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DE ZEBRAS A TESTES CARDÍACOS, OITO SEGUEM NA LUTA PELA LIBERTADORES

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Libertadores

Só com uma boa explicação para entender essa Libertadores. Já fizemos isso na primeira fase e vamos repetir a dose. Diante de uma série se surpresas, como não se via a muito tempo, apenas dois campeões sobreviveram e uma série de equipes modestas se sobressaíram e ganharam nossa simpatia. E não venham dizer que foi sorte, pois méritos não faltaram. Enfim, vamos ver os oito postulantes ao título e ver mais ou menos por onde a competição vai caminhar à partir de agora.

ARSENAL DE SARANDI | O TIME DO CARAGLIO

O atacante de nome comprometedor. FOTO: ESPN
O atacante de nome comprometedor. FOTO: ESPN

Do time que foi surrado pelo Galo na última Libertadores o Arsenal melhorou muito. Pela primeira vez o time de Sarandí chega ao mata-mata e, de quebra, possui chances reais de classificação. De 2003 para cá, o time viveu um salto de qualidade, subindo para a primeira divisão argentina, disputando as três últimas Libertadores e ganhando Copa Sul-Americana de 2007.

O qualidade desse time se devia em grande parte ao seu técnico, Gustavo Alfaro, que saiu do comando às vésperas do duelto contra o Unión Española. O presidente Julio Ricardo Grondona, filho do mandatário da AFA (sentiu o drama né), montou uma comição técnica com Martín Palermo, auxliado por Rolando Schiavi e Roberto Abbondanzieri. Catimba no nível hard.

O time passou como o melhor segundo colocado, com a segunda melhor defesa da competição e segundo melhor ataque. Venceu quatro dos seis jogos da fase de grupos, apostando na força do conjunto, já que o time não possui nenhum destaque individual, a não ser o atacante Caraglio (por causa do nome é claro). Tirou o União Espanhola no Chile, o que parecia que não ia rolar, pois os chilenos eram um pouquinho superiores.

NACIONAL | O NACIONAL QUERIDO!

O modesto mas empolgado time paraguaio segue fazendo história. FOTO: Newscom
O modesto mas empolgado time paraguaio segue fazendo história. FOTO: Newscom

Maior zebra da competição até agora o modesto time paraguaio varreu da competição o grande favorito Vélez Sarsfield, time de melhor campanha na fase de grupos. O Nacional do Paraguai foi o pior entre os 16 times classificados na primeira fase e, assim como o seu adversário Arsenal de Sarandí, o Nacional jamais havia ultrapassado a fase de grupos. Mitando desde que empatou duas vezes com o Galo na fase de grupos, o Nacional Querido, time do site mais marcante da Libertadores, conta com o grande trabalho do técnico Gustavo Morínigo, que participou dos três títulos nacionais recentes do clube, como jogador e como técnico.

Muito defensivo, o time tem como destaques o goleiro Ignacio Don, o zagueiro Raul Piris e o jovem meio-campista Silvio Torales. Foram oito jogos, três vitórias, três empates e duas derrotas; 11 gols feitos, 11 gols sofridos. Aí, bateram o Vélez e ganharam o respeito de todo mundo e sua melhor campanha até hoje, já que o melhor que tinham conseguido era um terceiro lugar no grupo em 2012.

SAN LORENZO | SEGURA NA MÃO DE DEUS…

O torcedor mais famoso do time argentino incentiva a fé da torcida no título. FOTO: Reuters
O torcedor mais famoso do time argentino incentiva a fé da torcida no título. FOTO: Reuters

Esta parece ser a maior chance do time argentino de acabar com a fama de “Clube Atlético Sem Libertadores da América.” Era favorito antes da competição, entrou numa decadência incrível, se salvou com um “pequeno milagre” e tirou o Grêmio, mesmo quando parecia ser muito inferior. Esse é o San Lorenzo. O “Ciclón” possui um time de qualidade, montado por Edgardo Bauza, e torcida santa do Papa Francisco. Porém, deu muita sorte quando o Independiente Del Valle não marcou o gol que eliminaria o time de Almagro e foi sangue no olho contra Botafogo e Grêmio. Agora, voltam sua artilharia para o lado do último brasileiro na competição: o Cruzeiro.

