GP DA ÁUSTRIA DE 2001: A PRÉVIA DO “HOJE SIM”
A prática do chamado “jogo de equipe” na Fórmula 1 sempre gerou discussões. Enquanto uns a defendem, dizendo que a equipe é que deve ser priorizada, outros a criticam, por gerar resultados artificiais e a ausência de competitividade entre pilotos da mesma equipe.
Bom, este fim de semana tem GP da Áustria e, nesta etapa, é impossível não se lembrar do “famigerado” GP realizado em 2002, aonde Rubens Barrichello após liderar os treinos e a corrida entregou, por ordem da Ferrari, a vitória para Michael Schumacher nos metros finais da prova.
Mas o que talvez alguns não se lembram é que algo semelhante já havia acontecido no ano anterior, na Áustria mesmo. Em 2001 a etapa austríaca era a sétima daquela temporada. Michael Schumacher (Ferrari) vinha liderando o Mundial de Pilotos com 36 pontos, seguido, de perto, pelo escocês David Coulthard da McLaren, com 32.
Schumi fez a pole, mas na corrida foi superado por Coulthard e Barrichello. Com o passar da prova, ficava evidente que as Ferraris não teriam condição de superar o escocês da McLaren. Assim, para evitar uma redução maior na diferença entre os pilotos na classificação do mundial, a Ferrari deu a ordem e, a poucos metros do fim, Barrichello cedeu o segundo lugar para Schumacher, completando o pódio em terceiro lugar. A manobra em questão pode ser vista no vídeo a seguir.
Apesar da reclamação de alguns, o episódio passou praticamente batido. No fim das contas o alemão da Ferrari conquistou o tetracampeonato na Hungria algumas corridas depois. Mas no ano seguinte… “É inacreditável”.
Será que na Áustria algum dos carros da Mercedes não subirá no pódio? Em seis corridas até agora em 2015, sempre os dois carros da equipe alemã estiveram presentes em duas das três primeiras posições do pódio. Quem candidata-se a conseguir este feito?
O circuito da corrida
O Grande Prêmio da Áustria foi disputado pela primeira vez em Zeltweg e depois, por quase vinte anos, no extenso circuito de Österreichring. Posteriormente o circuito de Österreichring foi refeito, teve sua extensão reduzida, foi rebatizado como A1 Ring e recebeu mais algumas etapas da Fórmula 1 entre 1997 e 2003.
Após 11 anos em que o mesmo começou a ser desmanchado e reconstruído – agora batizado como Red Bull Ring, porém conservando o mesmo traçado de 2003 – a Fórmula 1 voltou para a Áustria ano passado. O traçado possui 4326 metros, composto de longas retas e várias curvas rápidas. Em situações normais, os pilotos deverão fazer este traçado por 71 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa austríaca da Fórmula 1.O traçado do circuito, pode ser visto na figura a seguir.
Dados históricos
Nas 27 edições do GP da Áustria realizadas até agora, desde 1964 (ocorreram períodos neste espaço de tempo em que a corrida não foi realizada), 21 pilotos diferentes venceram lá. O italiano Lorenzo Bandini foi o primeiro vencedor, em 1964, correndo no circuito de Zeltweg. Em Red Bull Ring (considerando as provas desde 1997, onde apesar da mudança de nome de A1 para Red Bull, o traçado ficou o mesmo) o primeiro vencedor foi o canadense Jacques Villeneuve em 1997.
O maior vencedor de GPs da Áustria é o francês Alain Prost, com 3 vitórias, no antigo Österreichring. Em Red Bull Ring os maiores vencedores são o alemão Michael Schumacher e o finlandês Mika Hakkinen, com 2 vitórias cada. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a McLaren com 6 vitórias (3 em Red Bull), seguida pela Ferrari, com 5 vitórias (3 em Red Bull).
A pole mais rápida foi feita por Rubens Barrichello pela Ferrari, em 2002, com o tempo de 1min 08s 082 (com os carros com motores V10) e a volta mais rápida foi feita por Michael Schumacher em 2003, pela Ferrari, com o tempo de 1min 08s 337 (também com os carros com motores V10).
Expectativa para a corrida
Em 2015, ao que parece, está a se assistir quase que um “repeteco” de 2014. As Mercedes estão sobrando. Creio que até um pouco mais este ano que em relação ao ano passado. Seus dois pilotos estiveram sempre no pódio e só não venceram a corrida na Malásia porque Vettel, além de grande pilotagem, fez um pit stop a menos que os carros alemães. O bi do Mundial de Construtores é questão de tempo.
E se não ocorrer nada excepcional (anotem aí) Hamilton conquista o tricampeonato este ano. Rosberg é bom piloto, deve dar algum trabalho, mas Hamilton é “mais piloto” que o alemão e, pelo que se viu até agora, o Mundial de Pilotos vai continuar na Inglaterra.
Apesar do derrape no Canadá, também é cada vez mais evidente que a Ferrari deve terminar como a segunda força do grid ao final da temporada e, provavelmente, continuará a ser a única a incomodar as Mercedes em 2015.
A McLaren voltou a mesmice do restante da temporada. Seus dois carros abandonaram a corrida no Canadá e, ao que parece, este ano só servirá mesmo para o time inglês de preparação para a temporada de 2016.
Felipe Massa fez uma boa corrida no Canadá, mas viu Bottas levar a Williams ao seu primeiro pódio na temporada e viu o finlandês ampliar a sua vantagem na disputa interna dentro da Williams.
Felipe Nasr voltou a sofrer com a falta de evolução da Sauber e tende, nas próximas corridas, a ficar mais no final do grid. Não desanime Nasr!
Horários:
Classificação – 20/06/2015 (sábado), 09:00h (09:30 começa a transmissão na TV aberta) (horário de Brasília),
Corrida – 21/06/2015 (domingo), 09:00h (horário de Brasília)
O treino e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo. Boa corrida para todos.
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