É muito comum vermos grandes atuações defensivas em Super Bowls, sendo que não é nenhum exagero dizer que não se ganha um sem que sua defesa tenha uma atuação precisa. Mas poucas vezes temos a oportunidade de dizer que uma defesa ganhou um Superbowl. Dessa vez, podemos.

O título do Super Bowl 50 ficou com o Denver Broncos na mais perfeita tradução do clichê americano “Offense Wins Games, Defense Wins Championships.” Com uma atuação digna de aplausos a defesa de Denver neutralizou o poderoso ataque do Carolina Panthers, melhor campanha e melhor ataque da temporada, levando o time a uma vitória por 24×10.

Sim, depois de 18 anos de protagonismo, Peyton Manning foi apenas um coadjuvante na decisão. No Levi’s Stadium, em Santa Clara, o quarterback de 39 anos, foi mal, como em toda a temporada (a pior de sua carreira), tenho apenas 13 de 23 passes certos, 141 jardas, nenhum touchdown e uma interceptação. Mas não fez falta.

O primeiro quarto terminou 10×0 para os Broncos, graças a um field goal de 34 jardas anotado por Brandon McManus e a um frumble recuperado na endzone por Malik Jackson para touchdown. Méritos para o gigante Von Miller, que roubou a bola de Cam Newton nas portas da endzone. Era o MVP dando as caras.

No segundo quarto, mais um dos touchdowns voadores do Carolina Panthers trouxe o time de volta ao jogo, dessa vez com Jonathan Stewart. Mas com mais um field goal de McManus, os Broncos fecharam o quarto com 13×7.

Ai veio o halftime e, diga-se de passagem, que halftime! Digno de uma parada de 4 julho, o show do Coldplay foi sensacional, tanto quanto as participações de Bruno Mars e Beyoncé. Tudo com um sensacional jogo de câmeras e uma interação histórica da torcida, com um mosaico em prol da diversidade sexual.

Voltando ao jogo, Graham Gano mandou um field goal no poste e desperdiçou uma pontuação que seria importantíssima para os Panthers. O mesmo não ocorreu com McManus, que converteu mais um e deixou o placar em 16×7. Enquanto isso a defesa de Denver não deixava Cam Newton respirar.

O QB, dos Panther que foi mítico durante toda a temporada, teve uma noite de pesado em Santa Clara. Sem conseguir conectar um touchdown, o field goal de Gano faltando dez minutos para o fim deu esperança ao time de Carolina, reduzindo para 16×10 e uma posse de bola de diferença.

Mas voltando ao pesadelo do Super Cam, parece que Von Miller tinha a criptonita em mãos. A pouco mais de três minutos do fim o defensor dos Broncos forçou outro frumble de Cam Newton, levando a bola a duas jardas da endzone. Ai ficou fácil parao touchdown de C. J. Anderson, que ainda culminou com uma conversão de dois pontos, que fechou a conta em 24×10.

Para encerrar o terror de Newton, o quarterback dos Panther foi sacado mais uma vez pela defesa dos Broncos encerrando o Superbowl com uma atuação soberana. MVP do jogo para Von Miller e troféu para Denver pela terceira vez. Manning que pode estar se aposentando ou até mesmo se despedindo dos Broncos, conquistou seu segundo troféu numa temporada destoante de sua carreira genial.

Com a vitória da franquia do Colorado, as melhores defesas – em medição dos pontos sofridos na temporada – saíram vencedoras 31 vezes, contra 25 conquistas do melhor ataque – em algumas ocasiões, o campeão da NFL possuía os melhores números nos dois setores do campo.

E o Superbowl 50 ficará para a história, dentre outras coisa, pelo show defensivo dos Broncos e de Von Miller.