Há momentos em que um acontecimento pode representar o início de uma “mudança de rumo” das coisas que estão a se desenvolver. Uma vitória e/ou uma troca de posição num campeonato podem dar um novo ânimo e estimular aquele que está desanimado ou não muito motivado a continuar lutando por aquilo que deseja.

O artigo de hoje falará do GP de Cingapura de 2016, que marcou o momento em que Nico Rosberg reassumiu a liderança do Mundial de Pilotos daquela temporada e de lá não saiu mais, até ser campeão em Abu Dhabi, no último GP daquele ano.

Naquela noite de 18 de setembro de 2016 Nico Rosberg foi pole, seguido de Ricciardo e Hamilton. Os três mantiveram suas posições mas Verstappen, o quarto do grid, demorou a arrancar e caiu para 8º, sendo superado por Raikkonen, Alonso, Sainz e Kvyat. Ao desviar do holandês, Sainz tocou Hulkenberg, que rodou e bateu no muro. Felipe Massa aproveitou a confusão e subiu de 11º para 9º. Na confusão da largada, Bottas furou um pneu e Button quebrou a asa dianteira, ambos precisando ir para os boxes.

O acidente trouxe o safety car. Feita retirada do carro da Force India a prova foi reiniciada na 3ª volta, com uma baita presepada. A direção de prova autorizou a relargada enquanto um fiscal tirava detritos da pista. Sorte que o homem fugiu a tempo.

Vettel se destacou no começo da prova, partindo da última colocação para a 11º. E com o início dos pit stops, na 15ª volta, o alemão entrou na zona de pontuação.

Kvyat e Verstappen, que trocaram de equipe no meio da temporada, passaram a protagonizar um duelo de tirar o fôlego. A disputa valia muito mais que a 8ª colocação. Rebaixado da RBR para a STR para dar lugar ao holandês, o russo não queria, de jeito nenhum, deixar seu algoz passá-lo na pista. Verstappen tentou diversas vezes, mas Kvyat fez jogo duro – e limpo – e segurou a posição.

Voltando para Vettel, ele retardou ao máximo sua parada nos boxes, fazendo-a quando era quinto. Voltou em 13º e começou a escalar posições, chegando ao nono lugar.

Lá na frente, Raikkonen se aproximou de Hamilton e tomou a 3ª posição do inglês. Vendo que não conseguiria acompanhar o finlandês, Lewis optou por um plano B, de três paradas e colocou um jogo de pneus supermacios (faixa vermelha). A mudança de tática da Mercedes forçou a Ferrari a mudar de planos e chamar o finlandês para os boxes. Só que a equipe alemã levou a melhor no jogo de estratégias e Hamilton retomou a posição de Kimi.

Lembra do Rosberg? Pois é. Ele estava lá na frente, com 28s de frente, mas como não fez uma parada a mais – como os três rivais que o seguiam, começou a virar 3s mais lento. E a cada volta a vantagem de Rosberg para Ricciardo continuava caindo. Faltando cinco voltas para o fim, o australiano estava a apenas 5s do alemão. No entanto, o piloto da Red Bull perdeu tempo com Massa e Gutiérrez, retardatários.

Ricciardo só alcançou Nico na última volta. Mas o alemão manteve a frieza e conseguiu cruzar a linha de chegada com menos de meio segundo de vantagem para o australiano. Era a vitória que Rosberg precisava para arrancar na luta pelo título. E para o que seria seu primeiro e único título mundial. Justo na sua prova de nº 2oo na Fórmula 1.

Vale conferir nosso post sobre a prova aqui.

O vídeo a seguir mostra as voltas finais e o pódio daquela corrida (a bandeirada ocorre aos 6:13).

Quer saber mais sobre a história do GP de Cingapura de F1? Nos deixamos um artigo prontinho para você aqui. Veja também as equipes e os pilotos da temporada 2017.