O LYON E O TRABALHO BEM FEITO DA CHAMPIONS FEMININA
O Lyon segue mantendo seu domínio na Champions League Feminina. Teve clássico, disputa de pênaltis e título emocionante. Mas no Brasil, quase ninguém deu atenção. E foi uma baita competição.
Relive that moment, @OL fans! 🏆🏆🏆🏆#UWCLfinal pic.twitter.com/OPY80cu4Yt
— UEFA Women’s CL (@UWCL) 1 de junho de 2017
O clássico francês na decisão em Cardiff foi garantido após duas campanhas consistentes. Tanto Lyon quanto PSG entraram direto na fase final. O time da capital superou Lillestrøm (NOR), BIIK Kazygurt (CAZ), Bayern de Munique e Barcelona. Já o Olympique passou por Avaldsnes IL (NOR), Zurique, Wolfsburg e Manchester City. Como deu para ver, o Lyon teve mais trabalho. Basta ver que enfrentou logo nas quartas as rivais da decisão de 2016, o Wolfsburg.
No que diz respeito a ataques, o Lyon tinha 32 gols marcados em oito jogos, enquanto o PSG marcou 21. As defesas eram sólidas. 7 gols sofridos pelo PSG e 5 pelo Lyon. Dois times muito parelhos. Resultado, uma grande decisão.
O Lyon partiu como favorito, mas o jogo mostrou que o PSG ia jogar no erro do adversário. As goleiras Sarah Bouhaddi (Lyon) e Katarzyna Kiedrzynek (PSG) fecharam o gol durante o tempo normal. Foi um grande jogo, como esperado, mas não teve gol. Após 14 pênaltis, as duas goleiras foram para a marca da cal para decidir a heroína. Melhor para Bouhaddi que garantiu o tetracampeonato do Lyon.
No que diz respeito ao Brasil, duas atletas da seleção brasileira figuraram na decisão. Cristiane, goleadora do PSG, e sua companheira de clube, Formiga. Essa, aliás, uma gigante. Aos 39 anos ela fez uma Champions espetacular, mostrando porque e uma das maiores jogadoras de futebol da história. Sem ufanismo. Já Cristiane esteve na seleção das melhores atletas da competição.
Goleadoras
#UWCL season top scorers – @VivianneMiedema and Zsanett Jakabfi on top @FCBfrauen @VfLWolfsburg_EN ⚽️⚽️⚽️⚽️⚽️⚽️⚽️⚽️ https://t.co/RwXPLeylJI pic.twitter.com/0KhDhzqiUy
— UEFA Women’s CL (@UWCL) 2 de junho de 2017
Equipes campeãs
Another #UWCLfinal in the books! The roll of honour @1_FFCFrankfurt @UmeaIKFF @turbinepotsdam @ArsenalLadies @MSVDuisburg @OL @VfL_Wolfsburg pic.twitter.com/7yq9TpZBuv
— UEFA Women’s CL (@UWCL) 2 de junho de 2017
UMA ESPERANÇA PARA O FUTEBOL FEMININO
Três dias antes da decisão masculina, que parou o mundo, Cardiff assistiu um senhor jogo de futebol feminino. Pena que subestimado. Não é novidade que o futebol feminino, mesmo de alto nível não arrasta multidões aos estádios e nem atrai tanta atenção da mídia. Mas a importância da Champions Feminina é cada vez mais notável para o crescimento do esporte.
Quando começou a receber investimento, desde organização até premiação, a Champions passou a ter times mais estruturados e cada vez mais empenhados em fortalecer as equipes de futebol feminino. Como num efeito cascata, mais jogadoras de primeira linha passaram a jogar a liga e outras tantas passaram a ser reveladas. Um investimento que apresentou outro caminho além dos EUA. Só como parâmetro, além das premiações, a UEFA ofereceu R$ 15 mil para quem disputasse a competição, R$ 20 mil para quem chegasse às quartas, R$ 30 mil para quem se classificasse para as semis e R$ 60 mil para o vice. Passagens aéreas, hospedagem e alimentação também são custeadas por ela. Some-se a isso a forte divulgação realizada pela UEFA, que além da promoção própria, permite entre outras coisas que os clubes exibam os jogos em suas TVs oficiais. Algo óbvio, mas que parece estranho, por exemplo, para a CBF, que sequer anuncia direito o Campeonato Brasileiro feminino.
Enfim, o que queremos dizer aqui é que o exemplo esta dado. Dá para fazer o futebol feminino bem feito. O que ainda não dá é para comparar com o masculino. Uma matéria de 2016 da ESPNW mostrou os números absurdamente dissonantes entre a Champions Masculina e Feminina. Naquele ano o Lyon, campeão, arrecadou 1.320 milhão. O campeão na liga masculina, o Real Madrid, embolsou 376 milhões! O Bate Borisov, pior arrecadação entre os homens, lucrou 51,86 milhões. O futebol ainda e muito machista.
Mas a ideia e encerrar de forma positiva. Então nos apeguemos ao exemplo da Champions e dos clubes franceses. Eles nos mantém ainda esperançosos de que o futebol feminino cresça. De verdade.
No Comment