2016: UM DAQUELES ANOS DIFÍCEIS DE EXPLICAR
2016 foi um ano inesquecível sob todos os aspectos. É difícil acreditar que terá outro ano em que vai acontecer tanta loucura em tantos setores da sociedade. Deu a louca na humanidade!
Atentados terroristas, guerras que afetam não apenas o local onde as bombas explodem, governantes renunciando, outros sendo impedidos e outros chegando ao poder sem que a gente entenda o porquê. Isso tudo marcou o mundo, mas também tivemos fatos esportivos que ficarão para sempre em nossa memória:
JANEIRO
Este sempre é um mês meio parado, todos de férias, temporadas europeias ainda no meio, mas Messi ganhava mais um prêmio de melhor do mundo (o quinto), embora não ganhasse de Wendell Lira na disputa do gol mais bonito.
No outro lado do mundo, o Australian Open abria o calendário dos grand slam’s com Djoko e Angelique Kerber levando as chaves de simples. Bruno Soares fez bonito demais e levou a chave de duplas mistas e masculinas do torneio.
Do lado de cá, o FBI fechava o cerco contra a FIFA e a casa do Blatter começava a cair. Por aqui, Coronel Nunes assumia a presidência da CBF porque o Marco Polo que não viaja também estava com sua casa em ruínas (mas como o FBI não pode apitar nada no Brasil e aqui também não é Suíça, o dito cujo está por aí até hoje, mesmo evitando chegar a pelo menos 500km das fronteiras brasileiras).
FEVEREIRO
A casa do Blatter estava caindo e caiu. Infantino tornou-se presidente da FIFA com a promessa de pelo menos tentar fazer a coisa do jeito certo (pero no mucho).
Mas quem se destacou mesmo foi Peyton Manning. Que o Superbowl é o grande acontecimento esportivo mundial no mês, não há dúvida. Mas quando uma lenda como Peyton lidera seu time até a final, ganha e se aposenta, não nos resta mais nada a fazer além de levantar e bater palmas para ele. O show do intervalo com Coldplay, Bruno Mars e uma Beyoncé entrando de cabeça no ativismo contra o preconceito de gênero e cor da pele foi impressionante, mas os feitos de Manning entraram para a história junto com ele.
MARÇO
Começa a temporada de Fórmula 1 já com Nico Rosberg voando, quando ainda nem imaginávamos o que aconteceria no final do ano.
O mês fecha com o adeus ao homem que mudou sozinho a definição do verbete ‘futebol’ no dicionário. Johan Cruyff faleceu e o mundo se curvou à obra dele no esporte mais popular do planeta. Tanto enquanto jogador, quanto técnico ou mesmo corneta, ele foi responsável pela grande mudança que o esporte sofreu nos últimos anos.
ABRIL
Acabou a temporada regular da NBA e a campanha risível dos Lakers apressou em alguns meses a aposentadoria de mais um mito do esporte americano. Kobe Bryant resolveu aposentar e chegou ao fim a brilhante carreira do homem que mais jogou basquete depois que o monstro Jordan apareceu. Seus lances geniais e os cinco títulos da NBA o elevaram à categoria dos mitos. Apesar disso, a temporada da NBA continuava, o Golden State Warriors fazia miséria e brincava de quebrar recordes.
MAIO
Saíram os campeões nacionais na Europa! A Juve ganhava mais um italiano; o Barça não fazia surpresa na Espanha; o PSG garantia a monotonia… digo, o monopólio na França; o Bayern ganhava mais uma Bundesliga com o pé nas costas; mas na Inglaterra acontecia algo que ninguém, repito: NINGUÉM na face da Terra imaginava. O Leicester era campeão inglês e a gente não entendia como aquele time cuja única preocupação seria não ser rebaixado, superou camisas de United, Liverpool e Arsenal, investimentos de Chelsea e City para se tornar campeão do campeonato mais rico do mundo. Um assombro!
Ainda mais se considerarmos que o azarento Claudio Ranieri era o técnico na campanha. É provável que teremos dificuldades para explicar o feito de Vardy, Mahrez e Kanté para nossos netos.
