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O GP DA ALEMANHA E O FIM DO JEJUM

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Alemanha tetra campeã da Copa do Mundo na nossa casa, com direito a um antológico “sacode” de 7 a 1 sobre a nossa seleção na semifinal. A princípio é difícil nos remeter algo positivo que se relaciona à nação germânica.

Porém foi lá que, no ano 2000, chegava ao final um jejum que já durava quase 7 anos: no domingo de 30 de julho de 2000, um piloto brasileiro voltava a vencer uma corrida de Fórmula 1. Fato que não ocorria desde 7 de novembro de 1993, quando Ayrton Senna venceu o GP da Austrália em Adelaide. O dono da proeza foi o criticado (até hoje) por muitos, Rubens Barrichello.

Rubinho vinha sofrendo muita pressão dos torcedores da Fórmula 1 do nosso país, que ficaram “órfãos” desde a morte de Ayrton Senna em 1994. A maioria viu nele a esperança de preencher a lacuna deixada pelo, para muitos, melhor piloto de todos os tempos da Fórmula 1.

Após perambular por equipes médias e conseguir alguns bons resultados, sem, no entanto, conseguir vencer uma corrida, Barrichello foi contratado pela Ferrari e a partir do ano 2000, tornou-se o primeiro brasileiro a pilotar os carros da famosa equipe de Maranello.

Por estar agora em uma equipe grande, a pressão sobre ele aumentou. E o brasileiro vinha fazendo uma temporada boa: em 10 corridas disputadas até a GP da Alemanha o brasileiro havia pontuado em 8 delas, sendo que 6 vezes subiu ao pódio, 3 vezes em segundo e 3 vezes em terceiro, com direito a uma dupla ultrapassagem sobre os irmãos Schumacher no GP da Espanha que lhe valeu o terceiro lugar naquela corrida.

Porém aquele final de semana parecia que não seria tão bom para o brasileiro. Com múltiplos problemas o piloto brasileiro conseguiu somente a 18ª colocação no grid de classificação.

Mas a sorte começou a sorrir para o brasileiro logo na primeira volta. Um acidente, envolvendo, entre outros, Michael Schumacher, fez o brasileiro ganhar 8 posições somente na primeira volta. Ao final de 15 voltas (o que já representava 1/3 daquela corrida) Rubinho já era terceiro, mas 13 segundos atrás dos pilotos da McLaren.

Foi aí que na volta 26 começou a ficar evidente que aconteceria algo diferente naquela corrida: um bêbado invadiu a pista. Safety Car na mesma, pit stops realizados pela maioria dos pilotos e todos ficaram próximos uns dos outros.

Na volta 34, chegou uma “convidada” que já estava se anunciando a um bom tempo: a chuva. Já na volta seguinte Mika Häkkinen e Jarno Trulli pararam nos boxes para colocar pneus para pista molhada. Mas Rubinho não fez o mesmo e assim assumiu a liderança da prova. A bem da verdade é que o circuito de Hockenheimring possuía uma característica muito interessante: o mesmo era muito extenso (menor somente que Spa-Francorchamps na época). Assim o circuito ficou com trechos com chuva (“estádio” e reta dos boxes) e outros sem chover (as antigas extensas retas do setor da floresta).

Foi nesse momento que Rubinho mostrou a sua genialidade e fez as últimas 10 voltas da corrida sem trocar os pneus do seu carro. À época havia também um detalhe interessante: os pneus de pista seca não eram completamente lisos como os de hoje, o que facilitou um pouco a tarefa árdua do nosso piloto brasileiro.

Spray levantado pelo carro de Barrichello durante as últimas voltas demonstra como estava a chuva em determinado trecho do circuito alemão. FOTO: voltarpida.blogspot.com.br
Spray levantado pelo carro de Barrichello durante as últimas voltas demonstra como estava a chuva em determinado trecho do circuito alemão. FOTO: voltarpida.blogspot.com.br

Essa corrida foi muito marcante para este que lhes escreve, pois foi a primeira vez que eu vi um piloto brasileiro vencer uma corrida de Fórmula 1.

Podemos rever este momento histórico e emocionante nos vídeos abaixo que lembram esta data histórica para o automobilismo brasileiro.

Voltando para 2014 é bom que Rosberg aproveite o fator casa como Hamilton fez na corrida passada, pois, a sorte que acompanhava o piloto alemão de não ter tido abandonado corridas com problemas no carro, sumiu na última prova. A diferença agora entre Rosberg e Hamilton é de somente 4 pontos a favor do alemão. Será que os bons ventos da conquista em campo irá também se fazer sentir na pista?

