A NOVA CARA DAS ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANAS
Começam os jogos da 7ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo. Nem terminou o primeiro turno da competição e já mudou tanta coisa que dá para falar que começou uma nova fase na disputa pelas vagas na Rússia 2018.
Quando acabou a sexta rodada o cenário que se apresentava era o seguinte:
CLASSIFICAÇÃO | P | J | V | E | D | GP | GC | S | |
1 | Uruguai | 13 | 6 | 4 | 1 | 1 | 12 | 4 | +8 |
2 | Equador | 13 | 6 | 4 | 1 | 1 | 12 | 7 | +5 |
3 | Argentina | 11 | 6 | 3 | 2 | 1 | 6 | 4 | +2 |
4 | Chile | 10 | 6 | 3 | 1 | 2 | 12 | 10 | +2 |
5 | Colômbia | 10 | 6 | 3 | 1 | 2 | 9 | 8 | -1 |
6 | Brasil | 9 | 6 | 2 | 3 | 1 | 11 | 8 | +3 |
7 | Paraguai | 9 | 6 | 2 | 3 | 1 | 7 | 6 | +1 |
8 | Peru | 4 | 6 | 1 | 1 | 4 | 6 | 12 | -6 |
9 | Bolívia | 3 | 6 | 1 | 0 | 5 | 7 | 13 | -6 |
10 | Venezuela | 1 | 6 | 0 | 1 | 5 | 7 | 17 | -10 |
E o que temos por agora? Muita novidade. Vamos por partes e contextualizando o que se deu durante os meses de folga. Nesse meio tempo tivemos uma Copa América Centenário e os Jogos Olímpicos, além de um caminhão de mudanças.
De cara o Brasil precisou sofrer mais uma humilhação para sacar que a coisa estava feia. O sexto lugar proporcionará à seleção canarinho seu maior fracasso: ficar sem vaga para a Copa do Mundo. Não é para menos que Dunga caiu, mas primeiro foi necessário ser eliminado da Copa América Centenário num grupo com Peru, Equador e Haiti (calma, pelo menos do Haiti o Brasil ganhou). E a CBF achou por bem escutar o que a maioria da imprensa e dos torcedores queria, colocando Tite no comando da seleção. A expectativa é mudar tudo, mas o torcedor já ficaria bem feliz se viesse a vaga e pelo menos um pouco do bom futebol de outras épocas. Pelo menos a motivação já está aí, pois além de um novo técnico, o Brasil vem de um título inédito. Além da empolgação do ouro olímpico e de temporárias pazes com a torcida, o torneio olímpico deixa uma base (principalmente de ataque) para a seleção de Tite. Agora é ver se a “Era Tite” começa bem contra o Equador.
Por falar dos equatorianos, ninguém começou mais empolgado na competição. Quatro vitórias logo de cara, sendo a primeira no Monumental, contra a Argentina, e depois mais uma contra o Uruguai, credenciaram o Equador como melhor time do início das Eliminatórias. Mas a última data FIFA meio que apagou esse fogo, com um empate e uma derrota. Somando-se a isso uma campanha apagada nas Copa América, dá para duvidar da força do time, mas por precaução isso não é recomendado.
Bolívia e Venezuela não devem fazer muita coisa. A seleção Viño Tinto não repeti as boas campanhas das últimas competições e a Bolívia vive uma crise interna, além da tradicional crise de qualidade técnica, que dificultará o trabalho do técnico argentino Ángel Guillermo Hoyos. O Peru, comandado pelo também argentino Ricardo Gareca, está um pouco melhor mas não corresponde às expectativas que criou, principalmente depois do terceiro lugar na Copa América do Chile. Com um time experiente e contando com os gols de Guerrero, os peruanos ainda acreditam na vaga, mas pontos perdidos em casa – como no empate com a Venezuela – comprometem esse objetivo.
Entre o líder e o sétimo, apenas quatro pontos separam Uruguai e Paraguai. Isso implica em muito equilíbrio. Se o Paraguai não empolga absolutamente ninguém, consegue roubar pontos importantes ao empatar com o – até então 100% – Equador, e se aproveitar da má fase do Brasil, para uma quase vitória em casa. Já o Uruguai, está mais velho, mas é muito bem montado e com os gols de Luis Suárez se mantém na ponta das Eliminatórias.
E o Chile continua sendo o melhor time da América do Sul. Depois de estrear batendo na cara do Brasil, “La Roja” perdeu um pouco do seu ímpeto, perdendo para Uruguai e Argentina, em meio a saída do grande responsável pela composição da melhor seleção de sua história, o técnico Jorge Sampaoli. Mas aí veio a pausa, veio a Copa América Centenário e o bicampeonato das Américas. O ânimo voltou e o Chile retorna a disputa com muito favoritismo para uma das quatro vagas.
A Colômbia não tem aquela seleção vistosa de outras épocas, mas com o time que veio de uma campanha histórica na Copa do Mundo, dificilmente ficará de fora pelo menos da quinta vaga. Por fim, vamos falar da Argentina, que foi quem passou por uma mudança das mais drásticas.
Depois de começar titubeando nas Eliminatórias e sem Messi, lesionado, a Argentina terminou em terceiro ao fim das seis rodadas. Não era lá uma campanha à altura do elenco, mas todos estavam satisfeitos, pois era o necessário para garantir uma das vagas e não atrapalhou o foco principal: ganhar um título. E esse título era a Copa América Centenário. O resultado, todos se lembram. O fracasso expôs o racha na entre os jogadores e a AFA. Messi, Mascherano e mais uma turma deixaram a seleção. Tata Martino também – mas por merecimento, pois se mantinha lá, em parte, pelo apreço que Messi tinha por ele. Para baixar ainda mais a moral, uma eliminação na primeira fase da Olimpíada (que nem de longe foi tratada como prioridade). Depois de entrar num buraco negro que parecia não ter fim, a Argentina buscou Patón Balsa no São Paulo para por ordem na casa. Os aposentados precoces voltaram e agora é difícil imaginar que a seleção argentina fique de fora da Copa.
Bom, acho que todo mundo sabe o que vem por aí. Jogos duros, catimbados e alguns lampejos de bom futebol. Afinal de contas, vale vaga na Copa do Mundo e, se alguns sonham em consegui-la, outros tem como obrigação conquistá-la. Vamos ver como vão se comportar as seleções depois das inúmeras mudanças que esse inverno latino nos trouxe. E que sejam bons os resultados.
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