GP DE ABU DHABI 2014: HAMILTON FATUROU SEU BI NA FÓRMULA 1
Ser campeão em alguma coisa costuma ser algo muito importante na vida de uma pessoa. Quando se fatura o título da principal categoria do automobilismo mundial (uma coisa para poucos) pela segunda vez (mais raro ainda) é sensacional.
No artigo de hoje relembraremos a conquista do bicampeonato de construtores por Lewis Hamilton em 2014, em Abu Dhabi.
Naquele dia a largada foi limpa, mas movimentada. Hamilton largou melhor e tomou a ponta de Rosberg. Massa aproveitou-se da largada ruim de Bottas e assumiu o terceiro lugar enquanto o finlandês caiu para oitavo. Entre eles ficaram Button, Raikkonen, Alonso e Kvyat. Completavam os 10 primeiros Hulkenberg e Pérez. Lá atrás as Red Bulls de Ricciardo e Vettel, que tiveram que largar dos boxes por causa de uma punição, começaram a fazer uma corrida de recuperação.
Depois de 4 voltas Hamilton já tinha 1,5 segundo de vantagem sobre Rosberg. Alonso superou Raikkonen e foi para os boxes na volta 6. O líder Hamilton fez seu pit stop na volta 11 junto com Bottas. Na volta seguinte foi a vez de Rosberg fazer seu pit stop. Massa, que liderava a corrida, fez seu pit stop na volta 14 e voltou em terceiro. Bottas ultrapassou Magnussen e assumiu o sétimo lugar. Hamilton lá na frente mantinha uma vantagem sempre ao redor de 2,5 segundos para Rosberg e Massa seguia tranquilo em terceiro lugar.
Rosberg deu uma “escapada” da pista e perdeu mais de 1 segundo em relação a Hamilton, que, ao final desta volta já tinha 7 segundos de vantagem em relação ao alemão. Rosberg começou a perder potência por causa de problemas no seu ERS e Massa encostou no alemão. Na volta 27 Massa superou Rosberg “sem fazer força”. A esta altura da corrida o título estava cada vez mais próximo de Hamilton.
Ricciardo fez somente seu pit stop na volta 28 enquanto o motor do carro de Pastor Maldonado da Lotus pegou fogo. Na volta seguinte Button e Alonso fizeram seus segundos pit stops. E na outra volta foi a vez de Magnussen fazer o mesmo.
Hamilton também começou a ficar lento. Massa começou a tirar a diferença em relação ao inglês que, após 4 voltas caiu de 13 para 9 segundos. Hamilton fez seu segundo pit stop na volta 32 e Massa reassumiu a ponta.
Na volta 33 Bottas superou Rosberg e assumiu o terceiro lugar. Rosberg fez seu segundo pit stop na volta 35. E Bottas na volta seguinte.
Rosberg passou a “se arrastar” na pista e, na volta 38 foi ultrapassado por Vettel e caiu para oitavo. Enquanto isto Hulkenberg fez seu segundo pit stop.
Massa finalmente fez seu segundo pit stop na volta 44 e colocou pneus supermacios. Enquanto isto Kobayashi abandonou a corrida.
Massa iniciou uma caçada em relação a Hamilton. Faltando 9 voltas para o final da corrida, a diferença entre eles era de exatamente 9 segundos. Na volta 48 Ricciardo fez o seu segundo pit stop.
Na volta 52 Rosberg ficou mais lento ainda e foi superado por Button, Alonso Vergne e Raikkonen caindo para 11º, saindo da zona de pontuação. O alemão da Mercedes se “arrastou” até o final da corrida e terminou em 14º lugar.
O final da corrida ganhou em emoção. Massa com os pneus supermacios começou a tirar pelo menos um segundo por volta e diminuiu bastante a diferença para Hamilton. Mas o inglês ainda possuía “lenha pra queimar”. Administrou a vantagem e associado ao desgaste rápido dos pneus supermacios da Willians de Massa cruzou a linha de chegada mais uma vez em primeiro lugar e confirmou o título da temporada de 2014 da Fórmula 1.
