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UM GIGANTE TETRACAMPEÃO

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Fábio ergue a nova taça do Brasileirão. FOTO: ESPN
Fábio ergue a nova taça do Brasileirão. FOTO: ESPN

Experiente de ganhar campeonatos de pontos corridos que sou, além de um copeiro temido em toda América, sei muito bem que uma campanha de um Brasileiro não é nem de perto fácil. Ainda mais quando você é o alvo do país inteiro. E essa campanha do Campeão Brasileiro de 2014 é bem a prova disso.

Depois de um ano fantástico em 2013, com provas e provas que o Cruzeiro é o melhor time do país, eis que temos um “todos contra um” frenético nas 38 rodadas do campeonato e ainda assim, o Cruzeiro não correu risco em momento algum. Isso, somado a todos os recordes batidos (inclusive os que já nos pertenciam), demonstra a grandiosidade de um time de “fora do eixo” ser bicampeão em sequência do campeonato brasileiro. Esse feito fantástico que só o time fantástico do Inter (que levou sabão do Cruzeiro na Libertadores de 76) conseguiu.

Evidentemente que isso não brotou do chão, nem caiu do céu e nem amanheceu um belo dia na Porta da Toca II. Isso é fruto de uma sinergia fantástica da torcida com toda a competência do departamento de futebol do Cruzeiro. Uma torcida que carrega o time e o time que carrega a torcida. Foram mais de 8 milhões de cruzeirenses dentro de campo a cada rodada, todos titulares.

Desde aquela partida contra o Bahia, lá em Salvador, com jogadores reservas (já que os titulares estavam se preparando para disputar uma fase da Libertadores 2014 que nenhum outro time brasileiro disputou), que eu assisti de soslaio em meio a uma viagem a passeio, até o grito de redenção naquele justo momento em que o Fábio procurava o Alexandre Mattos para que ele também levantasse a mais nova taça da gigantesca coleção de taças do Cruzeiro, o sentimento de ver seu time campeão é inconfundível. E o melhor? Isso aconteceu 38 vezes ao longo do campeonato, e não apenas uma, como seria se por acaso ainda houvesse mata-mata no campeonato.

Ver que todo mundo sente um frio na espinha quando fala que a próxima rodada é contra o Cruzeiro; ver todos os times do país fazendo contas olhando para a tabela do campeonato, mas considerando a possibilidade de ganhar 108 dos 114 pontos possíveis, porque os 6 contra o Cruzeiro ia ser osso demais de ganhar. Isso tudo não tem preço.

A evolução do Cruzeiro
A regularidade do time do Cruzeiro em 2014 mostra a evolução do time quase rebaixado em 2011. FOTO: globoesporte.com

Ver que todo mundo borra o calção de vir jogar no Mineirão, colocando até o presidente atrás da linha bola, dá uma sensação de superioridade que só os cruzeirenses entendem, afinal, somos experientes nisso tbm, como 2003 e 2013 somam-se a este 2014 para provar. Mesmo que o resultado do jogo não seja nossa vitória, a superioridade fica latente e só não vê quem está claro, não entende nada de futebol.

A cada cinco rodadas, arrumavam um time para disputar o título conosco e o destino de todos foi o mesmo: ser o time que conseguiu ver mais de perto o Cruzeiro correndo para o título. Fluminense, Corinthians, Inter, São Paulo em âmbito nacional e até o maior time de Vespasiano (que a imprensa de Minas fez questão de tentar enfiar na “briga do título” mesmo 10 pontos atrás) nada mais fizeram que a maior disputa da história para ver quem iria não conseguir passar o Cruzeiro, ou algo menor que isso. E é bom que se diga que teriam sido campeões em campeonatos anteriores, sem um time tão superior quanto o Cruzeiro.

Em carro aberto, jogadores vão para o meio da torcida festejar o título. FOTO: O tempo
Em carro aberto, jogadores vão para o meio da torcida festejar o título. FOTO: O tempo

E ser superior fica a cada dia mais difícil, porque todos te estudam, todos querem tirar uma casquinha (já que agora, passar o ano sem perder para o Cruzeiro virou título, né São Paulo e Corinthians?), a intensidade da sua superioridade exaure sua capacidade física. Isso tudo dificulta a manutenção da liderança. Sempre me lembrarei de jogos que foram verdadeiras batalhas, tipo os dois jogos contra o Grêmio; os dois jogos contra o Inter (inclusive contando com a interferência divina para uma inédita “cabeçada de três dedos”); o jogo contra a Chapecoense no Mineirão, que a bola não entrava no gol de jeito nenhum, assim como contra Bahia e Sport, também no Mineirão; e o jogo do título, contra o Goiás e o gramado encharcado do Mineirão. Estes jogos dão a grandiosidade merecida para este feito grandioso que eu, da arquibancada, ajudei a escrever.

A temporada foi desgastante para a torcida também, neste jogo da taça, via-se a felicidade e o cansaço no semblante de cada um. Aquela festa foi a redenção de um ano inteiro de superação e de muita força. Entre mim e os companheiros de guerra a cada batalha no Mineirão, era senso comum que estávamos cansados e que precisamos da intertemporada para recuperar a garganta e renovar as forças, porque a próxima temporada será como esta. Muita gritaria, muitos pulos pra fazer aquele Mineirão tremer, muita fumaça no inferno azul e se Deus quiser, muita comemoração. Porque ANO QUE VEM TEM MAIS!

Foto do time campeão, contra o Goiás. FOTO: Gil Leonardi / LANCE!Press
Foto do time campeão, contra o Goiás. FOTO: Gil Leonardi / LANCE!Press

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