O dinheiro do empresário Marcelo Tinelli, ajudou demais o clube, que montou um time competitivo para a competição. O Ciclón tem boa defesa e um goleiro que decisivo. A principal força do time são os 45 mil azulgranas que podem gritam na orelha do adversário o tempo todo no Nuevo Gasómetro.

O time começou a Libertadores com apenas uma vitória nas cinco primeiros rodadas e só ganhou de novo no último jogo, contra até o Botafogo, que garantiu a classificação. Um verdadeiro milagre, visto que a classificação era tão plausível quanto um esconder um elefante num buraco de rato. Foram apenas seis gols marcados, porém apenas cinco sofridos. O destaque em campo é o jovem Ángel Correa de 19 anos, crismado pelo próprio Papa, em seus tempos de arcebispo em Buenos Aires. Quem sabe com a ajuda divina o time não para de morrer na praia, como nas semifinais de 60, 73 e 88.

CRUZEIRO | TESTANDO O CORAÇÃO DA CHINA AZUL

Dedé comemora o gol salvador no Paraguai. FOTO: AP
Dedé comemora o gol salvador no Paraguai. FOTO: AP

O Cruzeiro é tem melhor elenco, o futebol mais vistoso, o ataque mais poderoso e a maior tradição dentre os times que seguem na Libertadores. É também um dos dois únicos campeões remanescentes. Muito criativo, com jogadores rápidos, troca de passes e muito movimentação. Mas não está nem aí para isso e prefere matar sua torcida do coração. Como tem aquele papo de que Libertadores é raça, o time só se classificou porque não jogou um bom futebol, mas com a faca nos dentes arrumou na marra resultados improváveis. Na fase de grupos precisava de duas vitórias em dois jogos para passar no desempate. Conseguiu. Empatou em casa com o Cerro e, com um a menos, arrancou uma vitória no Paraguai. É aperto demais, que chega até a parecer o Galo… ops, escapou. Não é bem isso. Na verdade parece o título de 97. Melhor.

Foram 10 pontos na fase de grupos, com três vitórias, um empate e duas derrotas. Nas oitavas de final, uma vitória e um empate (arrancado no apagar da luzes). Já são mais empates em casa do que em toda a campanha do Brasileirão 2013. Num time tão ofensivo, os defensores Dedé, Bruno Rodrigo e Samúdio se destacaram, marcando seis gols ao todo. Se o Cruzeiro for campeão (pela terceira vez), a torcida falará por décadas da “Batalha de Assunção”, do “Jogo da Vida em Santiago”, do gol milagroso de Samúdio no Mineirão… Enfim, o último dos brasileiros na competição parece fazer milagres no mesmo ritmo do time do San Lorenzo. Promete ser um grande duelo.

ATLÉTICO NACIONAL | A MALDIÇÂO VERDE DO HORTO

Festa colombiana no Horto: Conmebol
Festa colombiana no Horto: Conmebol

O Atlético Nacional já foi potencia continental na época do folclórico Higuita. Entretanto um grave crise assolou o time, que só se recuperou a partir do fim da década de 90. Hoje, é uma boa equipe, mas, como foi surrado pelo Grêmio duas vezes, pareceu aos olhos dos brasileiros um time descartável. A equipe Paisa possui bons nomes, como Valencia, Sherman Cárdenas (o Apodi da Colômbia) e Cardona e tinha um estilo de jogo inglês, implantado pelo técnico Juan Carlos Osorio, que já trabalhou no Manchester City. Todo mundo chiou com o cara, que o time deixou de apostar tanto na ligação direita para ser mais cadenciado, do jeito que o colombiano gosta. Assim, voltou às quartas de final após 19 anos, sobrevivendo ao grupo da morte, com 10 pontos, e derrubando nas oitavas o Galo, atual campeão continental. São quatro vitórias, dois empates e duas derrotas, com nove gols marcados e nove gols sofridos (afinal de contas, quem precisa de saldo de gols?).

Além do bom trabalho do técnico Osorio (o mesmo que treinava o Once Cladas que destroçou o Cruzeiro em 2011) o time mostrou muita determinação, como na vitória de 3×1 sobre o Newell’s em Rosário e no empate com o Atlético no Horto. Quem sabe dá até para repetir o título de 89.

