GÊNIOS DO ESPORTE | FRANZ BECKENBAUER
Franz Anton Beckenbauer, nascido em Munique, em 11/09/45, foi um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, tornou-se um técnico vencedor e, como dirigente, foi presidente do Bayern de Munique. Lendário como meia e líbero, dono de rara habilidade e um futebol vigoroso, era uma liderança natural, que lhe rendeu o apelido “Kaiser” ou imperador, em português. Beckembauer possuía passes precisos de curta e longa distância e era um exímio marcador, capaz de desarmar sem fazer faltas. Outras marcas registradas de seu futebol vistoso eram a elegância com seu porte ereto, passadas largas e a cabeça sempre erguida, além da grande visão de jogo.
Seu nome está diretamente ligado ao Bayern de Munique. Quando Beckenbauer começou, a equipe de Munique era tida como um clube pequeno e não tinha nenhuma expressão internacional. Quando Beckenbauer e seu amigo Sepp Maier subiram para o time principal, em 1965, o Bayern só tinha dois títulos, a Copa da Alemanha de 59 e o Campeonato Alemão de 32, e tinha acabado de subir da segunda divisão. Enquanto isso, o rival Munique 1860 vivia um grande momento e tinha acabado de ser vice-campeão da Recopa Europeia. O que ninguém sabia era que a geração que se formava mudaria a história do Bayern de Munique.
Com o Kaiser no elenco, o Bayern conquistou um Mundial, três Champions, uma Recopa Europeia, quatro Campeonatos Alemães e quatro Copas da Alemanha. Colocou os Bávaros no mapa do futebol mundial e garantiu seu lugar na seleção alemã. Logo na primeira temporada pelo Bayern, com 20 anos de idade, foi convocado para defender a Alemanha Ocidental nas eliminatórias e, posteriormente, para a Copa do Mundo de 66. Foi vice campeão perdendo para os ingleses, mas mostrou ao mundo o seu grande diferencial: ser um bom marcador e saber sair jogando com habilidade. Marcou quatro gols. Na Copa de 70, no México, houve a vingança contra a Inglaterra (eliminada nas quartas), mas a Alemanha ficou em terceiro, depois de perder a antológica semifinal contra a Itália, por 4×3. Nessa partida, Beckembauer deslocou o ombro aos 25 minutos e jogou assim até o final da prorrogação.
O primeiro troféu do Kaiser viria dois anos depois, com o título da Eurocopa 1972 sobre a União Soviética. Depois de dois fracassos em mundiais, veio a Copa do Mundo de 74, em casa. Com um time que tinha 7 dos 11 jogadores titulares do Bayern de Munique, a Alemanha Ocidental finalmente conquistou o título, sobre a Holanda de Cruyff. Coube ao Kaiser, capitão da seleção (como o foi por 10 anos), levantar a taça. Dois anos depois, aos 30 anos, seria vice-campeão da Eurocopa 1976, perdida nos pênaltis para a Tchecoslováquia. No ano seguinte, quando foi jogar nos EUA pelo Cosmos, perderia seu espaço na seleção e não voltaria mais.
Individualmente conquistou duas Bolas de Ouro de melhor jogador, pela revista France Football, em 72 e 76, além do prêmio de melhor jogador dos EUA, derrotando Pelé, seu companheiro de Cosmos, em 78. Tentando voltar à seleção, o Kaiser voltou a Alemanha para jogar pelo Hamburgo, para conquistar um vice e um título da Bundesliga. Como ficou triste pela não convocação para a Copa de 82, voltou para o Cosmos, perdendo a oportunidade de fazer parte do título da Champions de 83, conquistado pelo Hamburgo. Aposentou-se em nesse mesmo ano.
Depois de um tempo parado, o Kaiser voltou como técnico. Começou de cara substituindo Jupp Derwall na seleção alemã que disputaria a Copa de 86. A boa campanha terminou no vice, após a derrota para a Argentina. A empolgação foi freada pela fracasso na Euro de 88, quando a Alemanha terminou em 3º, mesmo sediando a competição. Quando parecia que a desconfiança cairia sobre o trabalho de Beckembauer, veio a Copa do Mundo de 90 e o título, numa revanche contra a mesma Argentina. O Kaiser entrou o cargo no auge. Logo depois treinou o Olympique de Marseille, mas não teve muito sucesso. No Bayern, sua casa, como técnico e depois como presidente, conquistou uma Bundesliga e uma Copa da UEFA. Ainda é dirigente do Bayern, mas sua maior conquista como cartola foi levar a Copa de 2006 para a Alemanha, da qual foi presidente do Comitê Organizador.
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