Além de ter a melhor média de público do Brasileirão até agora, 22.907 espectadores, a rodada 23 teve a maior concentração de bons jogos da competição até agora. Também pudera, com tantos clássicos importantes, se o futebol fosse ruim poderíamos fechar essa “bodega”.

O Inter iniciou os trabalhos da rodada em Curitiba, vencendo o Atlético-PR por 1×0, graças ao “He-Man”, Rafael Moura, que encerrou seu jejum de gols e completou o serviço de Dida, que fechou o gol dos gaúchos. Com um gol de pênalti para cada lado, Criciúma e Botafogo empataram em 1×1, resultado suficiente para tirar o Fogão do Z4 temporariamente.

No domingão, o Sport venceu o Coritiba por 1×0 e devolveu o Coxa à zona de rebaixamento, para fazer companhia ao Bahia. No clássico do desespero baiano, o Leão virou sobre o tricolor e venceu por 2×1, na Fonte Nova. O resultado serviu para o Vitória sair da zona de rebaixamento e deixar o Bahia apenas um ponto a frente do lanterna.

Quem começa a se preocupar com o risco de queda é a Chapecoense, que perdeu para o Grêmio por 1×0 e já beira o Z4. Os gaúcho, por sua vez, não sofre gol a seis partidas e já está a um ponto do G4. O outro  catarinense que foi lembrado do risco de queda foi o Figueirense. Em Santos, o time perdeu por 3×1 para o peixe, com boa atuação de Lucas Lima e Robinho.

Quem tem que se preocupar mesmo é o Palmeiras, porque lá a coisa tá muito feia. O alviverde se preparou para iniciar sua arrancada contra o Goiás, fora de casa, numa caminhada heroica que terminaria na fuga do rebaixamento. Porém, o que veio foi mais um vexame do Verdão. O time foi surrado pelo Goiás, apanhou de 6×0, fora o baile e abraçou de vez a lanterna. Mergulhado em problemas internos o Palmeiras segue à deriva e pode voltar para a série B, de onde mal saiu. Vergonhoso.

Bom, chegamos nos clássicos carioca, paulista e mineiro. No Maracanã, rolou um Fla x Flu movimentado, que terminou empatado em 1×1 com gols de Eduardo da Silva e Fred. O Flu se complica na tentativa de ir à Libertadores e o Flamengo vai consolidando seu lugar no meio da tabela.

Em São Paulo, muita polêmica no Itaquerão. O Corinthians venceu o São Paulo de virada por 3×2, com dois gols de pênalti, impedindo o tricolor de se aproximar do líder e se aproximando do rival. A reclamação correu solta, principalmente pela primeira penalidade, com uma bola na mão para lá de duvidosa. O segundo, francamente, não tem discussão. O Álvaro Pereira caprichou no estabanamento e mereceu o vermelho. Kaká foi decisivo nos dois gols tricolores, com passes precisos, mas não passou disso. No fim, pior para o São Paulo que não conseguiu atrapalhar o tropeço do Cruzeiro.

O melhor da rodada ficou para o Mineirão. O líder Cruzeiro começou com tudo e perdeu muitas chances de abrir o placar. Em um espaço de dois minutos, entre os 38 e os 40 do primeiro tempo, o Cruzeiro parou e o Galo subiu ao ataque duas vezes e marcou dois gols. Depois da desvantagem, o líder acordou e voltou a mandar no jogo, empatando com Goulart, no fim do primeiro tempo, e Alisson, com um belo voleio, no início do segundo tempo. Só dava Cruzeiro e, com o Galo focada em aproveitar os erros do Cruzeiro, o time celeste perdia gols atrás de gols. Alisson, o melhor em campo, saiu machucado e o Cruzeiro desacelerou. No apagar das luzes, o jovem Carlos marcou o gol da vitória alvinegra. Foram quatro chances reais de gols para três gols. Se fora de campo teve confusão entre as torcidas, o que é lamentável, dentro de campo vimos um grande clássico.

No fim das contas, pouco mudou na tabela, a não ser para o “Lanterna Verde”. Se o Palmeiras não abrir o olho… Na ponta da tabela, o Cruzeiro segue tranquilo, mas terá duas rodadas tensas pela frente, onde atuará fora de casa. O São Paulo além de não diminuir a vantagem do líder, viu Inter e Corinthians chegarem parte. Além disso, Galo, Grêmio e Fluminense ainda acreditam em Libertadores. Fora quem tem o pesadelo do rebaixamento ainda vivo. Enfim, essa rodada foi muito bacana. Todas poderiam ser assim.