O MELHOR MOMENTO DA NATAÇÃO BRASILEIRA
Nos acostumamos, ao longo dos anos, a ver a natação brasileira com bons atletas e conquistas isoladas. Sempre vinha uma medalha aqui, outra ali, mas nunca uma atuação consistente da equipe brasileira como um todo, seja em competições do circuito, em mundiais ou em Jogos Olímpicos. Essa história começa a mudar.
Com a geração mais promissora da história, com atletas repletos de grandes resultado a nível internacional e comandada pelo campeão mundial e olímpico César Cielo, o delegação brasileira terminou o Mundial de Piscina Curta, disputado em Doha, na primeira colocação geral no quadro de medalhas. Foram 10 medalhas, sendo elas 7 de ouro, 1 de prata e 2 de bronze. Foi a primeira vez na história em que o Brasil terminou no topo do quadro de medalhas em uma competição de nível mundial.
O Brasil superou potências como Holanda e Estados Unidos, sendo que a equipe americana terminou com a pífia 9ª colocação, com 17 medalhas e apenas 2 ouros, do astro Ryan Lochte. O americano foi ofuscado pelo sul-africano Chad Le Clos, que venceu quatro provas. Outro destaque da competição foi a Hungria, que terminou em segundo lugar, alavancada pelo grande desempenho da “Dama de Ferro” Katinka Hosszu, que conquistou quatro dois seis ouros da delegação. Outro grande nome foi Mireia Belmonte, da Espanha, que levou os mesmo quatro ouros. O Brasil foi bem mais heterogêneo.
O grande astro brasileiro, César Cielo, levou os 100 m livres, enquanto Felipe França se recuperou do fracasso nos Jogos Olímpicos de Londres, conquistando os ouros nos 50 m e 100 m peito, batendo o recorde da competição nas duas provas. Nos revezamentos 4×50 e 4×100 medley, os dois também fizeram parte das equipes que levaram o ouro e quebraram os recordes mundial do 4×50 e sul-americano do 4×100. Para encerrar em grande estilo, Etiene Medeiros se tornou a primeira mulher brasileira campeã mundial na natação, com direito ao recorde mundial da prova. Na prova mista de revezamento 4×50 medley, o Brasil também levou o ouro. Foi uma competição histórica para a natação brasileira e um divisor de águas para o esporte.
Foi lindo, mas isso ainda não é garantia para um sucesso ainda maior nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. A evolução se nota a olhos vistos, mas devemos levar em conta a diferença no tamanho da piscina olímpica, nas provas que em alguns casos são diferentes e na pressão de se nadar em casa. Só para se ter ideia, os tempos de piscina olímpica dos brasileiros, nas principais provas em 2014 não são garantia de medalha. A excessão de Cielo (2º) e Bruno Fratus (3º), o Brasil não possui nenhum nadados entre os três melhores tempos do ano. Vamos celebrar, pois é necessário, tanto quanto aprimorar e se dedicar a preparação para 2016.
Estamos no caminho certo e temos que seguir nele. A natação brasileira nunca esteve tão forte.
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