A NOVA COR DO HANDEBOL HOLANDÊS É DOURADA
A Holanda finalmente conquistou um título mundial de handebol. Seja no masculino ou no feminino, o handebol holandês nunca esteve no primeiro patamar dentre as seleções. Esse título é o ápice do esporte no país e é sobre isso que trataremos aqui.
Primeiramente, vamos falar do masculino, que ainda não chegou lá. Na verdade, nem vamos falar muito, pois o time só se classificou para uma edição do Campeonato Europeu, sem nunca ter ido ao Mundial. Aliás, isso já demonstra uma evolução, pois foi justamente para a edição de 2020. Claro, nem de longe se assemelha a do feminino.
Foram quatro participações em Mundiais nas décadas de 70 e 80, chegando a um honroso mas pouco chamativo oitavo lugar. As participações de 99 e 2001 não chamaram muita atenção. Aí veio o quinto lugar de 2005 e a sensação de que era o ponto de virada para a seleção de handebol feminino holandesa. Mas não rolou. Foram duas ausências em mundiais seguidas.
Quando a Holanda voltou a disputar o Mundial, em 2011, e depois, em 2013, as campanhas de 15º e 13º lugares, não apontavam para o protagonismo que a seleção viria a ter. A seleção sequer conseguia ser frequente nos Campeonatos Europeus, sendo que até aquele momento só tinha ido em quatro edições. Um ano depois, em 2014, a sétima posição em sua quinta participação continental já era tida como um grande resultado. Mal se sabia o que estava por vir.
Dinamarca 2015 e o começo da virada
2015, Mundial da Dinamarca. Depois de passar em primeiro no seu grupo, a Holanda tirou a Sérvia (então atual vice-campeã), a França (campeão mundial de 2003) e a Polônia (semifinalista da edição anterior). De forma inacreditável, o time estava na final. Para se ter ideia, na outra chave, o Brasil (atual campeão) caiu nas oitavas.
Na final, as mulheres da Laranja Mecânica pararam na poderosa Noruega, que chegava ao tricampeonato. Já era um momento histórico, mas seria possível manter o nível?
A frustração do Mundial de 2017
Parecia que sim. A final do Mundial se repetiu no Campeonato Europeu de 2016, disputado na Suécia. E deu Noruega novamente. Veio então o Mundial de 2017, na Alemanha. Todos esperavam um terceiro duelo entre as seleções, o que aconteceu, porém, na semifinal. A evolução da Holanda parecia evidente, mas tinha na Noruega seu ponto fraco. Pela terceira vez seguida, a equipe laranja parava nas rivais nórdicas. O bronze no Mundial, que em outras épocas seria celebrado, teve um gosto um pouco amargo. O título ficou com a França.
Por falar na França, além de sediar, ela venceria o Campeonato Europeu de 2018. Para as holandesas, mais um bronze e uma nova derrota para as norueguesas, que sequer ficariam entre as quatro primeiras. O que esperar do próximo Mundial?
O Mundial de 2020 no Japão
E finalmente deu certo. O Mundial do Japão já começou logo de cara com a Holanda dividindo grupo com sua asa negra, Noruega. Para complicar mais, na estreia veio uma derrota para a Eslovênia. Mas nada que complicasse, pois viriam vitórias contra Angola, Cuba e Sérvia. Ai, finalmente veio a Noruega. E finalmente uma vitória, que deixou a equipe em primeiro no grupo. A surpresa ficou em outro grupo, quando a França, muito favorita, caiu logo na primeira fase.
Na segunda fase de grupos, vieram derrotas para Alemanha e Dinamarca, que complicaram mas não comprometeram a campanha holandesa. A vitória contra a Coreia do Sul bastou para classificar a equipe para as semifinais, juntamente com a Noruega.
O duelo valendo vaga na final seria contra a Rússia. E foi um duelo épico, vencido pelas holandesas por 33×32, com muita emoção. A decisão acabou sendo, surpreendentemente, contra a Espanha. As espanholas pararam a Noruega, com uma vitória por 28×22. Foi a chance de ouro da Holanda. Mais um duelo emocionante, vencido pelas holandesas por 30×29 e, depois de várias frustrações, finalmente um título.
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