Handebol feminino entra para a história e é campeão mundial
A evolução do handebol feminino no Brasil era notável faz tempo. Mas este domingo, 22 de dezembro de 2013, foi um marco para o esporte. O Brasil conquistou na Sérvia, contra as donas da casa o título mundial, numa campanha espetacular que surpreendeu a muita gente.
O handebol é presença constante nas aulas de educação física de quase todas as escolas brasileiras, mas nem por isso, o esporte é uma unanimidade. Sem patrocínios fortes e com grandes dificuldades para profissionalização, o esporte segue crescendo a duras penas, mas nem de longe é um sucesso de audiência. Prova disso é que, nem na eminência da conquista história, o esporte ganhou espaço na TV aberta brasileira. Entretanto, mesmo sem o apoio e divulgação do basquete e do vôlei (pois comparar com o futebol é sacanagem), o handebol feminino brasileiro alcançou a maturidade com a conquista do maior título da modalidade.
As meninas do Brasil bateram na trave no Mundial realizado no Brasil e nas Olimpíadas de Londres. Isso já mostrava que o trabalho, atualmente comandado pelo dinamarquês Morten Soubak, renderia frutos em breve.
A campanha realizada no Mundial da Sérvia foi emblemática. Na primeira fase o Brasil venceu as cinco partidas de um grupo que possuía, além das donas da casa, a Dinamarca, o Japão, a China e a Argélia. Nas oitavas, foi a vez de eliminar a Holanda e, nas quartas, a Hungria. Neste ponto, o Brasil já conquistava a melhor campanha de sua história. Era pouco. O Brasil bateu novamente a Dinamarca, na semifinal, e chegou à decisão contra a Sérvia. A pressão da torcida e o clima nada amistoso não intimidaram as brasileiras, que venceram por 22×20, garantindo o inédito título.
O Brasil é a primeira seleção sul-americana a conquistar o título e a segunda não europeia. Derrubou três campeãs mundiais, incluindo a tricampeã olímpica, a Dinamarca. Terminou a competição com nove jogos e nove vitórias. Não é para qualquer um.
Uma seleção de defesa sólida, saída rápida e um ataque fulminante. A espetacular goleira Babi, a armadora Duda (a melhor do mundial) e a melhor jogadora do mundo, Alexandra, assim como todas as outras atletas desta equipe, estão de parabéns. Aliaram a frieza europeia com a habilidade brasileira. Jogaram como as melhores e foram consagradas como as melhores.
Não vão receber a recepção digna de campeãs mundiais, mas fizeram história e deram um novo rumo para o esporte no Brasil. Isso já é mais do que qualquer uma delas esperava, quando saíram do Brasil.
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