DEFENSOR | NA FALTA DOS GRANDES, VAI TU MESMO

Classificação difícil nos pênaltis. FOTO: ESPN
Classificação difícil nos pênaltis. FOTO: ESPN

Quem precisa dos fracassados Nacional e Peñarol, se o Defensor tem dado conta do recado na Copa Libertadores. De bom mesmo, o time tem dois caras: o 10 do time, Giorgian De Arrascaeta, e o meia brasileiro Gedoz. Os violetas deixaram lideraram o grupo do Cruzeiro depois de conseguir uma vitória no Uruguai e empate no Mineirão. Veloz, a equipe é muito perigosa na bola parada e possui boa disciplina, implantada pelo técnico Fernando Curuchet.

Para não parecer que estava fácil, perdeu de 2x 0 para o The Strongest na altitude de La Paz, para devolver o placar em casa e ganhar com muita emoção nos pênaltis, graças ao arqueiro Campana. O Defensor têm até o momento quatro vitórias, dois empates e duas derrotas; marcaram 13 gols e sofreram sete. É um dos dois únicos líderes de grupo que sobreviveu às oitavas. Agora o time tenta mostras que ainda pode ir longe e melhorar a campanha de 2009, quando eliminou o Boca na Bombonera, mas caiu nas quartas para o Estudiantes.

LANÚS | AQUELE TIME CHATO DE SE ENFRENTAR

O goleador com sede de título é esperança do Lanús. FOTO: Lanús
O goleador com sede de título é esperança do Lanús. FOTO: Lanús

Ai você pensa: como aquele time que sofreu pra bater a Ponte Preta na Sul-Americana do ano passado conseguiu chegar tão longe? Bom, se o time não é nem de longe o melhor da Argentina, pelo menos possui uma equipe bem montada e um trabalho de longo prazo, que garante ao Lanús papel de destaque no segundo escalão argentino (que já está com cara de primeiro). O time Granate esteve em cinco das últimas sete Libertadores, é treinado pelo ex-jogador Guillermo Barros Schelotto e atua de maneira compacta, com a defesa liderada por Paolo Goltz e ainda contando com o goleiro Agustín Marchesín, que defendeu o pênalti roubado no último minuto da fase de grupos, classificando a equipe. O meia Leandro Somoza é o cérebro do time que conta com um bom ataque, liderado por Santiago “El Tanque” Silva. Além disso, não perde em La Fortaleza, em torneios continentais, desde 2010.

Time saído da pré-Libertadores, tem a terceira pior campanha entre os classificados às oitavas. Sem vencer nenhum de seus primeiros três jogos, o time reverteu sua situação com as vitórias sobre Deportivo Cali e Cerro Porteño em casa no returno e carimbou a vaga no suado empate com o O’Higgins no Chile. Nas oitavas, o Santos Laguna parecia ser um adversário poderoso, mas nem fez cócegas. O time sonha alto na competição e já faz sua melhor campanha na Libertadores. Quem sabe né.

BOLÍVAR | ALTITUDE SIM, FUTEBOL TAMBÉM

O espanhol Callejón é o grande destaque da boa equipe do Bolívar. FOTO: divulgação
O espanhol Callejón é o grande destaque da boa equipe do Bolívar. FOTO: divulgação

Acostumamos-nos com times bolivianos horríveis, que vencem na base da altitude e depois são surrados quando jogam fora de casa. A primeira parte continua valendo, mas o Bolívar vem desmistificando o resto. “La Academia” tem jogado bem e conseguiu resultados expressivos, como o empate com o Flamengo no Maraca e uma vitória em um empate com León, nas duas vezes em que foi ao México. Não jogo um futebol bonito, mas é extremamente eficiente.

Os destaques do time são o uruguaio William Ferreira e os velocistas “El conejo” Arce e o espanhol Callejón. A defesa tem quebrado o galho, em parte pelo atabalhoado, mas eficiente goleiro Quiñonez. O destaque do time é o bigodudo técnico espanhol Xabier Azkargorta, que chegou durante a competição e deu seu toque de Mídas ao time. O mesmo técnico que levou a Bolívia para a Copa de 94, tenta agora comandar o Bolívar a sua melhor campanha em Libertadores, desbancando a semifinal disputada em 86. Foram oito jogos até agora, com três vitórias, quatro empates e uma derrota, tendo feito 11 gols e sofrido 9. Vamos aguardar o que tem para mostrar o time boliviano que joga bola, tanto no morro quanto ao nível do mar.

 

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