DEU ZEBRA! MAZEMBE?!?!
Este post é originário do blog Quando a Zebra entra em Campo. O autor é o mesmo (acreditem, não é plágio!).
Estava acompanhando a semi-final do Mundial de Clubes com a mesma convicção de sempre: assistir a uma pelada onde o representante latino eliminaria o africano. Tanto que até nem dava atenção a partida, por estar focado no trabalho (estava no trampo, o que é um mero detalhe). Quando fui informado pelo meu ilustre amigo Celinho da Biquinha, que o Inter perdia por 1×0 confesso que ahei que ele estava equivocado ou tinha escrito errado. Corri logo para a transmissão online da parti e pude ver que o absurdo se concretizava. O Mazembe ainda ampliaria e eliminaria o favoritíssimo Colorado. Mas de onde veio essa zebra? Ninguém em sã consciência imaginaria coisa semelhante. Bom, vamos aos fatos.
O Internacional se preparou para enfrentar o Pachuca do México e não o TP Mazembe, da República Democrática do Congo. Isso mesmo da inexpressiva República Democrática do Congo, 128ª no Ranking da FIFA, que herdou do Zaire a tradição de saco de pancadas. O TP Mazembe não era cotado nem para ganhar a Copa dos Campeões Africanos, quem dirá para eliminar o Inter e ir a final do mundial. Quando eliminou o Pachuca o Mazembe chegou contra o Inter como franco atirador. Os 8 mil colorados que foram até Abu Dhabi viram um Mazembre jogando um futebol primitivo, porém com muita aplicação, e um Inter displicente e desequilibrado, despreparado para virar um jogo adverso, mesmo com tantos bons jogadores. Celso Roth voltar a mostrar porque tinha fama de pé frio, apesar de que, na minha humilde opinião, o problema dele é incompetência técnica.
Durante os 15 primeiros minutos o inter pressionou muito, mas Kidiaba, a figuraça no gol do Mazembe fechou a meta africana, mesmo com seu jeitão estabanado. Depois dos 20 minutos o Mazembe começou a atacar da forma primitiva que eu falava: chutão pra frente para a correria dos seus atacantes nas costas dos laterais colorados, que só se procuparam em atacar. O jogo foi para o intervalo 0x0, mas todos ainda apostavam no Inter, até que aos oito minutos do segundo tempo, numa dessas estabanadas e despretensiosas investidas africanas, kabangu colocou a bola no angulo do goleiro Renan, aproveitando um vácuo inconcebível no meio da zaga vermelha.
O jogo se tornou um quadro dantesco de desespero colorado. O Inter atacava com tudo e perdia um gol atrás do outro e o Mazembe seguia fazendo ligação direta do seu goleiro para os atacantes. Quando num desses chutões Kalayutuca dançou frente a Guiñazu e chutou para o gol, marcando o segundo do Mazembe, o Inter se rendeu em campo. As chances de recuperação eram nulas, tendo em vista que as substituições de Celso Roth foram erradas, ao tirarem Tinga e Sobis, mantendo em campo uma dupla de volantes que se via obrigada a apoiar o ataque.
A zebra estava feita. O poderoso campeão da Libertadores estava reduzido a coadjuvante frente ao desconhecido Mazembe, que fez a festa em Abu Dhabi. Esse jogo entrou para a história colorada como a mais patética e traumática eliminação dos gaúchos e rendeu ao Mazembe o honroso vice campeonato mundial, pois foi surrado por 3×0 pela Inter de Milão, que ao contrário dos brasileiros, matou o jogo logo no início. Sem falar que o Mazembe virou a maior vedete dos gremistas e ainda será lembrado por muito tempo, por essa bem sucedida excursão pelo oriente médio.
TP Mazembe 2 x 0 Internacional
TP Mazembe: Kidiaba, Nkulukuta, Kasusula, Kimwaki e Ekanga; Bedi, Mihayo e Kasongo; Singuluma, Kabangu (Kanda) e Kaluyituka.Técnico: Lamine N’Diaye.
Internacional: Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Wilson Matias, Guiñazu, Tinga (Giuliano) e D’Alessandro; Rafael Sobis (Oscar) e Alecsandro (Leandro Damião). Técnico: Celso Roth.
Gols: Kabangu aos 7 e Kaluyituka aos 40 do 2º tempo
Cartões amarelos: Nkulukuta e Kasulula (Mazembe) e Índio (Internacional).
Estádio: Mohammed Bin Zayed Stadium, em Abu Dhabi (EAU).
Data: 14/12/2010.
Árbitro: Bjorn Kuipers (HOL) Auxiliares: Berry Simons (HOL) e Sander Van Roekel (HOL).
Público: 22.113 pagantes.
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