ALEMANHA 2010 – O GOSTO AMARGO (DE NOVO) DO QUASE
Se em 2014 escrevi sobre a emocionante primeira vitória de Rubens Barrichello na F1 em 2000, o episódio de hoje também envolve um piloto brasileiro da Ferrari. Só que desta vez o final não foi dos melhores.
O artigo de hoje relembrará o GP da Alemanha de 2010, que, assim como o GP da Áustria de 2002, teve o seu resultado alterado em função de ordens da Ferrari para seus pilotos.
Naquela tarde de 26 de julho, a corrida começou com as Ferraris de Alonso e Massa entre as duas Red Bulls. Vettel, que largou na ponta, se ocupou de atacar Alonso na largada e tal disputa favoreceu Massa, que tomou a ponta com uma bela manobra. Vettel caiu para terceiro. Mas ainda na primeira volta, Hamilton passou as duas Red Bulls.
A primeira volta ainda teve o toque dos dois carros da Toro Rosso, com Alguersuari e Buemi. Entre os brasileiros, Lucas Di Grassi polou de último para 16º, seguido por Bruno Senna. Barrichello caiu em 8º para 11º.
Voltando para a dianteira, Massa não conseguiu abrir distância de Alonso, apesar do bom desempenho dos pneus macios de sua Ferrari. O espanhol tinha 1s5 de vantagem para Vettel.
Com as paradas nos boxes lá pela volta 14, Massa voltou à frente de Alonso, mas sob o ataque do bicampeão e mostrando dificuldades com os pneus duros. A briga entre os dois ficou para a volta 21. Alonso colocou de lado por duas vezes, mas Massa conseguiu manter sua colocação e seu rendimento melhorou com o desgaste dos pneus duros.
“Na volta 48, Massa recebeu a comunicação via rádio: “Fernando Alonso é mais veloz do que você”. No giro seguinte, o brasileiro abriu caminho e, sem combater o companheiro, deixou Alonso passar e garantir seu segundo triunfo na temporada. Massa foi frio ao responder também pelo rádio às instruções da Ferrari. ‘Ok, caras. Boa sorte” – Texto retirado do site Uol Esporte.
O vídeo a seguir mostra esta polêmica manobra.
Alonso venceu facilmente. Massa chegou logo depois, sem ser ameaçado por Vettel, que fechou o pódio. O alemão fez voltas mais rápidas na parte final da prova, mas não foi o suficiente para lhe deixar em condições de dar o bote no brasileiro.
“Poucos minutos depois, o abraço frio e protocolar de Massa em Alonso deixou claro que a dobradinha da Ferrari não significava necessariamente uma tarde de festa para a equipe italiana. Um triunfo constrangido” – Texto retirado do site globoesporte.com.
O que mais causou o gosto amargo para Felipe Massa (e para seus fãs) é que fazia exatamente 1 ano do grave acidente que ele tinha sofrido na Hungria no episódio da mola que se soltou do carro de Barrichello e acertou nele. Era a redenção ideal, com uma vitória que não vinha desde o Brasil em 2008 (e que nunca mais veio). Mas a Ferrari impediu esta história. No final das contas tal manobra não valeu o título para Alonso e a Ferrari: em Abu Dhabi, houve um Petrov no meio do caminho.
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