Nem a vantagem de 1 x 0 na primeira partida, jogando fora de casa, nem o apoio incondicional do torcedor, nem o fato de ter a melhor defesa da competição e um ataque eficiente, fizeram com que o clima no Pacaembu não fosse outro, se não o de apreensão. O Corinthians tinha, mais uma vez, uma grande chance de chegar à final da Libertadores pela primeira vez em seus 101 anos de história, mas como em 1999, o adversário era um os grandes de São Paulo.  Se daquela vez, o Palmeiras de Felipão levou a classificação nos pênaltis, dessa vez os comandados de Tite não queriam deixar o Santos de Muricy fazer o mesmo.

O jogo começou ao estilo do Corinthians. Muita marcação de ambos os lados, com a partida se desenrolando no meio campo, sem que as equipes atacassem o gol adversário. O Santos errava passes na saída de bola,  e em um desses erros, Neymar perdeu a bola para Paulinho, que avançou, passou para Danilo, que perdeu o tempo da jogada, quando a bola chegou para a finalização de Willian, a defesa santista já havia dominado novamente.

O jogo continuou muito brigado, mas sem efetividade ofensiva de ambos os lados. Até que ao 35 minutos da primeira etapa, Rafael cobrou tiro de meta, Allan Kardec disputou no alto com Ralf e a bola sobou para Neymar. O camisa 11 driblou, tocou para Allan Kardec que cruzou para Borges completar na trave, mas Neymar acompanhou o lance, como manda a cartilha, e só completou para as redes para marcar 1 x 0, e quebrar a invencibilidade de 597 minutos da defesa corintiana na Libertadores.

Já na segunda etapa, Tite volou com Liédson no lugar de Willian. A mudança fez com que a defesa Santista passasse a se preocupar mais com o miolo de zaga, já que agora eles tinham um centroavante a marcar. Se o levezinho não está em grande fase, ainda merece atenção. Tanto que aos dois minutos, em cobrança de falta de Alex, Edu Dracena e Durval ficaram de olho no camisa 9, e deixaram Danilo penetrar na segunda trave livre. O meia corintiano dominou e bateu para marcar o empate.

Com o empate, o time santista passou a criar menos. Neymar novamente foi engolido pela marcação, Arouca não conseguia jogar, e Ganso nem de longe lembrou aquele craque de 2010. Já o Corinthians aproveitava os espaços pelos flancos, já que a zaga santista ainda se preocupava com Liedson.

No final, o Corinthians só se defendia, e o Santos não conseguia atacar em busca do gol da vitória.

Mais uma vez o Santos mostrou que não tem um conjunto competitivo. Em todas as vezes que Neymar foi bem marcado, o restante do time não soube como atuar. Já nas quartas de final contra oVélez, e nas semifinais contra o Corinthians, o meio e o ataque santista aceitaram muito passivamente a marcação adversária e não conseguiam criar alternativas para a forte marcação adversária.

O Corinthians, que agora oficialmente faz a sua melhor campanha na história da Libertadores, conseguiu este feito inédito através de um conjunto muito bem treinado e consciente de sua estratégia. Jogadores como Alex e Jorge Henrique, marcam incessantemente para depois poder construir jogadas ofensivas. Um time que levou apenas três gols em uma competição tão dura quanto a Libertadores merece todas as honrarias.

O Timão agora aguarda o vencedor entre Boca Juniors x Univesidad de Chile para saber o seu adversário na final. O Boca venceu por 1 x 0 em casa, e agora decide no Chile, hoje às 21 horas.

O sonho da torcida corintiana, de vencer a Libertadores, nunca esteve tão perto. Primeiro pelo fato de estar na final, em segundo, por ter uma equipe muito qualificada para vencê-la.

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CORINTHIANS 1 x 1 SANTOS

Corinthians: Cássio, Alessandro, Chicão, Castán, Fábio Santos;  Ralf, paulinho, Danilo, Alex; Jorge Henrique, Willian (Liédson). Tec: Tite

Santos: Rafael, Henrique, Edu Dracena, Durval, Juan (Léo); Adriano (Elano), Arouca, Ganso; Neymar, Borges (Dimba), Allan Kardec. Téc: Muricy Ramalho

Gols: Neymar aos 35′ do primeiro tempo; Danilo aos 2′ do segundo.

Amarelos:  ninguém

Árbitro: Leando Pedro Vuáden

Local: Pacaembu, São Paulo