A festa do título foi emocionante. Hamilton fez “zerinhos” com o carro após o final da corrida, e a lá Ayrton Senna, carregou uma bandeira da Grã Bretanha até chegar para o pódio.
Quando chegou a área destinada aos carros para os 3 primeiros colocados a festa foi maior ainda. Hamilton recebeu (ainda de capacete) um beijo apaixonado da (na época) sua namorada, a cantora Nicole Scherzinger.
Destaque para Nico Rosberg que, ao final da corrida cumprimentou Hamilton pelo título e reconheceu como merecida a conquista do companheiro de equipe.
O vídeo a seguir (em inglês) mostra o resumo do que aconteceu neste dia histórico.
Em 2015, já com o título garantido com 3 corridas de antecipação, Lewis Hamilton vai buscar se igualar a Sebastian Vettel como o maior vencedor na história desta corrida. E colocar Nico Rosberg novamente “no seu lugar” depois de duas vitórias seguidas do seu companheiro de equipe e rival nas disputas dos últimos dois anos.
O circuito da corrida
O Grande Prêmio dos Emirados Árabes Unidos faz parte do calendário da Fórmula 1 desde 2009. De lá pra cá esteve sempre presente no calendário da principal categoria do automobilismo mundial.
O circuito utilizado é o Circuito de Yas Marina localizado na marina da cidade de Abu Dhabi.
O circuito é maravilhoso, principalmente quando anoitece e se acende uma iluminação especial em partes do mesmo dando um efeito quase surreal a corrida. Não é a toa que Yas Marina é o circuito mais caro construído até hoje para a Fórmula 1.
O circuito também possui outra curiosidade: a saída dos boxes possui um “S” e passa por debaixo da pista aumentando o grau de “surrealismo” do mesmo.
Porém, concordo com a declaração de Galvão Bueno sobre o traçado do circuito ser parecido com uma pista de cart. Hermann Tilke caprichou na hora de desenhar o traçado do circuito… Só que não.
São incríveis 20 curvas, muitas das quais lentas. Quem vê o traçado sem conhecer o lugar tem a impressão de que é um circuito de rua de tão travado que o mesmo é. Só não é pior que Hungaroring entre os circuitos permanentes atuais da Fórmula 1. Antes do uso do DRS nem nas duas grandes retas se conseguia ultrapassar com facilidade. Em situações normais, os pilotos deverão fazer este traçado por 55 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa dos EAU da Fórmula 1. O traçado, com seus 5554 metros, pode ser visto na figura a seguir.
Assim como no Barein o circuito foi construído em uma área desértica onde a possibilidade de chuva durante a corrida é quase zero.
Dados históricos
Foram realizadas até agora, 6 edições do GP dos Emirados Árabes Unidos desde 2009 e três pilotos diferentes venceram lá desde então. O alemão Sebastian Vettel foi o primeiro vencedor desta etapa. Vettel também é o maior vencedor da mesma, até agora, com 3 vitórias, seguido por Lewis Hamilton com duas vitórias. Por equipes, quem mais venceu até agora foi a Red Bull com 3 vitórias seguida por McLaren, Lotus e Mercedes com 1 vitória cada.
A pole mais foi feita por Sebastian Vettel pela Red Bull em 2011 com o tempo de 1min 38s 481 (com os carros com motores V8) e a volta mais rápida também foi feita por Vettel, também pela Red Bull, em 2009, com o tempo de 1min 40s 279 (também com os carros com motores V8).
Expectativa para a corrida
E assim chegamos ao final de mais uma temporada da Fórmula 1. A segunda em que escrevo para o blog Start Sports. Agradeço mais uma vez a confiança de toda a equipe do blog por ter me dado à oportunidade de escrever pelo segundo ano seguido sobre este esporte apaixonante, mas que foi relegado por muitos brasileiros nos últimos 20 anos desde a morte de Ayrton Senna e a falta de títulos por parte dos pilotos brasileiros, somados à ocorrência de episódios ridículos como o ocorrido com Barrichello na Áustria em 2002 e Massa na Alemanha em 2010.
