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CHINA 2005 | A DESPEDIDA DA JORDAN E DA MINARDI

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Quando se fala em equipes da Fórmula 1 a maioria das pessoas normalmente lembram das equipes que estão a um bom tempo e/ou já conseguiram destaque na principal categoria do automobilismo, como é o caso da Ferrari, McLaren, Williams e, nos últimos anos, da Red Bull e da Mercedes.

Porém os mais entusiastas se recordam também de equipes pequenas e médias que, seja para o bem ou para o mal, fizeram história na Fórmula 1.

O artigo de hoje relembrará o GP da China de 2005, última etapa daquele ano, que também marcou a despedida de duas equipes “folclóricas” da Fórmula 1: a Minardi e a Jordan.

A Minardi havia ingressado na Fórmula 1 em 1985. Vinte anos e 340 GPs depois, o fim da linha chegaria para o time criado por Giancarlo Minardi e que em 2005 era dirigido pelo australiano Paul Stoddart. Resultados? Praticamente nenhum. Salvo alguns lampejos de Pierluigi Martini e Christian Fittipaldi, a escuderia de Faenza sempre foi do pelotão do fundo. Tanto que virou símbolo de fracasso no esporte a motor – quem nunca ouviu o termo “você está parecendo uma Minardi de tão lerdo” que atire a primeira pedra…

Eddie Jordan
O bon vivant Eddie Jordan viveu bons e maus momentos em 250 GPs. FOTO: contosdaf1.wordpress.com.

Vida diferente teve a Jordan. O grupo capitaneado por Eddie Jordan começou sua trajetória na categoria máxima do automobilismo em 1991. Foram 14 anos e 250 participações entre altos e baixos. Momentos como a dobradinha de Damon Hill e Ralf Schumacher (Bélgica-1998), as vitórias de Heinz-Harald Frentzen (França e Itália-1999) e Giancarlo Fisichella (Brasil-2003) e a pole de Rubens Barrichello em Spa-1994 marcaram a vida do time.

Mas 2005 chegou. Em crise financeira, Eddie vendeu o espólio de seu time para o Grupo Midland em janeiro daquele ano. O conglomerado russo assumiu as dívidas da escuderia e investiu na equipe. Todavia, a mudança de nome só se daria em 2006. O ocaso da Jordan coincidiu com um encontro frequente com a Minardi.

Excetuando o acaso de Indianapolis, as duplas de Jordan e Minardi só conseguiriam figurar em apenas uma ocasião na pontuação durante todo o ano de 2005. Foi no GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps, em 11 de setembro. Monteiro obteve um suado oitavo lugar, garantindo o último ponto da história da Jordan.

Justamente naquele final de semana da prova belga, foi sacramentado o fim da linha para a Minardi. Paul Stoddart vendeu a equipe para a Red Bull. A empresa de energéticos, que em 2004 adquiriu o espólio da Jaguar, queria fazer sua equipe satélite com o auxílio de um velho conhecido do público brasileiro, o austríaco Gerhard Berger. O ex-piloto seria chefe e proprietário de 50% do time, enquanto a Red Bull entraria com os outros 50%. Assim nascia a Toro Rosso.

Pouco mais de um mês depois, na China, Jordan e Minardi se despediam do circo. Muitas celebrações marcaram o fim da era dessas folclóricas escuderias, que deixaram suas marcas para sempre no mundo da velocidade. Porém, a prova de Xangai retratou bem como a situação era complicada. Antes de alinhar no grid, Albers ‘atropelou’ Schumacher. Um acidente inédito. Os dois danificaram bastante seus carros. Tanto Christijan quanto Michael largaram dos boxes. Quem acompanhou a dupla e não largou no grid foi Karthikeyan, que tinha obtido a melhor posição do quarteto do fundão – sairia em 15º, de 20 carros. O vídeo a seguir mostra este bizarro acidente.

Logo, apenas Monteiro e o holandês Robert Doornbos (substituto de Friesacher na Minardi) alinharam para largar. Na última fila. Após a largada, o português da Jordan chegou a se destacar, figurando na 15ª posição. Monteiro segurou Schumacher até a volta 15, quando o heptacampeão superou Tiago.

GP da China de 2005
Largada do GP da China de 2005. FOTO: contosdaf1.wordpress.com.

Na volta 18, Juan Pablo Montoya (McLaren) acertou uma tampa de bueiro – sim, a tampa estava levantada! – e avariou seu carro. O incidente provocou a entrada do safety car. Após a relargada, na volta 25, Karthikeyan aparecia numa boa 13ª posição, seguido por Doornbos. Todavia, na volta 28, o indiano abusou, perdeu o controle de seu Jordan na reta e provocou um espetacular acidente. A batida fez o carro de segurança voltar à pista. Quem se aproveitou da confusão de Narain foi Monteiro, que assumiu o 10º lugar.

Enquanto o português da Jordan tentava um top 10 na derradeira corrida do time, a dupla holandesa da Minardi se rastejava no fim do pelotão. Doornbos e Albers bem que tentaram levar os dois carros até o fim, mas não deu. Christijan enfrentou um problema na roda na volta 51 e foi obrigado a abandonar. Robert, por sua vez, viu seu carro terminar sem combustível na volta 55, a duas para a bandeira quadriculada. O único sobrevivente do quarteto do fundão foi mesmo Tiago Monteiro: um digno, porém melancólico, 11º lugar, a 1m24s do vencedor, Fernando Alonso (Renault).

Aliás, o primeiro colocado do GP da China de 2005 foi um ex-piloto da Minardi – Alonso iniciou a carreira no cockpit do time de Giancarlo Minardi. O espanhol, campeão daquele ano, foi seguido por Kimi Raikkonen (McLaren) e Ralf Schumacher (Toyota) – esse último, um ex-piloto da Jordan. O quarto foi Fisichella (Renault) – outro ex-Jordan – e o quinto, Christian Klien (Red Bull) – foi o melhor resultado da carreira do austríaco na Fórmula 1. E assim, de forma quase invisível, duas instituições históricas deixaram a Fórmula 1. Mas não restam dúvidas: deixaram marcas inesquecíveis na categoria.

Texto retirado do site Contos da Fórmula 1

A última foto da Minardi
A última foto da Minardi: 20 anos e 340 GPs dedicados ao automobilismo. FOTO: contosdaf1.wordpress.com.

Quer saber mais sobre a história do GP da China de F1? Nos deixamos um artigo prontinho para você aqui.

Veja também as equipes e os pilotos da temporada 2017.

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