CHINA, RAIKKONEN E A SORTE DE CAMPEÃO
Dizem alguns que um campeão, em qualquer atividade, além de ter competência excepcional naquilo que faz, precisa de vez em quando de um pouco de sorte. E, na história de hoje, relembraremos o GP da China de 2007, em que a sorte fez uma diferença absurda na história do campeonato daquele ano.
A etapa chinesa, assim como na Austrália e na Malásia, ocorria em seus anos iniciais como uma das últimas etapas no calendário da Fórmula 1. Em 2007 era a penúltima daquela temporada. E poderia determinar quem seria o campeão de pilotos daquela.
O grande destaque da época era o então prodígio, Lewis Hamilton. O jovem piloto inglês de 22 anos estreava naquele ano na Fórmula 1 pela McLaren e, com uma regularidade absurda durante o restante da temporada (somando 4 vitórias e não pontuando somente em Nurburgring), chegou à China podendo ser campeão logo na sua temporada de estreia.
Atrás dele no campeonato estava seu companheiro de equipe o espanhol Fernando Alonso, com 12 pontos a menos em relação ao inglês e o finlandês Kimi Raikkonen com 17 pontos a menos que o líder, sendo que, naquela temporada, a vitória valia somente 10 pontos, ou seja, só restavam 20 pontos ainda em disputa. E tudo se encaminhava para a conquista de Hamilton na China, que fez pole no sábado e, apesar do tempo instável, só perderia o título por algo muito absurdo.
Porém, o imponderável resolveu aparecer naquele dia. Após deixar Hamilton mais do que deveria na pista, perdendo muito tempo por conta do baixo rendimento de seus pneus intermediários no asfalto seco, a equipe chamou o inglês na 30ª volta para colocar pneus de pista seca. Mas Hamilton cometeu um erro bizarro ao entrar no pit lane e ficou preso em uma caixa de brita que existia naquele ponto. O momento inusitado pode ser visto no vídeo a seguir. Detalhe: a dita caixa de brita foi substituída por asfalto nesta temporada.
O resto da história já sabemos. Raikkonen venceu aquela corrida e a seguinte, no Brasil (com uma bela ajuda de Felipe Massa) e contando com outros erros bizarros de Hamilton na etapa brasileira, que o fizeram ser somente 7º colocado na corrida, faturou seu único título até hoje na Fórmula 1. E o inglês protagonizou umas das maiores “botafogueadas” (sim, esse termo existe) da história da Fórmula 1.
Neste ano de 2015, como ocorre desde 2009, a etapa chinesa é uma das primeiras etapas da temporada da Fórmula 1. Em Xangai veremos se a vitória de Vettel na Malásia foi algo consistente ou se foi mais em função do erro de tática da Mercedes naquela corrida.
O circuito da corrida
O Grande Prêmio da China faz parte do calendário da Fórmula 1 desde 2004. De lá pra cá esteve sempre presente. O circuito utilizado é o Internacional de Xangai, localizado na cidade de mesmo nome. A pista chinesa foi desenhada por Hermann Tilke e, por isso, se assemelha muito a outros circuitos desenhados pelo alemão (como os de Sepang, Sakir, Marina Bay, Yas Marina, entre outros).
Traduzindo: o circuito chinês possui longas retas (sendo que a reta oposta é a maior reta dos circuitos atuais da Fórmula 1, com incríveis 1170 metros de comprimento) e 16 curvas, em sua maioria lentas, ao longo dos seus 5451 metros, as quais os pilotos deverão fazê-lo, em situações normais, por 54 vezes, para que se conheça o vencedor da etapa chinesa da Fórmula 1.
Confira o traçado do circuito na figura a seguir.
Dados históricos
Foram realizadas até agora, 11 edições do GP da China e, de 2004 pra cá, 8 pilotos diferentes venceram. O brasileiro Rubens Barrichello foi o primeiro vencedor. No entanto, o inglês Lewis Hamilton é o piloto que até agora mais venceu em Xangai, com 3 vitórias, seguido por Fernando Alonso, com 2 vitórias. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a Ferrari, com 4 vitórias, seguida pela McLaren, com 3 vitórias.
A pole mais rápida foi feita por Sebastian Vettel, pela Red Bull em 2009, com o tempo de 1min 33s 706. A volta mais rápida foi feita por Michael Schumacher, em 2004, pela Ferrari com o tempo de 1min 32s 238.
Expectativa para a corrida
Ao contrário do que se esperava após o GP da Austrália, já surgiu alguém para incomodar as Mercedes. Trata-se de Sebastian Vettel e sua Ferrari. Com um desempenho muito bom do carro e com a tática de ter realizado um pit stop a menos que os carros alemães, Vettel obteve sua primeira vitória a bordo de uma Ferrari. Com direito a “reger” parte do hino italiano, parecia que quem havia vencido a corrida era Michael Schumacher.
Na China teremos a “prova dos nove”: a Ferrari já está em condições de disputar as corridas em condição de igualdade da Mercedes ou foi somente um “acidente de percurso”.
Os brasileiros não foram tão bem na Malásia. Massa terminou em sexto, atrás de seu companheiro de equipe Valtteri Bottas. E Nasr, com problemas de acerto no seu carro, terminou somente em 12º.
Mas destaque negativo mesmo até agora é a McLaren. Mesmo com o retorno de Alonso, o time inglês continua a penar com o novo motor Honda e desempenhos sofríveis devem ser a tônica do time inglês, pelo menos nas próximas etapas desta temporada.
Horários:
Classificação – 11/04/2015 (sábado), 04:00h (04:40 começa a transmissão na TV aberta) (horário de Brasília),
Corrida – 12/04/2015 (domingo), 03:00h (horário de Brasília)
O treino e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo. Boa corrida para todos.
1 Comment
Oi
Gostei muito do seu artigo no seu blog.
Beijos!
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