Los Angeles Kings é o novo campeão da Stanley Cup
Jogo de Stanley Cup sempre é uma grande festa. Lasers, luzes, personalidades na arquibancada, torcida participando ativamente do jogo, cantores de renome cantando o hino (No caso específico de ontem, Pia Toscano, participante do American Idol, cantou o hino americano, visto que só haviam times dos EUA disputando a final) e claro, grandes jogadores dentro da pista.
Apesar de o Hóquei no gelo ser um esporte genuinamente de locais gelados, o campeão da NHL saiu da ensolarada Califórnia, precisamente de Los Angeles, perto do deserto, com seus astros do cinema, craques do basquete e rappers gastando tudo o que têm e o que não têm. Parece estranho, mas tem time da NHL em Miami, Dallas e outras cidades onde nunca caiu um floco sequer de neve…
Era o jogo 6 da série, e o tiroteio estava em 3×2 para os Kings. Estes abriram de cara 3×0 na bagaça; inclusive com duas vitórias seguidas em New York (casa do New Jersey Devils). Os nova-iorquinos buscaram bravamente duas vitórias e tentavam a recuperação das possibilidades de título, além de uma lavada na honra no caso do provável título dos Kings.
O time de Los Angeles dominou amplamente as ações durante o jogo: dominavam o puck, tinham volume de jogo, criavam chances, mas o gol demorou um pouquinho a sair. Teve inclusive Power-Play (punição quando há infração, em que o infrator fica por 2min fora de jogo e seu time permanece este tempo com um jogador a menos na pista, ou até que o time com a vantagem faça um gol), e mesmo assim não deu em nada.
Até que aconteceu o lance que seria decisivo para a partida: Scuderi, dos Kings, recebeu um hit violentíssimo de Bernier, que foi expulso e os Devils, punidos com um Major Penalty. Neste tipo de punição, o time fica com 1 jogador a menos por 5min necessariamente, independente de sofrer gol ou não. Tanto é que durante estes 5min, os Kings fizeram 3 gols e praticamente já liquidaram a partida, apesar de ainda faltar 5min para o final do 1º período. Os gols foram anotados pelo capitão do time, Brown, Carter desviando um tiro de Brown e por Lewis.
No intervalo do 1º para o 2º períodos, o Staples Center já era pura festa, que aumentou ainda mais quando os Kings ampliaram o placar para 4×0 de novo com Carter, ainda no segundo minuto jogado no 2º período. A partir daí, os Kings começaram a administrar o jogo, já que os Devils não conseguiam se organizar, mostravam nervosismo cometendo infrações atrás de infrações e sem levar muito perigo ao gol defendido por Quick, jovem goleiro dos Kings que mostrou uma grande capacidade e projetou um ótimo futuro durante a pós-temporada.
Já no finalzinho deste 2º período, Henrique descontou para os Devils, o que não dava muitas esperanças, mas quando menos se esperava, Penner (dos Kings) comete infração e é punido com um PowerPlay, a ser cumprido em quase sua totalidade já no 3º período.
Era a chance de ouro dos Devils de tentar levar a decisão até quarta-feira, em seus domínios, num quase impensável jogo 7 na Stanley Cup. Mas como o dia não era do time do leste dos EUA, eles não conseguiram diminuir o marcador durante a penalidade, o que minou todas as forças do time vermelho. Já sofrendo muito com a falta de controle emocional de seus jogadores, o desânimo e o cansaço ajudaram a afundar ainda mais os Devils. O título dos Kings era apenas uma formalidade de esperar os 16 ou 17min que ainda restavam de puck rodando.
Bem no finalzinho do jogo, com os Devils desesperados e os jogadores dos Kings já olhando uns para os outros com sorrisos abertos por trás de seus capacetes, veio o golpe de misericórdia. Com dois gols relâmpago, Lewis e Greene aumentaram o marcador para 6×1, liquidando a fatura e eliminando qualquer possibilidade de apelação ou choradeira de todos os adversários que foram batidos até ali.
O Los Angeles Kings sagraram-se campeões da Stanley Cup após 42 anos de espera, desde sua fundação. Sem sombra de dúvidas, o time que demonstrou o maior equilíbrio, o melhor Hóquei e uma enorme capacidade de se superar. Classificaram em 8º de sua conferência na temporada regular (o último classificado, meio que na “bacia das almas”, visto que andou vacilando nas últimas rodadas). De cara pegou o 1º colocado da conferência, o Vancouver Canucks, 4×1 sem chances para o melhor time da temporada regular. Depois vieram os Phoenix Coyotes, 2º colocado da conferência e simplesmente varreram os caras (varrer num play-off é sapecar 4×0 na série sem dó nem piedade). Como se não bastasse, ainda pegaram o St. Louis Blues na final da conferência, o time então sensação da NHL, que também vinha de grande campanha na pós-temporada, e mais um 4×1 para liquidar a fatura e mostrar que estavam prontos para levantar o Stanley Cup Trophy.
A partida marcou o encontro épico de dois goleiros: Quick, dos Kings, apesar da pouca idade e do momento ruim em que o time de Los Angeles caiu de pára-quedas nos play-offs, fechou o gol, mostrou que tem talento pra dar e vender; quebrou o recorde de melhor goleiro da história da pós-temporada da NHL, com espantosos 94% de aproveitamento dos tiros desferidos contra seu gol. Por essas e por todas que ele foi escolhido, com absoluta justiça, o MVP dos playoffs (o melhor jogador da pós-temporada da NHL).
Já para Martin Brodeur, goleiro dos Devils, lenda viva do Hóquei, um dos melhores goleiros da história do esporte, com 3 Stanley Cups na bagagem, pode ter sido o encerramento de sua carreira de uma maneira um tanto quanto, amarga. Um goleiro que, apesar de ter tomado 6 gols em sua última partida, ficará marcado eternamente no hall dos grandes nomes que fizeram e fazem do Hóquei um esporte fascinante.
Depois de toda a epopeia da NHL 11/12, Dustin Brown, capitão do Los Angeles Kings, ergue a taça mais cobiçada entre os times de Hóquei no mundo, fazendo a festa diante de sua torcida que pelo demonstrado dentro do Staples Center, comemorará como nunca esse título tão esperado. Só para situar, o maior rival dos Kings, o Anahein Ducks (time criado após o imenso sucesso do Filme dos Super Patos, nos anos 90) tem um quarto de sua idade e já tinham ganhado a Stanley Cup em uma oportunidade, recentemente, na temporada 06/07). Imaginem como é ganhar um título que os torcedores rivais esfregam com todo o gosto em nossas caras… Ao que me parece, esta noite foi curtíssima pelos lados de Los Angeles.
Hoje, devido à especialidade do momento, o texto foi longo e de certa forma até confuso, diante da mistura dos fatos ocorridos com explanações sobre a regra e coisas do tipo. Com mais calma, falaremos mais sobre o esporte; regras, curiosidades, estatísticas e tudo o mais que interessar ao leitor será devidamente demonstrado.
Por hora, deixamos as mais sinceras congratulações ao Los Angeles Kings, legítimo e grande campeão da Stanley Cup temporada 11/12.
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1 Comment
Pura sorte so mais o meu N.J. Devils