A nível continental, o Real Madrid ganhava sua décima primeira orelhuda, novamente contra o rival municipal Atlético, mas com novidade no banco: Zidane tornara-se técnico do time principal em janeiro e já na temporada de estreia, consegue este feito.
JUNHO
O mês começa triste, porque Muhammad Ali perdeu a luta da vida. O gênio deixou uma obra muito maior do que popularizar o Boxe em todo mundo e mudar os rumos da categoria. Seu posicionamento de valorização da pessoa negra, seu pacifismo e sua luta contra qualquer tipo de preconceito o tornou muçulmano e fez de Kassius Clay muito mais que o melhor pugilista da história, como se isso somente fosse pouca coisa.
Na França, o torneio de Roland Garros dava continuidade no calendário dos grandslam’s com mais um título de Djoko (em fase soberba, até então) e Garbiñe Muguruza surpreendendo na chave feminina.
Na NBA, depois da aposentadoria do Kobe e da história reescrita pelos Warriors, Lebron James rasgou a página, jogou os pedaços na cara de Stephen Cury e passou a história a limpo a favor do Cleveland Cavaliers, que levou o título mesmo com todo o favoritismo e vantagem do time de Oakland, que chegou a abrir 3×1 na série final e ficar a uma vitória do título.
Ainda nos EUA, aconteceu mais uma Copa América, meio estranha, meio fora de hora, mas mais uma vez o Chile decapitou a Argentina na final, causando uma enorme crise na seleção hermana. O Brasil foi eliminado na primeira fase, humilhações de uma segunda e insistente era Dunga na nossa seleção, que graças a Deus chegava ao fim!
JULHO
Após a Copa América temporona, era tempo de Eurocopa. A França recebeu o torneio e a pecha de favorita. Chegou na final botando banca, mas Portugal teve seu dia de Grécia de 2004 e doze anos depois do fiasco em casa, ganhou o título continental pela primeira vez. Cristiano Ronaldo liderou os lusitanos e ganhou uma coisa que Messi não tem: um título importante com sua seleção.
Na América, quem ganhou foi o Nacional de Medellin, com bom futebol, um crescente que já dura algumas temporadas e coroado com o título da Libertadores diante de sua torcida. Título mais que merecido, e ainda não fazíamos ideia do que este time e esta torcida seriam capazes.
Na Inglaterra, o torneio de Wimbledon foi vencido por Andy Murray (que começava a escalada para terminar o ano na liderança do ranking da ATP) e Serena Williams.
AGOSTO
Neste mês, o mundo parou para ver a grande festa do esporte, que aconteceu no Rio. Com cerimônia que encantou o mundo, foi aberta a Olimpíada 2016 e que baita olimpíada, diga-se de passagem. Assim como a Copa de dois anos antes, ficamos surpresos com um evento onde as coisas deram certo e o desempenho esportivo foi altíssimo, proporcionando grandes espetáculos para quem pagou ingresso ou não piscou em frente à TV. Michael Phelps e Usain Bolt chamaram todas as atenções para si com grande desempenho e escrevendo a história diante de nós. Entre os brasileiros, o vôlei masculino voltou ao topo na quadra e na areia, o Futebol masculino finalmente pode se considerar campeão de tudo, mas nenhuma imagem superará Rafaela Silva: mulher, negra, homossexual, criada na favela, perdeu em 2012 sendo massacrada pela idiotice e… melhor do mundo! O ouro dela foi muito mais que uma medalha olímpica, como se isso somente fosse pouca coisa (II – O retorno).
A olimpíada rendeu belas imagens, grandes resultados e histórias que só acontecem no Brasil. Ficou famosa a moça que teve um affair com Usain Bolt, na velocidade dele ela ficou famosa e na mesma velocidade, foi esquecida.