Agradeço a todos os leitores, que são a razão da existência deste blog, peço desculpas se errei em alguma informação ou demorei a passar as notícias e espero continuar com este belo trabalho em 2016, lembrando que ainda tem a crônica sobre esta última corrida no domingo.
Mais uma vez a Mercedes sobrou nesta temporada. Novamente com um carro bem nascido e contando com a competência de toda uma equipe, o time alemão sagrou-se novamente campeão dos Mundiais de Construtores e Pilotos em 2015. Visando acabar com esta nova hegemonia na Fórmula 1, a FIA vai impor novas mudanças no regulamento de 2016 que serão apresentadas aqui no blog ao final da pré-temporada no início do ano que vem.
Entre altos e baixos, destaque positivo para Sebastian Vettel, Max Verstappen e Felipe Nasr. O primeiro foi o único que conseguiu quebrar a supremacia da Mercedes nesta temporada vencendo três corridas em sua primeira temporada na Ferrari. Se Vettel conseguirá fazer no time italiano pelo menos parte do que seu compatriota Michael Schumacher fez, é outra história. Mas as perspectivas são boas para 2016.
Já o holandês chegou com muita desconfiança de todos os integrantes da Fórmula 1 devido a sua pouca idade com que iniciava na categoria (17 anos). Apesar de algumas “barbeiragens”, Max fez uma boa temporada e vai terminar como o melhor novato da temporada de 2015. Se tiver “cabeça boa” e um melhor carro mais adiante, poderá, quem sabe, ser, futuramente, campeão na Fórmula 1.
Já o brasileiro Felipe Nasr mostrou uma grande regularidade ao longo da temporada e, quando as circunstâncias favoreceram, beliscou pontos importantes em sua primeira temporada na Fórmula 1. Em 2016 ele continuará na Sauber, mas pelo que demonstrou até agora, poderá futuramente conseguir um carro melhor no grid, para quem sabe tirar o Brasil da fila de 6 anos sem vitórias e de 24 anos sem título na Fórmula 1.
Destaques negativos para a McLaren, Red Bull e Felipe Massa. O time inglês sofreu muito em 2015. Com um carro mal nascido e o fraco e pouco confiável motor Honda, a dupla de campeões do mundo Fernando Alonso e Jenson Button ficou muitas das vezes, durante a temporada, somente à frente no grid dos pilotos da nanica Marussia Manor. A Mclaren deve terminar a temporada de 2015, somente a frente justamente da Marussia Manor no Mundial de construtores. É muita humilhação para uma das equipes mais tradicionais da Fórmula 1. Vamos ver se em 2016 a realidade melhora um pouco por lá.
Já a Red Bull fez uma temporada sem brilho em 2015. Os “touros vermelhos” conseguiram somente o quarto lugar no Mundial de Construtores deste ano. Mas o que chamando a atenção são as declarações recentes que dirigentes do time austríaco demonstrando um certo comportamento de “mau perdedor”. A ameaça de se retirar da Fórmula 1, para mim, configura-se mais como um comportamento típico de “menino mimado que perdeu seu brinquedo”. É Red Bull. Não dá pra ganhar todas sempre.
Já o piloto brasileiro da Williams, de quem se esperava resultados expressivos em 2015, mais uma vez ficou pelo caminho. Massa ainda possui uma remota chance de ficar em quarto lugar no Mundial de Pilotos em 2015 [disputa que está sendo protagonizada entre os finlandeses Kimi Raikkonen da Ferrari (outra decepção em 2015) e Valtteri Bottas da Williams], mas a realidade é que parece que Massa já “deu o que tinha que dar” na Fórmula 1. Após o acidente na Hungria em 2009 o piloto brasileiro nunca mais foi o mesmo. Vai ficar atrás de novo do seu companheiro de equipe e não vejo melhores perspectivas para ele em 2016. Vitória? Parece já ser algo muito fora da sua realidade. Título? Quase impossível.
Horários:
Classificação – 10/10/2015 (sábado), 11:00h (11:45 começa a transmissão na TV aberta) (horário de Brasília),
Corrida – 11/10/2015 (domingo), 11:00h (horário de Brasília)
O treino e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo. Boa corrida para todos.
No Comment