Nada é mais exótico na Fórmula 1 que a corrida no principado. Mônaco é a única etapa onde não é percorrida a distância mínima de 305 km durante uma corrida – são somente 260 km – pois se a regra fosse mantida, a corrida ultrapassaria o limite de 2 horas de duração. É como bem definiu o tricampeão Nelson Piquet: “Pilotar em Mônaco é como andar de bicicleta dentro de uma cozinha”.

O principado de Mônaco transpira história quando o assunto é automobilismo. A primeira corrida lá ocorreu em 1929, 21 anos antes da existência da Fórmula 1. De 1950 pra cá, somente não ocorreu um GP de Fórmula 1 entre 1951 e 1954. Os quatro maiores vencedores em corridas de Fórmula 1 por lá somam nada mais, nada menos, que 16 títulos de mundiais de pilotos.

A história de hoje trata do GP de Mônaco de 1987, prova que marcou a primeira das seis vitórias de Ayrton Senna da Silva nas ruas da corrida mais charmosa da Fórmula 1.

Aquele final de semana iniciado em 28/05, começou com polêmica, devido a uma ação da FISA (Fédération Internationale du Sport Automobile), permitindo a participação dos 26 carros na prova, o que poderia causar um verdadeiro engarrafamento nas ruas do Principado. “Normalmente, os 6 piores nos treinos ficavam de fora, largando apenas 20 carros, o que havia acontecido em Mônaco no ano anterior. Por força dos patrocinadores da F-1, todos os 26 alinharam para a disputa”, conforme relato no site oficial ayrtonsenna.com.br.

O texto abaixo, retirado do blog Continental Circus resume um pouco do foi o dia histórico do GP de 1987:

“No final dos treinos de qualificação, o melhor tinha sido o Williams-Honda de Nigel Mansell, seguido do Lotus-Honda de Ayrton Senna. Na segunda fila ficaram o outro Williams-Honda de Nelson Piquet e o McLaren-TAG Porsche de Alain Prost. Na terceira fila, o Ferrari de Michele Alboreto e o Arrows-Megatron do americano Eddie Cheever.

No inicio da corrida, Mansell dispara à frente de Senna e Piquet, distanciando-se do resto do pelotão. Na volta 9, o francês Phillipe Streiff bateu fortemente nos rails, destruindo o seu Tyrrell. Era o seu segundo grande acidente em 15 dias, pois nessa altura, no GP da Bélgica, destruiu o seu carro na reta Kemmel, quando chocou com… Jonathan Palmer, o seu companheiro de equipa! Até à volta 30, Mansell liderava confortavelmente, quando um problema no seu Turbo forçou o britânico a retirar-se.

Depois disso, foi a vez de Ayrton Senna ficar com o comando, que não o largou até ao final da corrida, fazendo a volta mais rápida perto do fim. Era a primeira vitória da Lotus-Honda, a primeira vitória do ano para Senna, e a primeira vitória de sempre para um carro equipado com suspensão ativa. Logo a seguir ficaram Nelson Piquet (uma dobradinha brasileira), e ao lugar mais baixo do pódio subiu o italiano Michele Alboreto, no seu Ferrari”.

No pódio, durante a comemoração, Senna deu banho de champanhe até no príncipe Rainier de Mônaco. Segundo consta no próprio site do piloto, era “uma alegria infinita para um momento que ele repetiria outras cinco vezes durante a carreira no Principado”. Depois de muita festa com a equipe, Senna recebeu o convite para o tradicional jantar da família real, realizado sempre depois das provas em Monte Carlo.

No vídeo a seguir podemos ver os momentos de destaque daquela corrida.

Em Mônaco tudo pode acontecer. Em uma pista aonde vale muito mais o acerto aerodinâmico do que a potência final do motor é onde geralmente vemos resultados inesperados acontecer.

Para conhecer um pouco mais sobre a história do GP de Mônaco, clique aqui. Veja também as equipes e os pilotos da temporada 2017.