A temporada europeia chegou ao fim e a gente acha mais do que pertinente rever alguma das histórias que vão ficar para sempre na cabeça dos torcedores.

Na França e na Grécia não houve disputa pelo título em momento algum. O Olympiacos passou o carro no campeonato grego de tal maneira, que em março já estava comemorando o título. Ainda estabeleceu o recorde de 17 vitórias seguidas, o melhor início de campeonato de todas as ligas europeias no século XXI. Na França o PSG passeou e terminou com 31 pontos à frente do Lyon, segundo colocado. O time de Ibra somou 98 pontos, com 30 vitórias e apenas 2 derrotas em 38 partidas na Ligue 1. O sueco se despediu de Paris com a artilharia da liga – 38 gols – o tetra francês e mais um título da Copa da França. Outro destaque na França foi o Lyon, que com uma arrancada de apenas uma derrota nos últimos 11 jogos, garantiu sua vaga na Champions, com direito a uma goleada sobre o rival Monaco por 6×1.

Na Alemanha, o Bayern não dominou tão plenamente e nem foi tão avassalador como em outras temporadas. Entretanto, confirmou o tetra e ainda levou a Copa da Alemanha contra o rival Borussia. Foi o adeus emocionante de Guardiola do clube alemão, apesar das desconfianças pelo fato de não ter conquistado a Champions pelos bávaros. O destaque na terra Angela Merkel foi a presença de três grandes lutando contra a degola. O Stuttgard caiu e o Werder Bremen se safou na última rodada. Já o Eintracht Frankfurt precisou de jogo desempate com o tradicional Nuremberg, para manter-se na Bundesliga.

Na Itália também teve domínio pleno de uma equipe: a Juventus. Aliás, a Juve já domina a velha bota faz muito tempo. Depois de um início ruim, com a saída de Vidal, Pirlo e Tevez, a Velha Senhora engrenou. Dominou a Seria A sendo rivalizada apenas pelo Napoli e ainda bateu o Milan, levando a Copa Itália, repetindo o feito temporada anterior. Enquanto a Inter e o Milan seguem medianos, a Juve domina o futebol no país. Ressalvas para dois artilheiros: Klose, que se despediu da Lazio, e Higuain, que marcou 36 gols pelo Napoli, quebrando o recorde da artilharia do torneio, que durava 66 anos.

Em Portugal o Porto viveu uma temporada para se esquecer. Enquanto não foi páreo para o Benfica na Primeira Liga, perdeu a chance de salvar a temporada na Taça de Portugal, perdida para o Braga, que estava a 50 anos sem conquistar a competição. Já o Benfica dominou o campeonato português, com destaque para o brasileiro Jonas, autor de 33 gols.

Na Bélgica, o Club Brugge conquistou o título depois de 11 anos. Na Áustria o Red Bull Salzburg dominou o campeonato e na Suíça o Basel ganhou de ponta a ponta. Mas o grande destaque do campeonato Suíço foi a queda do gigante FC Zurique.

No leste europeu, o pau quebrou demais da conta. Na Ucrânia tudo muito bem divido: o Dínamo de Kyev ficou com a Liga e o Shakhtar com a Copa, na despedida do técnico Lucesco, que deixou o time após 12 anos. Na Rússia o CSKA conquistou o hexa, numa disputa emocionante com a zebra Rostov, clube pequeno e endividado que quase ficou com o caneco. Enquanto isso o Dínamo de Moscou, gigante na era soviética, foi rebaixado pela primeira vez. Na Turquia, o Besiktas dominou o campeonato e ficou com a taça. Dessa forma, restaram a Galatasaray e Fenerbahce se matarem pela Copa da Turquia. E deu Galatasaray, com direito a gol de Podolski.

Barcelona, Real Madrid e Atlético de Madrid fizeram um campeonato próprio na Espanha. A diferença do Atleti, que terminou em terceiro, para o quarto, foi de 24 pontos. O Barça disparou e no meio do torneio parecia que seria campeão com sobras. Entretanto, uma fase ruim depois de perder o clássico com Real em casa, fez com que tudo de equilibrasse e o título ficasse para a última rodada. La Liga acabou ficando mesmo na Catalunha, graças em parte ao trio MSN, em especial a Suarez, que marcou 40 gols no campeonato. Para fechar a temporada, veio também a Copa do Rei, numa final emocionante com o Sevilla. Entretanto, apesar do doblete na Espanha, o Barcelona viu seus rivais dominarem a Europa: o Sevilla conquistou a Europa League e Real e Atleti chegaram a final da Champions.

Nada foi mais emocionante que o Eredivisie. O PSV teve uma ótima arrancada e chegou à última rodada disputando o título holandês com o Ajax. Com o tropeço do AZ, apenas um dos dois rivais poderiam ser campeões. E foi com um tropeço bizarro do Ajax contra o vice-lanterna De Grafschap – cujos jogadores receberam um Iphone 7 cada do patrocinador do PSV – que o título foi parar em Eindhoven.

E o que falar da Inglaterra? O futebol mundial não estava preparado para o Leicester. O time que se salvou nas últimas rodadas do rebaixamento na temporada passada, nessa passou o campeonato inteiro no topo da Premier League. Bateu os gigantes, quebrou bolsas de apostas, surpreendeu todo o mundo e ficou com o improvável título. Sem nenhum jogador de renome e com um dos elencou mais modestos da competição, sob o comando de Claudio Ranieri, o time da pacata Leicester escreveu uma das histórias mais incríveis do futebol.

United e Chelsea foram coadjuvantes na temporada, enquanto o Aston Villa e o Newcastle foram dois times tradicionais que caíram. O Tottenham disputou o título com os Foxes até a antepenúltima rodada e fez sua melhor campanha dos últimos anos. Entretanto duas derrotas ridículas nas últimas duas rodadas fizeram dos Spurs motivo de chacota: perderam o vice-campeonato para o Arsenal e ficaram atrás dos seus principais rivais mais uma vez, numa rotina que se repete desde 95. E quase teve um momento histórico também na FA Cup! O Crystal Palace esteve perto de superar o United na decisão, mas levou a virada na prorrogação e perdeu a chance de conquistar seu primeiro título na história.

E assim foi a temporada europeia. Surpreendente, disputada e cheia de grandes jogos. Agora vamos a lista dos campeões e dos artilheiros.