Este ano a NHL saiu de férias, gastou umas férias-prêmio, tirou uns dias q tinha sobrando na casa e ainda se deu ao luxo de faltar na primeira semana de trabalho do ano, folgando mais do que Deputado em Brasília. Há distantes 6 longos e tenebrosos meses, acontecia a final histórica em que os Kings saíram da fila pelo título. Torcedores comemoraram e criaram expectativas, dirigentes trabalharam nos bastidores, jogadores prepararam o espírito para a nova temporada e… Nada de temporada.

O hóquei tem suas nuances dentro e fora da pista de gelo. É encantadora a velocidade e a vontade em que o jogo se desenrola, mas também é importante ver como os jogadores defendem seus direitos sem vestir as armaduras ou calçar os patins. Por conta de um enorme desencontro de ideias e vontades, a temporada 2012/13 da NHL começa com pelo menos 4 meses de atraso.

A greve, ou lock-out, como gostamos bastante de dizer, acontece porque os atletas, por meio de sua associação, pleiteiam melhorias para suas carreiras, o que, necessariamente, implica na redução dos lucros para os comandantes do esporte. Cada parte brigando pelo que lhe é mais interessante, ambas têm grande relutância em ceder e o imbróglio perdura, perdura, perdura, e quem sai perdendo é quem gosta do esporte e quem anuncia nele. A matemática é basicamente essa, e sempre que há a necessidade de assinatura de um novo contrato trabalhista entre atletas e entidade, é essa bagunça.

Por um lado é importante e digno que os atletas busquem melhorias em suas condições de trabalho, planos de carreira e principalmente, na remuneração. Em contrapartida, não faz nem um pouquinho bem para o esporte ter essa inconstância e a cada ano, pairar a dúvida sobre a ocorrência ou não da temporada. Tem muita coisa em jogo, principalmente, grana alta de gente graúda, que atrela sua marca a um campeonato que ninguém sabe se vai acontecer na próxima temporada…

Podemos dizer isso porque nos últimos anos, tem se tornado comum acontecerem grandes discussões entre a NHL (organismo que comanda o campeonato, mais ou menos como se fosse a nossa “competente” CBF chamando-se “Brasileirão”) e a Associação de Atletas da NHL (NHLPA, na sigla para os anglo-saxônicos). Tanto têm discutido que a temporada 2004/05 chegou a ser cancelada, diante da discordância e teimosia das duas partes, fato que quase se repetiu e assombrou a todos durante os 113 dias que durou a greve.

O que consola, é que mesmo tardia, e mesmo com “tiro-curto”, a temporada acontecerá, e ao que tudo indica, o novo contrato trabalhista tem vigência de 10 anos, o que nos garantiria uma década ininterrupta de NHL. Lembrando que os termos do acordo não foram divulgados oficialmente, o que nos deixa meio que navegando em mares desconhecidos em afirmações como esta.

Ao que tudo indica, já no próximo dia 19 de janeiro, a temporada teria início, com uma temporada regular bem mais enxuta para caber, junto com os play-offs, nesses meses que faltam até o meio do mês de junho, quando acaba a temporada esportiva no lado norte da linha do Equador. Mas tão rápido? Sim, a maioria dos atletas da NHL, diante do impasse da greve, arrumaram times em ligas européias para atuarem, até que fosse resolvido o problema no lado de cá do Atlântico. Ligas como a russa (KHL), sueca, finlandesa e suíça receberam jogadores da NHL para melhorar seu nível e aumentar sua divulgação no resto do planeta… Um negócio lucrativo para todas as partes. Como a maioria está em atividade, é só reunir a turma e deixar um puck no gelo para rolar um espetáculo.

Independente de qualquer coisa, o fato é que temos uma temporada de hóquei no gelo, e ela está próxima de seu início. Além disso, é bom voltar ao Start Sports com este esporte tão pouco difundido por aqui e ao mesmo tempo, tão interessante. Vamos continuar de olho no que acontece nos EUA e no Canadá, mantendo sempre o leitor a par do que acontece, tentando explanar, da melhor maneira possível, as regras e os regulamentos que regem a NHL.