Mas ninguém superou Ryan Lochte, o homem que deu muito azar de nadar na mesma época que o Phelps. Ele é o segundo maior medalhista olímpico atrás do Phelps, seus tempos são os segundos melhores, atrás apenas dos do Phelps. Teria um sem número de medalhas de ouro, mas elas foram prateadas por causa do Phelps. Mas também é prata no quesito malandragem, porque quis ser malandrão no país medalha de ouro da malandragem. Mandou o mim acher, quebrou tudo literalmente, sapecou a desculpinha, mas descobrimos tudo! Se você não é malandro, não venha desmalandrar a malandragem dos malandros. Yeyé!
SETEMBRO
Setembro trouxe as Paralimpíadas, com destaque para Alex Zanardi, ex-piloto de Fórmula 1 que perdeu as duas pernas em um acidente quando corria pela Indy, ganhou duas medalhas no Rio. Daniel Dias, brasileiro, maior nadador paralímpico da história, colocou seu nome de vez no livro dos maiores do esporte (sem distinções entre olímpico ou paralímpico).
Nos EUA, Stan Wawrinka e Angelique Kerber ganhavam as chaves de simples no US Open, enquanto o mineiro Bruno Soares ganhava mais um grand slam na chave de duplas masculinas, entrando para a história entre os grandes tenistas do país.
E acabou o pesadelo da seleção Brasileira! Tite assumiu o comando e agora sabemos que a seleção não perderia mais em 2016, assumiria a liderança nas eliminatórias e tem europeu que já está desistindo da Copa de 18. Na Espanha, Messi e Neymar se enroscam com o fisco, pelo menos o brasileiro está bem na sua seleção, o argentino teve noites e noites sem dormir.
O maior homem da história do Brasil pic.twitter.com/MyYDcUqez0
— Gui (@guilhermesacco) 11 de novembro de 2016
OUTUBRO
A temporada do futebol brasileiro começava a se definir, o cheirinho já estava exalando e só se sentia cheiro de porco no brasileirão. Mas o que marcou foi a morte de outro mito do esporte: Carlos Alberto Torres. O capitão do melhor time da história se foi, repentinamente. Vimos ele comentando a rodada do campeonato no domingo à noite, e fomos acordados com a triste notícia na segunda-feira de manhã. Um nome que ficará para sempre na história do esporte.
NOVEMBRO
A temporada da Fórmula 1 chegou ao fim com o título de Nico Rosberg, que anunciaria sua aposentadoria cinco dias depois (levou ao pé da letra a história de parar por cima).
Quem também foi campeão foi o Palmeiras, que por antecipação, levou o título do campeonato brasileiro.
Mas o que marcaria aquela semana seria a tragédia com a Chapecoense. A Chape foi a adversária do Palmeiras no jogo que marcou o título dos paulistas. No dia seguinte, embarcava para um sonho na Colômbia na final da Sulamericana, mas nunca chegou a Medellin. O Atlético Nacional se mostraria campeão da solidariedade, fazendo de tudo para confortar nossa dor. E o futebol chorou.
DEZEMBRO
Depois da tragédia com a Chape, o futebol teve que dar seu último suspiro no Brasil, antes de sair de férias para ver se o tempo seria capaz de pelo menos tornar suportável a dor que a tragédia nos causa.
A Copa do Brasil teve sua final adiada em função do acidente aéreo na Colômbia e quando ocorreu, coroou o Grêmio de Renato Gaúcho campeão novamente, depois de 15 anos sem títulos fora das fronteiras gaúchas.
E para completar a semana gremista, a última rodada do brasileirão sacramentou o rebaixamento do Internacional. Mais um grande, que nunca havia experimentado o dessabor da queda mostra que todos os times estão sujeitos a este apuro.
O Atlético Nacional foi ao Japão disputar o Mundial de Clubes apenas proforme. Independente do resultado, o time colombiano se mostrou o melhor do mundo pelo que fez diante do inesperado infortúnio da Chape. A propósito, o Real Madrid foi o campeão do torneio, chegando a suar a camisa para ganhar de um Kashima Antlers que já havia despachado o melhor time do mundo na semifinal. Neste mundial, foi utilizado árbitro de vídeo, mas digamos que precisamos aprimorar um pouco mais a experiência para poder cravar que ela deu certo. O que será feito, com certeza.
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