O ressurgimento dos Jogos Olímpicos se deu no século XIX, por iniciativa do francês Barão Pierre de Coubertin. Entretanto, para que isso acontecesse, uma série de iniciativas anteriores a do Barão tiveram que acontecer.

A primeira tentativa significativa de trazer de volta os antigos Jogos Olímpicos foi a L’Olympiade de la République, um festival olímpico nacional realizado anualmente de 1796 a 1798 em plena na França Revolucionária, com várias modalidades dos antigos Jogos Olímpicos Gregos.

Anos mais tarde, em 1850, o Dr. William Penny Brookes iniciou uma série de competições em Much Wenlock, Shropshire, Inglaterra, para trazer benefícios físicos aos locais. O que começou com o nome de Olympian Class, mais tarde, em 1859, passaria a se chamar Jogos Anuais da Sociedade Olímpica de Wenlock e estes jogos anuais continuam até hoje. A Sociedade Olímpica de Wenlock, sociedade que seria fundada oficialmente em 15 de novembro de 1860.

Além dessas iniciativas realizadas pela Europa, a Grécia – berço dos Jogos – demonstrou grande interesse em reviver a Olímpiada. O primeiro acontecimento que permitiu esse movimento de retomada foi a Guerra de Independência da Grécia do Império Otomano, em 1821. Evangelis Zappas, um rico filantropo grego se prontificou a financiar o renascimento permanente dos Jogos Olímpicos, em 1856. Assim sendo, Zappas patrocinou, três anos mais tarde, jogos com participação de atletas da Grécia e do Império Otomano, que foram realizados na cidade de Atenas. Além disso, ele pagou pela restauração d o antigo Estádio Panathinaiko, para que pudesse acolher todos os futuros Jogos Olímpicos. E assim foi, em 1870 e em 1875.

O intercambio entre esses dois eventos foi importantíssimo para o futuro das competições Olímpicas. Dr. Brookes conheceu os Jogos gregos e adotou os eventos do programa dos Jogos Olímpicos realizados em Atenas em 1859, nos Jogos Olímpicos de Wenlock.

Liverpool, também na Inglaterra, não ficou para trás. Seguindo a mesma onda, entre os anos de 1862 e 1867, a cidade realizou anualmente o Grand Olympic Festival, que solidificou conceitos importantes para a Olimpíada moderna, como o de todos os jogos serem amadores em sua natureza e o de terem dimensões internacionais. Idealizado por John Hulley e Melly Charles, o Grand Olympic Festival teve grande influencia sobre a primeira Olimpíada moderna, que seria realizada em Atenas, na Grécia, em 1896, tanto que o programa de competições de Atenas foi quase idêntico ao dos Jogos de Liverpool. Em meio a essa período de euforia esportiva, em 1865, foi fundada a primeira associação de grande porte voltada para o ideal olímpico, a Associação Nacional Olímpica em Liverpool, idealizada pelos anteriormente citados, John Hulley e Dr. Brookes, ao lado de E.G. Ravenstein. A Associação Nacional Olímpica de Liverpool foi a precursora da Associação Olímpica Britânica e seus artigos de fundação forneceram a estrutura para a Carta do Comitê Olímpico Internacional.

Finalmente chegamos ao pioneiro mais famoso. Em 1890, depois de assistir os Jogos Anuais da Sociedade Olímpica de Wenlock, o Barão Pierre de Coubertin se inspirou em fundar o Comitê Olímpico Internacional. Coubertin se baseou nas ideias e no trabalho de Brookes e Zappas com o objetivo de estabelecer rotação internacional aos Jogos Olímpicos e que ocorreriam a cada quatro anos. Pedagogo e esportista, o barão francês, ao apresentar suas  ideias de utilizar o esporte na educação e na formação do cidadão, encontrou apoio para organizar e fundar o COI, tendo como primeiro presidente o escritor grego Dimítrios Vikélas. Ele apresentou essas ideias de formato dos Jogos durante o primeiro Congresso Olímpico do recém-criado Comitê Olímpico Internacional, em reunião realizada de 16 a 23 junho de 1894, na Sorbonne, em Paris. No último dia do congresso, foi decidido que os primeiros Jogos Olímpicos, organizados pelo COI e de proporções internacionais, aconteceria dois anos mais tarde, em Atenas, na Grécia.

Estava iniciada uma nova era nas competições Olímpicas.