O FIM DE UMA ERA?
Mais um dia muito louco na Copa do Mundo. A Austrália perdeu de virada para a Holanda por 3×2, em Porto Alegre, num jogo surpreendentemente equilibrado. Já a Croácia, atropelou Camarões por 4×0, na estreia do goleador Mandzukic. Entretanto, o assunto indiscutivelmente mais relevante do sétimo dia da Copa do Mundo, foi o fracasso dos atuais campeões mundiais.
Maracanã, Rio de Janeiro, 18 de junho de 2014, 17 horas e 55 minutos. Termina neste exato momento o jogo Espanha e Chile cuja vitória chilena por 2 a 0 elimina os atuais campeões mundiais na primeira fase da competição. Pela terceira vez nas últimas 4 Copas o campeão de uma edição anterior é eliminado ainda na primeira fase da competição seguinte.
Mas a eliminação da Espanha é muito mais emblemática que as eliminações da França em 2002 e da Itália em 2010. Representa a derrocada do famoso “tiki taka” espanhol (principalmente do Barcelona), do sistema de jogo baseado em um amplo domínio da posse de bola e na excessiva utilização de troca de passes entre os jogadores do time.
Poderia escrever um longo artigo destacando os grandes feitos alcançados tanto pela Espanha (duas Eurocopas e uma Copa do Mundo) quanto pelo Barcelona (2 Mundiais, 2 Ligas dos Campeões da Europa e alguns Campeonatos Espanhóis, Copas do Rei e Super Copas da Espanha), e também a queda de rendimento deste sistema – Barcelona só ganhou uma Super Copa da Espanha nesta temporada; o Bayern de Munique não conquistou a “Champions” nesta temporada e os fracassos da Seleção Espanhola na Copa das Confederações e agora na Copa do Mundo – nos últimos anos.
Mas a bem da verdade é que foi provada uma máxima no futebol: não há sistema de jogo ou modo de jogar que funcione para sempre. Talvez esteja aí a graça dos esportes coletivos, principalmente do futebol.
3-5-2, 4-4-2, 4-3-3, 4-5-1, 5-3-2, 3-6-1, pelo meio, pelas pontas, com ou sem centroavante. Este esporte que move milhões e multidões está longe de ser algo previsível e de sucesso garantido para clubes e seleções. O “tiki taka” teve o seu momento, agora enfrenta uma grande crise.
A Espanha, assim como outras grandes escolas do futebol já tiveram que fazer ao longo da história, vai ter que se reinventar se quiser se manter no topo. Será o fim do “tiki taka” ou este ainda pode render algo mais para o futebol mundial? Só o tempo dirá.
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