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GÊNIOS DO ESPORTE | REINALDO

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José Reinaldo de Lima nasceu em Ponte Nova/MG e como muitos dos craques da era de ouro do futebol brasileiro, Reinaldo começou a mostrar seu talento nos campinhos e nas ruas da cidade. Aos poucos a fama do garoto, ainda conhecido como Zé, se espalhavam pela cidade, onde participava até de jogos pelos profissionais de um time de lá.

Em 1971, Reinaldo foi descoberto graças ao técnico das categorias de base do Galo, Barbatana. O treinador, que estava na cidade para um amistoso do time juvenil do Atlético, ficou sabendo de Reinaldo enquanto se informava de potenciais jovens para recrutar. Sem sequer ver o garoto atuar, confiou na informação e levou o menino direto do desfile de Independência da escola para um teste no Galo. Ele jogou os últimos 15 minutos de um treino contra o time profissional que viria a ser o campeão brasileiro daquele ano. Entre os dribles e jogadas fantásticas do garoto, canetas desmoralizantes pra cima de capitão Vantuir, que foram o suficiente para que o técnico Telê Santana logo falasse: “Não precisa mais do que isso, pode levar para assinar contrato”.

Jogou no juvenil mesmo com idade de “dente de leite”, e ainda jogava nas outras categorias para ajudar o time. Nessa fase, foi apelidado de “baby-craque” pelo escritor Roberto Drummond. Em 1973, com apenas 16 anos, estreou no time profissional do Atlético e começou a encantar a Massa com gols e jogadas geniais de que era capaz.

Conheceu logo cedo seu principal marcador: as lesões. Já sofria com as lesões em 73, sobretudo no joelho. Em 74 e 75 fram pouquíssimas partidas e uma cirurgia no joelho para retirada de seu menisco, além das infiltrações e a convivência com dores absurdas no joelho a cada partida. Tantas lesões fizeram com que o Galo buscasse um médico especialista para tratá-lo, o que garantiu que Reinaldo fizesse em 76 e depois em 77 duas das melhores temporadas de sua carreira.

O artilheiro Reinaldo no seu auge.
O artilheiro Reinaldo no seu auge. FOTO: arquivo

Reinaldo virou o Rei do Mineirão para a torcida do Galo e, ao lado de Paulo Isidoro, Toninho Cerezo e Marcelo Oliveira, formou uma das melhores gerações da história do clube. Encerrou o domínio do Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes em Minas e deu início a um domínio alvinegro que culminaria com o hexacampeonato mineiro.  Em 77 o Galo foi vice-campeonato brasileiro invicto, perdendo o título para o São Paulo, nos pênaltis, depois de terminas 12 pontos à frente do rival. Reinaldo foi o artilheiro com incríveis 28 gols em 18 partidas, com uma media de 1,5 gols por jogo. Nem em tempos de Cristiano Ronaldo e Messi se vê uma média tão alta. Com apenas 20 anos, Reinaldo era um dos maiores atacantes do futebol brasileiro.

Jogou pela Seleção Brasileira 37 vezes e marcou 14 gols. Disputou a Copa do Mundo de 1978 na Argentina embora tenha participado de poucos jogos, oficialmente, por falta de condição física (embora se diga que muito da sua ausência do time titular se deva a sua posição politica em tempos de ditadura militar). Para contar com o craque em condições a Seleção Brasileira chegou até a levar para um torneio, certa vez, um aparelho especifico extremamente caro, para tratar de suas lesões. Reinaldo disputou com a Seleção Brasileira as eliminatórias para a Copa do mundo de 1982, tendo feito o gol que selou a classificação brasileira no jogo contra a Bolívia. Porém o técnico Telê Santana acabou não o convocando alegando dúvidas sobre as condições físicas do atacante. Sua vida extra-campo e o envolvimento com drogas são possíveis razões apontadas para essa atitude. Anos mais tarde Telê declarou que com Reinaldo o Brasil com certeza teria sido campeão.

Reinaldo contra a Suécia, na Copa de 78.
Reinaldo contra a Suécia, na Copa de 78. FOTO: arquivo

Na década de 80, entre dribles, gols e lesões, Reinaldo viveu duelos épicos entre os rivais Galo e Flamengo, que dominavam o futebol brasileiro na época. O mais famoso deles, na final do Brasileiro de 80 (vídeo abaixo), no Maraca, Reinaldo calou o estádio com 200 mil pessoas por duas vezes, a segunda delas já machucado, andando em campo, empatando o jogo em 2×2. Porém, uma de suas maiores atuações não rendeu o título e o Rei ainda foi inexplicavelmente expulso. A história se repetiu na bizarra partida entre as duas equipes pela Libertadores de 81.

Reinaldo ficou no Galo até 85, jogando sua ultima partida contra o Ajax da Holanda em um amistoso em 11 de agosto. Jogou no Amazonas, no Palmeiras e (pasmem!) no Cruzeiro, sem nenhum brilho. Encerrou a carreira prematuramente em 88 aos 31 anos, depois de jogar na Suécia e na Holanda, vencido pelas inúmeras lesões e cirurgias nos joelhos. Poderíamos hoje estar falando de um dos maiores atacantes de todos os tempos, mas como disse certa vez Zico: “Reinaldo, se não fosse as lesões seria quem mais se aproximou de Pelé”. Talvez não fosse tanto mas sem dúvida foi um dos maiores gênios do futebol brasileiro.

Depoimentos sobre o Rei:

“Ele driblou o zagueiro e o Mineirão inteiro” – Kafunga, Ex-goleiro do Atlético-MG

“Olha, até nisso eu dei sorte. Se o Reinaldo fosse fisicamente perfeito, poderia bem ser capaz de me relegar ao segundo plano” – Pelé

“Dentro de campo sem dúvida o Reinaldo foi o melhor jogador que eu vi, e desde muito jovem no dente de leite e no juvenil ele já era diferenciado. O profissional não ensinou nada a ele, já chegou pronto” – Toninho Cerezzo – Ex-jogador do Atlético-MG

“Reinaldo é peça rara da escultura do futebol. Se você quer saber quem é o Rei, pergunte à bola!” – Fagner – Músico e Compositor

“O Reinaldo era absolutamente um gênio, um jogador extraordinário capaz de se desvencilhar da marcação em um espaço muito pequeno. Todo dia fazia coisas muito diferentes e jogadas geniais” – Marcelo Oliveira, Ex-Jogador do Atlético-MG e técnico

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