HUNGRIA 2006 – A PRIMEIRA VEZ DE BUTTON
Vencer pela primeira vez em condições adversas é algo que de tempos em tempos ocorre na Fórmula 1. Basta lembrarmos os casos de Barrichello, Vettel, Panis e Fisichella. E hoje, contaremos mais uma dessas vitórias peculiares. Este artigo relembra o GP da Hungria de 2006, que teve como vencedor – pela primeira vez na carreira – o inglês Jenson Button, que mais tarde seria campeão do mundo.
Naquela tarde de 6 de agosto de 2006, o gris estava estranho. Os favoritos, Schumacher e Alonso, estavam para, em 11º e 15º, respectivamente. A pode era de Kimi Räikkönen, com a McLaren, seguido pela Ferrari de Felipe Massa. Outro brasileiro, Barrichello, vinha em terceiro, com Pedro de La Rosa em quarto.
O treino foi bom para Button, que terminou em quarto, atrás de Rubinho, seu companheiro de Honde. Entretanto, o britânico foi punido com a perda de dez posições por trocar de motor, partindo somente em 14º.
De La Rosa, ainda na volta de apresentação, já escapou com seu McLaren, dando um giro de 360 graus na saída da última curva. Nada que o comprometesse.
Na largada, Alonso e Schumacher já começaram a caça às primeira colocações. Pularam para o sexto e quarto lugares, respectivamente. Lá na frente, Räikkönen disparava na ponta.
Schumi e Fernando brigavam pelo título mundial daquela temporada e pela atenção do público. Só dava eles. Num duelo direto, a ousadia e os pneus Michelin fizeram a diferença para Alonso, que passou Schumacher por fora na curva 7. Uma escolha de pneus errada prejudicou Barrichello, que teve que fazer um pit stop e cair para décimo.
Mas onde estava Button? Fora dos holofotes, em apenas sete voltas, ele passou Nick Heidfeld, David Coulthard, Felipe Massa, Giancarlo Fisichella e o próprio Schumacher. Já Alonso assumiu a ponta graças a chuva e colocou 39s de vantagem. Muita diferença! Mas a gente sabe como é corrida com chuva…
Räikkonen acertou a traseira da Toro Rosso de Vitantonio Liuzzi no fim da reta na volta 25, trazendo o safety-car para a pista. Ele só saiu na abertura da volta 32, com Alonso na liderança e Button em segundo, sem diferença suficiente para Alonso parar e voltar na frente. Como cada um ainda tinha uma parada e a pista estava secando, tudo indicava que a estratégia de parada definiria o vencedor da prova.
Button parou na volta 46 e Alonso na 51. Para o espanhol, que voltou com pneus para pista seca, era perseguir o britânico e aproveitar o traçado cada vez mais seco. Mais atrás, depois de cair muito, Schumacher vinha subindo e assumiu o quinto lugar ao ultrapassar Heidfeld. Parece pouco, mas nessas condições, Alonso poderia abrir vantagem sobre Schumi no campeonato. Mais não contava com a presepada da Renault.
Em sua parada, um parafuso ficou solto na roda traseira direita do espanhol, o que fez com que Alonso fosse de encontro a uma barreira de pneus. Para piorar as coisas para o piloto da Renault, Schumacher chegou ao segundo lugar, que deixava a diferença na tabela para apenas dois pontos. Restava a Fernando torcer.
Schumi decidiu não trocar os pneus na última parada o que prejudicou demais o rendimento de sua Ferrari. De La Rosa, que estava em terceiro, tirava mais de dois segundos por volta. Era uma questão de tempo.
Quando o espanhol chegou, Schumacher jogou o carro em cima da McLaren para evitar a ultrapassagem. A decisão foi equivocada. Ele perdeu posições e comprometeu sua prova. Faltavam apenas três voltas e, além de De La Rosa, somente Heidfeld tinha condições de alcançá-lo. Com isso, Schumacher terminou apenas em oitavo – com a desclassificação de Robert Kubica – somando apenas um ponto, ao invés cinco. Alegria de Alonso.
Quem não tinha nada com isso era Jenson Button. Tranquilamente ele cruzou a linha de chegada com 30s8 para De La Rosa. Assim, em meio ao caos de Hungaroring, a inteligência e a paciência do britânico fizeram a diferença. Finalmente uma vitória de Button, após 115 provas.
O vídeo a seguir mostra os principais momentos corrida e o pódio.
Para conhecer um pouco mais sobre a história do GP da Hungria, clique aqui.
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