino. Decidir em casa também pode desequilibrar o confronto para os Millonarios. Porém uma má exibição no primeiro jogo no México pode ser desastroso. Já para o Tigres pesa a favor a qualidade do seu elenco, a melhor campanha até aqui na Libertadores e a força em sua casa como visto no passeio sobre o Internacional. O fato de a temporada no México estar começando (o México segue o calendário europeu) pode ser uma dificuldade para os mexicanos.
Ao que tudo indica uma grande final nos espera. O River tenta voltar a conquistar a Libertadores depois de 19 anos e mostrar que tem tradição no torneio e o Tigres tenta ser o primeiro time mexicano campeão do torneio. Há que se esperar pra ver o que entra para a história. Mas de uma coisa temos certeza, essa parada para a Copa América fez um bem enorme aos dois finalistas.
Confira os dois jogos entre as equipes na primeira fase:
https://youtu.be/8drix07Qxqo
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