O circuito da corrida

O Grande Prêmio da Alemanha é um dos mais tradicionais da Fórmula 1. Está no calendário da categoria desde 1951 e, de lá pra cá, somente em três ocasiões não integrou o calendário da categoria.

De 1951 a 1976 (exceto em 1955 e 1960 quando não houve a corrida, em 1959 que foi realizada em AVUS e em 1970 em Hockenheimring) o circuito utilizado para as corridas alemãs foi o lendário anel norte do antigo circuito de Nürburgring mais conhecido como Nordschleife ou “Inferno Verde” denominação dada pelo tri campeão mundial Jackie Stewart. Detalhe: Nordschleife existe até hoje com seus lendários 22.865 metros.

De 1977 até 2006 o circuito de Hockenheimring foi o responsável por sediar a etapa alemã da Fórmula 1. A partir de 2008 Hockenheimring e Nürburgring se revezam em sediar o GP da Alemanha. Em anos pares, como este, a corrida se realiza em Hockenheimring e em anos ímpares em Nürburgring.

Hockenheimring, assim como muitos circuitos antigos, passaram por modificações do seu traçado ao longo dos anos. A mais recente ocorreu entre 2001 e 2002, por imposição da FIA, que culminou com a retirada das longas retas que cortavam a floresta da região, o que foi criticado por muitos, tanto pilotos, quanto outras pessoas ligadas a Fórmula 1. A principal reclamação foi que, sem o trecho da floresta, Hockenheimring virou um circuito comum.

A atual configuração de Hockenheimring possui 4574 metros e pode ser visto na figura abaixo (em cinza o traçado utilizado até 2001).

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Circuito de Hockenheimring onde se realiza o GP da Alemanha. Em cinza pode-se ver o antigo traçado que cortava uma floresta da região. FOTO: trackpedia.com

Pilotos e equipes devem ficar atentos. A chuva é sempre possível de ocorrer, adicionando mais emoção à corrida. Basta lembrar da vitória de Rubinho em 2000.

Dados históricos

Nas 60 edições realizadas até agora do GP da Alemanha desde 1951, 39 pilotos diferentes venceram lá. O italiano Alberto Ascarifoi o primeiro vencedor, em 1951, correndo no anel norte do antigo circuito de Nürburgring, o Nordschleife. Em Hockenheimring o primeiro vencedor foi o austríaco Jochen Rindt em 1970.

O maior vencedor do GP da Alemanha (e também de Hockenheimring) é o alemão Michael Schumacher com 4 vitórias, seguido por Stewart, Piquet, Senna e Fernando Alonso, com 3 vitórias cada um. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a Ferrari com 21 vitórias (12 em Hockenheimring), seguida pela Williams, com 9 vitórias (todas em Hockenheimring).

A pole mais rápida do atual traçado foi feita por Michael Schumacher, pela Ferrari, em 2004, com o tempo de 1min 13s 306 (com os carros com motores V10), enquato a volta mais rápida foi feita por Kimi Raikkonen também em 2004, pela McLaren com o tempo de 1min 13s 780 (também com os carros com motores V10).

Expectativa para a corrida

Se os resultados das últimas corridas começavam a favorecer o alemão Nico Rosberg na disputa do campeonato de pilotos contra o inglês Lewis Hamilton, na Inglaterra isto virou fumaça.

A vitória de Hamilton associada ao primeiro abandono de Rosberg na temporada puseram fogo na disputa entre eles. A diferença agora entre os dois é de somente 4 pontos de vantagem para o alemão. Traduzindo: nitroglicerina pura para a disputa desta etapa.

Outro destaque fica por conta dos carros da Willians. Mais uma vez Bottas chegou ao pódio desta vez em segundo e vem até agora dando um passeio em cima de Felipe Massa. E a Willians entra de vez na disputa do segundo lugar do campeonato de construtores com a Red Bull, pois o primeiro lugar, com certeza, será da Mercedes.

Horários:

Classificação – 19/07/2014 (sábado), 09:35h (horário de Brasília)

Corrida – 20/07/2014 (domingo), 09:00h (horário de Brasília)

A classificação e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo, que agora suprime o treino para apenas sua última etapa, o Q3. Boa corrida para todos.

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1 Comment

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