A REVANCHE DE MADRID NA FINAL DA CHAMPIONS
Em 2014 o Atlético esteve com a taça nas mãos até aquele escanteio no fim da partida. A cabeçada certeira de Sergio Ramos decretou a prorrogação e a derrota de um time que, aquela altura, já se encontrava destruído, no limite físico, e ainda sofria um grande golpe psicológico e viraria presa fácil para o Real Madrid. Os Galácticos já eram tecnicamente superiores e ainda ganharam um novo ânimo com aquele gol e daí passaram por cima do combalido rival.
Eis que, neste ano os rivais se encontram novamente na final da Champions em Milão. Dois anos depois temos a chance de uma revanche. Esse é o sentimento no Atlético, que pode corrigir aquele desastre e dessa vez ter motivos pra sorrir. Certamente nenhum dos Colchoneros imaginava ter outra oportunidade desta tão cedo.
Sem dúvidas o Atlético que chega nesta final é superior ao daquela decisão. O time chega bem mais inteiro física e psicologicamente. Naquela oportunidade o time acabava de se matar para conquistar o título espanhol. Titulo que exigira todos os jogadores jogando no limite até os últimos jogos. Aquele ritmo custou os desfalques de Turan e Diego Costa (que entrou em campo e saiu logo aos 8 minutos de jogo), os dois maiores destaques daquele time.
O time atual ganha, em relação ao de 2014, maior qualidade no meio campo, com o surgimento de Saúl e Carrasco, bem superiores a Tiago e Raul Garcia na criação de jogadas. Ganha também no ataque com o excelente Griezmann, atacante rápido e letal e com muito mais capacidades físicas que David Villa naquela altura da carreira em 2014. E ainda tem Fernando Torres que faz uma temporada razoável e parece renascer com a camisa do Atletico. Junte a tudo isso as lembranças de 2014 e um time com mais casca que naquele ano, com sede de revanche, que mantem a base competitiva daquela oportunidade e que ainda tem o melhor sistema defensivo do mundo.
Já o Real Madrid ganha, em relação aquela final, mais tranquilidade, já que não há mais a pressão pela conquista da décima Champions e por vencer a competição depois de 12 anos sem sequer alcançar a final. Claro que não quer dizer que o Real trate a conquista da Champions como secundária, muito pelo contrário. É a chance de salvar uma temporada que lá em janeiro parecia perdida.
Em relação ao time daquela decisão, perdeu Xabi Alonso (e também Khedira, que jogou a final no luar de Xabi) e, mais importante, perdeu dí María, o jogador que dava dinamismo ao time de Ancelotti, ajudava na criação de jogadas para o trio BBC e ainda participava mais da marcação que Kroos, embora este também seja um excelente meia. O time atual deve ter Casemiro como volante. Embora o brasileiro faça grande temporada e tenha conseguido uma de suas melhores atuações no clássico contra o Barcelona, tem menos qualidade que Xabi Alonso e kKhedira. Apesar destas perdas, o Real conta agora com um vestiário mais estável com Zidane do que era com Rafa Benítez. O trio BBC será mais uma vez fundamental para o Madrid. Cristiano Ronaldo, a principal estrela praticamente repete seu desempenho naquela Champions, segue letal. Benzema também segue fazendo seus gols como naquela temporada. A diferença é Bale, hoje mais entrosado e com maior importância do que tinha naquela época. Resta saber se a inexperiência de Zidane pesará caso o jogo não corra bem para o Real
Falando sobre o jogo, não se deve esperar muito espetáculo, mas um jogo amarrado, tenso e sem muitos erros dos times. Muito pela forma de jogar de Simeone. Mas também pelo peso de ser uma final, um clássico espanhol, em jogo único, sem chance para erros.
Espera-se o Real tentando encontrar espaço com a qualidade de seus atacantes e tendo a bola a maior parte do tempo. A bola parada de qualidade dos Galácticos pode fazer diferença a seu favor, sobretudo com Cristiano Ronaldo, Bale, e Serio Ramos.
Já o Atlético deve manter sua forma aguerrida de jogar, com concentração absurda de todo o time, todo o tempo, mantendo o estilo de marcação que tenta recuperar a bola na frente para acionar Griezmann, e que, quando necessário se recompõe em seu campo e não cede espaços ao adversário.
É difícil fazer previsões em finais, sobretudo, envolvendo um clássico, mas creio que por ter mais tempo de formação, pelos adversários que superou, (incluindo o grande jogo contra o Bayern de Guardiola), o espirito de decisão característico do time de Simeone e o sentimento de revanche dos Colchoneros eles levam esta final. Mas claro que não dá para duvidar do poderio do Real e da capacidade de decisão de um time que conta com Cristiano Ronaldo e tantos outros grandes jogadores. Certo mesmo é que a Espanha domina as competições europeias desta temporada, com o campeão de sábado se juntando ao Sevilha, campeão da Liga Europa.
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