Os últimos anos pareciam evidenciar a retomada dos bons resultados do basquete brasileiro a nível mundial. O vice-campeonato da Copa América de 2011, o 9º lugar no Mundial de Basquete e o 5º Lugar nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. A seleção jogou em alto nível contra russos, espanhóis, argentinos e até mesmo contra os americanos. Parecia que uma nova grande fase do basquete brasileiro se iniciava. Entretanto, um grande golpe estava por vir.

Iniciando o novo ciclo da seleção, agora com o técnico Rubens Magnano, que substituiu Ari Vidal, a seleção foi convocada para a Copa América, competição que valia vaga no Mundial. De cara, um velho problema. Os atletas da NBA Nenê, Leandrinho, Anderson Varejão, Thiago Splitter e Lucas Bebê pediram dispensa, enfraquecendo muito a equipe e dando início a uma grande polêmica. Apesar de boa parte delas serem justificáveis, o resultado pífio da seleção deu um peso muito maior a atitude dos atletas, além de levantar o questionamento sempre recorrente sobre a organização da seleção e do interesse dos atletas nela.

Na competição, a seleção baseada em jogadores do NBB (a Liga Nacional de Basquete), mesmo com os desfalques, era favorita no seu grupo, que tinha as boas seleções de Porto Rico e Canadá, juntamente com as fracas seleções do Uruguai e da Jamaica. Ainda assim, o Brasil jogou abaixo da crítica, perdendo as quatro partidas: Porto Rico (72×65), Canadá (91×62), Uruguai (79×73) e Jamaica (78×76). Cabe ressaltar que o Brasil não perdia para o Uruguai há 16 anos e que a Jamaica nunca conseguiu disputar uma competição de primeira linha, muito menos conquistar uma vitória. Foi ridículo. A pior participação brasileira na história.

A crise foi instaurada e as críticas ao técnico e aos jogadores que pediram dispensa deixaram o ambiente ainda mais instável. A seleção corre o eminente risco de ficar de fora do Mundial pela primeira vez, em pleno ciclo olímpico de 2016, onde Brasil está garantido por ser o país sede. Além da organização do basquete brasileiro ser posta em cheque, o desastre da Copa América contribui para piorar a imagem do esporte, que se já vem perdendo público no país, agora vai vendo sua pouca credibilidade internacional sendo diluída.

Sem vaga no Mundial o Brasil ainda tem chance de disputa-lo, mediante convite da FIBA. Cabe agora saber se é digno ou não, aceitar o convite apenas não ficar de fora do Mundial pela primeira vez. Mais que isso o momento é de resolver a crise instalada no Basquete brasileiro, antes que ela comprometa também o ciclo olímpico.