GÊNIOS DO ESPORTE – JUST FONTAINE
Os mais novos podem não conhecê-lo, mas Fontaine é, sem dúvida, umas das maiores lendas do futebol francês, além de um dos maiores goleadores do futebol mundial. Marcado pela velocidade, dribles curtos, chutes certeiros e um cabeceio digno da altura que não tinha, Fontaine gostava de brincar com sua habilidade ao subir de cabeça: “”Pulo tão alto para cabecear a bola que, quando desço, tenho neve nos cabelos”.
Just Fontaine nasceu em Marraquexe, no Marrocos (1933), de pai francês e mãe espanhola, quando o país ainda era colônia francesa. Começou sua carreira profissional no Casablanca, em 1950. Em 1952, venceu a liga marroquina e ajudou o clube a ganhar a Copa dos Campeões do Norte da África (extinto torneio entre os campeões das colônias francesas do Marrocos, Argélia e Tunísia). Por ter se destacado, foi contratado pelo Nice, 1953. Já em sua primeira temporada, ganhou a Copa da França de 1953/54.
Fontaine ainda venceria um Campeonato Francês pelo Nice (1955/56), antes de se mudas para o Reims onde se tornaria ídolo. Marcou 121 gols em 6 temporadas, ganhando e sendo artilheiro do Francês de 1957/58 e 1959/60. Na Taça dos Campeões Europeus (atual Champions League), levou o Reims a duas finais consecutivas contra o poderoso Real Madrid, perdendo as duas. Fontaine foi artilheiro na edição de 1958/59. Ainda levaria o títulos franceses de 1959/60 e 61/62. Sua carreira foi abreviada por fraturas na tíbia e no perônio da perna direita das quais nunca se recuperou totalmente. No total, o atacante de instinto matador marcou 165 gols em 200 jogos de primeira divisão (média de 0,825 por partida).
Sua fama se espalhou pela Europa pelo que fez pelo Reims, mas tornou-se lendário para o mundo pelas atuações pela seleção francesa. Desde 1958, a cada edição da Copa do Mundo seu nome é lembrado, devido ao recorde de gols em uma só edição do torneio, obtido em gramado suecos.
A campanha francesa naquela competição começou despretensiosa, com a imprensa sueca, os “Bleus” haviam sido os primeiros a chegarem ao país porque seriam também os primeiros a irem embora. Entretanto, ao longo do torneio, Fontaine anotou impressionantes 13 gols: 3 na goleada de 7×3 sobre o Paraguai; 2 na derrota de 3×2 para a Iugoslávia; 1 na vitória de 2×1 sobre a Escócia; 2 nos 4×0 frente à Irlanda do Norte; 1 na derrota de 5×2 contra o Brasil e 4 contra a Alemanha na partida que decidiu o terceiro lugar, vencida pelos franceses por 6×3. O mítico atacante estufou a rede pelo menos uma vez em cada jogo da França, feito que ele compartilha com o brasileiro Jairzinho e como recompensa pelas façanhas, um jornal sueco entregou um fuzil a Fontaine, simbolizando o título de artilheiro.
As lesões abreviaram a carreira de Fontaine na seleção, que terminou com a impressionante média de 30 gols em 21 partidas. “Justo” como era carinhosamente chamado, não tinha completado 27 anos quando encerrou sua carreira, em 5 de julho de 1962. “Foi uma pena, porque eu ainda não havia vivido os meus melhores anos”, lamenta.
Fontaine ainda foi presidente do sindicato dos jogadores franceses e técnico, tendo uma rápida passagem no comando da França, em 1967 (duas derrotas em amistosos) e tendo levado o Marrocos bem próximo de uma classificação para a Copa do Mundo de 1982. Nada que se comparasse a carreira de jogador que o colocou no hall dos grandes goleadores da história do futebol mundial.
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